ONU alerta sobre risco de tragédia nuclear em usina da Ucrânia e pede desmilitarização do local


Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente de ataques sobre usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa; ações de guerra no local aumentam riscos nucleares

Por Redação

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram mais uma vez nesta terça-feira, 23, sobre os riscos de uma tragédia nuclear na usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, ocupada pela Rússia desde o início da guerra. Em reunião, a entidade pediu a retirada imediata das tropas da usina e a desmilitarização da área.

Os combates perto da usina nuclear, a maior da Europa, provocaram alarme nos últimos dias em meio a temores de que o uso do local como palco de guerra cause um acidente nuclear catastrófico.

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Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente por ataques de artilharia e bombardeios dentro e ao redor de Zaporizhzhia. Em incidentes recentes, bombas caíram perto dos reatores e aumentaram o temor. Os militares russos assumiram o controle do local em março, mas técnicos ucranianos ainda operam as instalações.

Mulher caminha diante da casa de cultura da cidade de Enerhodar, na região da usina de Zaporizhzhia, em imagem desta segunda-feira, 22. ONU alerta para riscos de desastre nuclear na área Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

Em uma reunião de de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a deterioração da situação em torno da usina, Rosemary DiCarlo, chefe de assuntos políticos e de construção da paz da ONU, instou as duas nações em guerra a fornecer acesso seguro e imediato aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

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“É urgente restabelecer Zaporizhzhia como infraestrutura puramente civil e garantir a segurança da área”, disse DiCarlo ao Conselho na reunião, convocada a pedido da Rússia.

“Devemos deixar claro que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia, ou qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, levando a um possível incidente nuclear teria consequências catastróficas, não apenas para as proximidades, mas para a região e além”, acrescentou. “Parafraseando o aviso contundente do secretário-geral da ONU, qualquer dano potencial a Zaporizhzhia é suicida.”

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Segundo o embaixador russo, Vassili Nebenzia, uma série de ataques de artilharia e drones foram realizadas contra a usina recentemente. Ele acusa as forças ucranianas de serem responsáveis e acrescentou que alguns ataques foram feitos com armas americanas. A Ucrânia chamou as acusações de “ridículas”.

Durante a reunião, o chanceler exibiu uma foto que mostra a destruição da fábrica. De acordo com ele, diplomatas ocidentais estavam em uma “realidade paralela” ao acusar a Rússia de atacar uma usina nuclear que seus próprios militares estavam protegendo.

Nebenzia também acrescentou que a Rússia apoiaria uma inspeção da AIEA na usina nuclear e que espera que a missão ocorra em um futuro próximo para que “os especialistas possam confirmar a situação real”.

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Acusações dos EUA

O embaixador dos EUA na ONU, Richard Mills, culpou a Rússia por levar a Europa à “beira do desastre nuclear”. “A Rússia criou esse risco e apenas a Rússia pode difundi-lo”, disse ele, pedindo a Moscou que atendesse ao apelo do secretário-geral para criar uma zona desmilitarizada ao redor da fábrica. “Por que diabos uma instalação nuclear está sendo usada como palco para a guerra?”, acrescentou.

Horas antes da reunião da ONU começar, a inteligência militar ucraniana disse que a Rússia tem bombardeado poços de perto das instalações de Zaporizhzhia, levantando nuvens de poeira tóxica e fazendo com que os níveis de radiação na área subam. Entretanto, não ofereceu detalhes sobre o quanto os níveis haviam aumentado, ou se a poeira apresentava uma ameaça à saúde.

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Como as agências de inteligência dos EUA alertam que a Rússia pode redobrar os ataques para coincidir com o aniversário de seis meses de sua invasão nesta quarta-feira, 24, que também é o Dia da Independência da Ucrânia, a luta em torno da usina nuclear se aproxima como um dos maiores riscos no conflito prolongado. As hostilidades no sul ucraniano se intensificam à medida que a Rússia pretende fortalecer suas posições defensivas em terras dominadas, e a Ucrânia tenta reunir uma contraofensiva.

