A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira, 16, que a decisão sobre o uso emergencial da vacina russa Sputnik V contra a covid-19 vai atrasar em razão da Guerra na Ucrânia.
A diretora-geral adjunta da OMS, Mariângela Simão, disse que a organização foi forçada a adiar o processo de avaliação da vacina por causa das dificuldades criadas pela invasão do território ucraniano pelos russos.
“Nós deveríamos ir fazer inspeções na Rússia no dia 7 de março, e essas inspeções foram adiadas para uma data posterior”, disse a Mariângela em entrevista coletiva em Genebra. “A avaliação, juntamente com as inspeções, foram afetadas por causa da situação”.
A diretora-adjunta ainda afirmou que os obstáculos à reserva de voos para a Rússia e ao uso de cartões de crédito estão entre os muitos problemas enfrentados pelos inspetores da agência.
Depois que as forças russas invadiram a Ucrânia em 24 de fevereiro, a maioria dos países ocidentais fechou seu espaço aéreo para aeronaves russas, e Mastercard e Visa suspenderam as operações na Rússia.
Segundo Mariângela, um novo cronograma será elaborado o mais rápido possível.
OMS condena ataque ao sistema de saúde ucraniano
Também nesta quarta, a OMS condenou como “inaceitável” o constante ataque por forças russas a a instalações de saúde na Ucrânia, afirmando que nunca se havia visto tantos ataques contra o sistema de saúde como agora no país do Leste Europeu.
“O sistema de saúde tornou-se um alvo (...). Isso está começando a fazer parte da estratégia e tática de guerra. É totalmente inaceitável, é contrário ao direito internacional humanitário”, declarou o chefe de emergências da OMS , Michael Ryan, em uma conferência de imprensa.
“Nunca vimos globalmente (...) tantos ataques contra o sistema de saúde”, disse.
Nas três semanas desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, que começou em 24 de fevereiro, houve pelo menos 43 ataques ao sistema de saúde da Ucrânia, segundo dados da OMS.
Os ataques registrados - que mataram 12 pessoas e feriram 34 - incluem 34 contra hospitais e outros centros de saúde, bem como ataques a ambulâncias e pessoal de saúde.
Uma maternidade em Mariupol, no sul da Ucrânia, foi bombardeada na semana passada, matando três pessoas, incluindo uma criança./ NYT e AFP