Cenário: Helene Cooper e Steven Myers / NYTCom a campanha presidencial a todo vapor, o presidente americano, Barack Obama, optou por delegar a negociação de temas de política externa durante a 67.ª Assembleia-Geral da ONU para sua secretária de Estado, Hillary Clinton. Na segunda-feira, Obama participava do programa The View, na rede ABC, enquanto Hillary se reunia com o presidente afegão Hamid Karzai no hotel Waldorf Astoria. Obama continuou dando o seu recado para os eleitores, evitando na maior parte do tempo os líderes mundiais que chegavam aos Estados Unidos. O presidente discursou na Assembleia-Geral ontem, mas, quebrando a tradição, não marcou nenhuma reunião com seus contrapartes. Essa tarefa foi delegada para Hillary Clinton, que realizou o primeiro encontro de uma dezena que terá pela frente na próxima semana e devem tratar das mais urgentes crises de política externa que o governo Obama enfrentou desde que tomou posse em 2009, como os violentos protestos no mundo islâmico e o confronto entre Japão e China envolvendo um grupo de ilhas desabitadas. Hillary Clinton reuniu-se com o presidente Asif Ali Zardari do Paquistão. "Foi um momento difícil para todos nós", disse ela, depois dos tumultos em protesto contra um vídeo feito nos Estados Unidos que denigre o profeta Maomé. No final de um dia de 12 horas, ela também se encontrou com o presidente egípcio Mohammed Morsi, com quem debateu vários assuntos, como a segurança da embaixada americana no Cairo, as relações do país com Israel e a economia egípcia. Aparentemente a reunião foi para acabar com possíveis ressentimentos pela recusa do presidente Obama em qualificar o Egito como amigo ou inimigo apesar de décadas de relações estreitas. "Isso ficou para trás", disse um funcionário do alto escalão do governo na noite de segunda-feira. Um outro funcionário havia dito a mesma coisa com relação ao Paquistão, descrevendo a reunião de Hillary Clinton com Zardari e o ministro do Exterior do Paquistão, Hina Rabbani Khar, como "um diálogo revigorado no mais alto nível" com Obama. Hillary também manteve um encontro emocionado com o presidente Mohamed Magaria, da Líbia, que reiterou suas desculpas pelo assassinato do embaixador Christopher Stevens e mais três americanos em Benghazi no dia 11 de setembro. "Aproveito também está oportunidade para reafirmar que o que ocorreu não expressa absolutamente a consciência da população líbia", Na sala de conferências na suíte americana do Waldorf Astoria, ele disse: "Senhora secretária, aproveito também esta oportunidade para reafirmar que o que ocorreu em 11 de setembro com esses cidadãos americanos não expressa absolutamente a consciência da população líbia, suas aspirações, suas esperanças ou seus sentimentos em relação ao povo americano. Obama disse ontem considerar que "não há dúvida de que diante do tipo de armamento usado e do ataque realizado, o episódio não foi apenas o extravasamento de uma multidão". "A maioria esmagadora dos muçulmanos quer as mesmas coisas que as famílias daqui desejam. Querem oportunidades, as crianças querem uma educação, querem empregos, paz. Mas há forças extremistas que estão por lá."