Militar da Rússia faz guarda na Usina Nuclear de Zaporizhzhia em imagem do dia 4 de agosto Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, disse que a situação em torno das instalações de Zaporizhzhia é “crítica” e alertou para um acidente nuclear catastrófico se a usina e a área ao seu redor não forem desmilitarizadas. A AIEA solicita acesso seguro ao local para seus inspetores desde pelo menos junho.

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Nesta terça-feira, a agência emitiu uma declaração catalogando alguns dos danos que a Ucrânia relatou à agência nos últimos dias e disse que o país demonstrou a necessidade urgente de os inspetores visitarem. O diretor-geral do órgão, Rafael Mariano Grossi, disse que a visita pode ocorrer “nos próximos dias” se as negociações com a Rússia e a Ucrânia sobre o acesso forem bem sucedidas.

Em seu discurso noturno, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de “brincar” com organismos internacionais e atacou o país por ter “a audácia de convocar o Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir suas próprias provocações”.

Ajuda militar à Ucrânia

À medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia se arrasta, os Estados Unidos anunciarão nesta quarta-feira, 23, uma nova ajuda militar de 3 bilhões de dólares à Ucrânia, o maior valor desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro, segundo disse um funcionário americano nesta terça-feira, 23.

O dinheiro chegará por meio da Iniciativa de Assistência em Segurança para a Ucrânia do Pentágono, e pode ser usado para cobrir custos imediatos da guerra, incluindo a compra de suprimentos e armas. Trata-se de um fundo separado do financiamento da Autoridade Presidencial (PDA), sob o qual o presidente Joe Biden pôde ordenar transferências imediatas de armas e munição às forças ucranianas desde as reservas militares americanas atuais.

Militares da Ucrânia carregam armas enviadas pelos EUA para reforçar defesa do país, em imagem do dia 13 de março. Mais de US$ 10 bilhões em ajuda militar foram enviados aos ucranianos desde início da guerra Foto: Lynsey Addario/NYT

Além disso, ao contrário da maioria dos pacotes anteriores, o novo financiamento visa em grande parte ajudar a Ucrânia a garantir a defesa de médio a longo prazo, de acordo com as autoridades familiarizadas com o assunto.

Os carregamentos anteriores, a maioria deles feitos sob a Autoridade Presidencial de Retirada, concentraram-se nas necessidades mais imediatas da Ucrânia de armas e munições e envolveram o material que o Pentágono já tem em estoque que pode ser enviado em curto prazo.

O novo financiamento ainda precisa ser aprovado pelo parlamento, e parte dela só será entregue no próximo ano.

Até o momento, os EUA forneceram cerca de US$ 10,6 bilhões em ajuda militar à Ucrânia desde o início do governo Biden, incluindo 19 pacotes de armas retirados diretamente das ações do Departamento de Defesa desde agosto de 2021. /NYT, AP, AFP

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram mais uma vez nesta terça-feira, 23, sobre os riscos de uma tragédia nuclear na usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, ocupada pela Rússia desde o início da guerra. Em reunião, a entidade pediu a retirada imediata das tropas da usina e a desmilitarização da área.

Os combates perto da usina nuclear, a maior da Europa, provocaram alarme nos últimos dias em meio a temores de que o uso do local como palco de guerra cause um acidente nuclear catastrófico.

Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente por ataques de artilharia e bombardeios dentro e ao redor de Zaporizhzhia. Em incidentes recentes, bombas caíram perto dos reatores e aumentaram o temor. Os militares russos assumiram o controle do local em março, mas técnicos ucranianos ainda operam as instalações.

Mulher caminha diante da casa de cultura da cidade de Enerhodar, na região da usina de Zaporizhzhia, em imagem desta segunda-feira, 22. ONU alerta para riscos de desastre nuclear na área Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

Em uma reunião de de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a deterioração da situação em torno da usina, Rosemary DiCarlo, chefe de assuntos políticos e de construção da paz da ONU, instou as duas nações em guerra a fornecer acesso seguro e imediato aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

“É urgente restabelecer Zaporizhzhia como infraestrutura puramente civil e garantir a segurança da área”, disse DiCarlo ao Conselho na reunião, convocada a pedido da Rússia.

