O verão no hemisfério norte chegou com muita força na Europa. O calor recorde é combustível para os incêndios florestais, que atingem Suíça, Espanha e a Grécia, onde os termômetros marcaram 44 ºC. A temperatura castiga moradores e turistas, que em plena temporada de férias são orientados a evitar áreas ao ar livre nas horas mais quentes do dia.
Na Grécia, o governo deu a ordem para que as pessoas deixassem áreas litorâneas, à medida em que os incêndios florestais avançam empurrados pelos ventos de até 70km/h. O fogo consumiu casas de veraneio e levou ao fechamento de rodovias pelo país.
Perto de Atenas, quase três mil hectares de florestas foram reduzidos a cinzas. A cerca 80 quilômetros da capital grega, um acampamento de verão infantil e um lar de recuperação para idosos foram esvaziados por causa dos incêndios.
O país vai contar com a ajuda dos vizinhos europeus para conter a crise. A França anunciou nesta terça-feira, 18, o envio de um efetivo de bombeiros e aeronaves. A Grécia tem sido duramente atingido nas temporadas de incêndios florestais, em 2021, por exemplo, o fogo consumiu uma área recorde de 130 mil hectares.
Mas não é só lá que o verão e os incêndios castigam. A maior parte da Espanha está sob alerta para calor extremo, com previsões de temperaturas máximas de 43°C, que aumentam a preocupação com os incêndios florestais. Em La Palma, nas Ilhas Canárias, o fogo resiste ao trabalho de centenas de bombeiros há quatro dias.
Na Suíça, cerca de 150 bombeiros, policiais, e outras equipes de emergência atuam para conter o incêndio que atingiu uma região de montanha. Quatro aldeias foram esvaziadas.
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Calor recorde na Itália
Na Itália, a onda de calor que já impacta o sistema de saúde, com aumento dos atendimentos de emergência por desidratação e outros problemas relacionados ao calor. Em alguns hospitais, a alta na procura ficou entre 20% e 25%. A maior parte dos pacientes são idosos, mas pessoas de todas as idades têm procurado ajuda.
Nesta terça-feira, os termômetros na capital Roma marcaram 41,8 ºC, quebrando o recorde anterior, registrado no ano passado, quando a temperatura passou dos 40ºC em um dia de junho.
O turista Fausto Alberetto, do norte da Itália disse que até tentou se preparar para o calor de Roma, mas que nenhum pesquisa antes da viagem deu a dimensão do que é enfrentar as temperaturas recordes. “Nós tínhamos informação e nos preparamos, mas uma coisa é ouvir falar ou ler sobre. Outra coisa é sentir. Está realmente terrível”.
Em outras regiões da Itália, como a ilha da Sardenha, os termômetros chegaram a marcar 45ºC.
A onda de calor não dá sinais de trégua e deve persistir por dias em grande parte da Europa. A ONU alerta que as temperaturas na Europa neste verão podem bater o recorde de 48,8ºC registrado na Sicília há dois anos.
A persistência das altas temperaturas aumentam a preocupação para as mortes causadas pelo calor. “As ondas de calor são um assassino invisível”, disse o chefe da equipe de saúde da Cruz Vermelha, Panu Saaristo, que alertou para os riscos dos verões cada vez mais quentes e mais prolongados na Europa.
Com o efeito das mudanças climáticas, os dados preliminares apontam que junho pode ter batido estabelecido um novo recorde de calor para o mês e os cientistas avisam que há uma grande chance de 2023 ser o ano mais quente já registrado. / AP, com colaboração de Gabriel Batistella