“Devemos deixar claro que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia, ou qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, levando a um possível incidente nuclear teria consequências catastróficas, não apenas para as proximidades, mas para a região e além”, acrescentou. “Parafraseando o aviso contundente do secretário-geral da ONU, qualquer dano potencial a Zaporizhzhia é suicida.”

Segundo o embaixador russo, Vassili Nebenzia, uma série de ataques de artilharia e drones foram realizadas contra a usina recentemente. Ele acusa as forças ucranianas de serem responsáveis e acrescentou que alguns ataques foram feitos com armas americanas. A Ucrânia chamou as acusações de “ridículas”.

Durante a reunião, o chanceler exibiu uma foto que mostra a destruição da fábrica. De acordo com ele, diplomatas ocidentais estavam em uma “realidade paralela” ao acusar a Rússia de atacar uma usina nuclear que seus próprios militares estavam protegendo.

Nebenzia também acrescentou que a Rússia apoiaria uma inspeção da AIEA na usina nuclear e que espera que a missão ocorra em um futuro próximo para que “os especialistas possam confirmar a situação real”.

Acusações dos EUA

O embaixador dos EUA na ONU, Richard Mills, culpou a Rússia por levar a Europa à “beira do desastre nuclear”. “A Rússia criou esse risco e apenas a Rússia pode difundi-lo”, disse ele, pedindo a Moscou que atendesse ao apelo do secretário-geral para criar uma zona desmilitarizada ao redor da fábrica. “Por que diabos uma instalação nuclear está sendo usada como palco para a guerra?”, acrescentou.

Horas antes da reunião da ONU começar, a inteligência militar ucraniana disse que a Rússia tem bombardeado poços de perto das instalações de Zaporizhzhia, levantando nuvens de poeira tóxica e fazendo com que os níveis de radiação na área subam. Entretanto, não ofereceu detalhes sobre o quanto os níveis haviam aumentado, ou se a poeira apresentava uma ameaça à saúde.

Como as agências de inteligência dos EUA alertam que a Rússia pode redobrar os ataques para coincidir com o aniversário de seis meses de sua invasão nesta quarta-feira, 24, que também é o Dia da Independência da Ucrânia, a luta em torno da usina nuclear se aproxima como um dos maiores riscos no conflito prolongado. As hostilidades no sul ucraniano se intensificam à medida que a Rússia pretende fortalecer suas posições defensivas em terras dominadas, e a Ucrânia tenta reunir uma contraofensiva.

Militar da Rússia faz guarda na Usina Nuclear de Zaporizhzhia em imagem do dia 4 de agosto Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, disse que a situação em torno das instalações de Zaporizhzhia é “crítica” e alertou para um acidente nuclear catastrófico se a usina e a área ao seu redor não forem desmilitarizadas. A AIEA solicita acesso seguro ao local para seus inspetores desde pelo menos junho.

Nesta terça-feira, a agência emitiu uma declaração catalogando alguns dos danos que a Ucrânia relatou à agência nos últimos dias e disse que o país demonstrou a necessidade urgente de os inspetores visitarem. O diretor-geral do órgão, Rafael Mariano Grossi, disse que a visita pode ocorrer “nos próximos dias” se as negociações com a Rússia e a Ucrânia sobre o acesso forem bem sucedidas.

Em seu discurso noturno, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de “brincar” com organismos internacionais e atacou o país por ter “a audácia de convocar o Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir suas próprias provocações”.

Ajuda militar à Ucrânia

À medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia se arrasta, os Estados Unidos anunciarão nesta quarta-feira, 23, uma nova ajuda militar de 3 bilhões de dólares à Ucrânia, o maior valor desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro, segundo disse um funcionário americano nesta terça-feira, 23.

O dinheiro chegará por meio da Iniciativa de Assistência em Segurança para a Ucrânia do Pentágono, e pode ser usado para cobrir custos imediatos da guerra, incluindo a compra de suprimentos e armas. Trata-se de um fundo separado do financiamento da Autoridade Presidencial (PDA), sob o qual o presidente Joe Biden pôde ordenar transferências imediatas de armas e munição às forças ucranianas desde as reservas militares americanas atuais.

Militares da Ucrânia carregam armas enviadas pelos EUA para reforçar defesa do país, em imagem do dia 13 de março. Mais de US$ 10 bilhões em ajuda militar foram enviados aos ucranianos desde início da guerra Foto: Lynsey Addario/NYT

Além disso, ao contrário da maioria dos pacotes anteriores, o novo financiamento visa em grande parte ajudar a Ucrânia a garantir a defesa de médio a longo prazo, de acordo com as autoridades familiarizadas com o assunto.

Os carregamentos anteriores, a maioria deles feitos sob a Autoridade Presidencial de Retirada, concentraram-se nas necessidades mais imediatas da Ucrânia de armas e munições e envolveram o material que o Pentágono já tem em estoque que pode ser enviado em curto prazo.

O novo financiamento ainda precisa ser aprovado pelo parlamento, e parte dela só será entregue no próximo ano.

Até o momento, os EUA forneceram cerca de US$ 10,6 bilhões em ajuda militar à Ucrânia desde o início do governo Biden, incluindo 19 pacotes de armas retirados diretamente das ações do Departamento de Defesa desde agosto de 2021. /NYT, AP, AFP

Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram mais uma vez nesta terça-feira, 23, sobre os riscos de uma tragédia nuclear na usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, ocupada pela Rússia desde o início da guerra. Em reunião, a entidade pediu a retirada imediata das tropas da usina e a desmilitarização da área.

Os combates perto da usina nuclear, a maior da Europa, provocaram alarme nos últimos dias em meio a temores de que o uso do local como palco de guerra cause um acidente nuclear catastrófico.

Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente por ataques de artilharia e bombardeios dentro e ao redor de Zaporizhzhia. Em incidentes recentes, bombas caíram perto dos reatores e aumentaram o temor. Os militares russos assumiram o controle do local em março, mas técnicos ucranianos ainda operam as instalações.

Mulher caminha diante da casa de cultura da cidade de Enerhodar, na região da usina de Zaporizhzhia, em imagem desta segunda-feira, 22. ONU alerta para riscos de desastre nuclear na área Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

Em uma reunião de de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a deterioração da situação em torno da usina, Rosemary DiCarlo, chefe de assuntos políticos e de construção da paz da ONU, instou as duas nações em guerra a fornecer acesso seguro e imediato aos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

“É urgente restabelecer Zaporizhzhia como infraestrutura puramente civil e garantir a segurança da área”, disse DiCarlo ao Conselho na reunião, convocada a pedido da Rússia.

“Devemos deixar claro que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia, ou qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, levando a um possível incidente nuclear teria consequências catastróficas, não apenas para as proximidades, mas para a região e além”, acrescentou. “Parafraseando o aviso contundente do secretário-geral da ONU, qualquer dano potencial a Zaporizhzhia é suicida.”

Segundo o embaixador russo, Vassili Nebenzia, uma série de ataques de artilharia e drones foram realizadas contra a usina recentemente. Ele acusa as forças ucranianas de serem responsáveis e acrescentou que alguns ataques foram feitos com armas americanas. A Ucrânia chamou as acusações de “ridículas”.

Durante a reunião, o chanceler exibiu uma foto que mostra a destruição da fábrica. De acordo com ele, diplomatas ocidentais estavam em uma “realidade paralela” ao acusar a Rússia de atacar uma usina nuclear que seus próprios militares estavam protegendo.

Nebenzia também acrescentou que a Rússia apoiaria uma inspeção da AIEA na usina nuclear e que espera que a missão ocorra em um futuro próximo para que “os especialistas possam confirmar a situação real”.

Acusações dos EUA

O embaixador dos EUA na ONU, Richard Mills, culpou a Rússia por levar a Europa à “beira do desastre nuclear”. “A Rússia criou esse risco e apenas a Rússia pode difundi-lo”, disse ele, pedindo a Moscou que atendesse ao apelo do secretário-geral para criar uma zona desmilitarizada ao redor da fábrica. “Por que diabos uma instalação nuclear está sendo usada como palco para a guerra?”, acrescentou.

Horas antes da reunião da ONU começar, a inteligência militar ucraniana disse que a Rússia tem bombardeado poços de perto das instalações de Zaporizhzhia, levantando nuvens de poeira tóxica e fazendo com que os níveis de radiação na área subam. Entretanto, não ofereceu detalhes sobre o quanto os níveis haviam aumentado, ou se a poeira apresentava uma ameaça à saúde.

Como as agências de inteligência dos EUA alertam que a Rússia pode redobrar os ataques para coincidir com o aniversário de seis meses de sua invasão nesta quarta-feira, 24, que também é o Dia da Independência da Ucrânia, a luta em torno da usina nuclear se aproxima como um dos maiores riscos no conflito prolongado. As hostilidades no sul ucraniano se intensificam à medida que a Rússia pretende fortalecer suas posições defensivas em terras dominadas, e a Ucrânia tenta reunir uma contraofensiva.

Militar da Rússia faz guarda na Usina Nuclear de Zaporizhzhia em imagem do dia 4 de agosto Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, disse que a situação em torno das instalações de Zaporizhzhia é “crítica” e alertou para um acidente nuclear catastrófico se a usina e a área ao seu redor não forem desmilitarizadas. A AIEA solicita acesso seguro ao local para seus inspetores desde pelo menos junho.

Nesta terça-feira, a agência emitiu uma declaração catalogando alguns dos danos que a Ucrânia relatou à agência nos últimos dias e disse que o país demonstrou a necessidade urgente de os inspetores visitarem. O diretor-geral do órgão, Rafael Mariano Grossi, disse que a visita pode ocorrer “nos próximos dias” se as negociações com a Rússia e a Ucrânia sobre o acesso forem bem sucedidas.

Em seu discurso noturno, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, acusou a Rússia de “brincar” com organismos internacionais e atacou o país por ter “a audácia de convocar o Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir suas próprias provocações”.

Ajuda militar à Ucrânia

À medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia se arrasta, os Estados Unidos anunciarão nesta quarta-feira, 23, uma nova ajuda militar de 3 bilhões de dólares à Ucrânia, o maior valor desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro, segundo disse um funcionário americano nesta terça-feira, 23.

O dinheiro chegará por meio da Iniciativa de Assistência em Segurança para a Ucrânia do Pentágono, e pode ser usado para cobrir custos imediatos da guerra, incluindo a compra de suprimentos e armas. Trata-se de um fundo separado do financiamento da Autoridade Presidencial (PDA), sob o qual o presidente Joe Biden pôde ordenar transferências imediatas de armas e munição às forças ucranianas desde as reservas militares americanas atuais.

Militares da Ucrânia carregam armas enviadas pelos EUA para reforçar defesa do país, em imagem do dia 13 de março. Mais de US$ 10 bilhões em ajuda militar foram enviados aos ucranianos desde início da guerra Foto: Lynsey Addario/NYT

Além disso, ao contrário da maioria dos pacotes anteriores, o novo financiamento visa em grande parte ajudar a Ucrânia a garantir a defesa de médio a longo prazo, de acordo com as autoridades familiarizadas com o assunto.

Os carregamentos anteriores, a maioria deles feitos sob a Autoridade Presidencial de Retirada, concentraram-se nas necessidades mais imediatas da Ucrânia de armas e munições e envolveram o material que o Pentágono já tem em estoque que pode ser enviado em curto prazo.

O novo financiamento ainda precisa ser aprovado pelo parlamento, e parte dela só será entregue no próximo ano.

Até o momento, os EUA forneceram cerca de US$ 10,6 bilhões em ajuda militar à Ucrânia desde o início do governo Biden, incluindo 19 pacotes de armas retirados diretamente das ações do Departamento de Defesa desde agosto de 2021. /NYT, AP, AFP

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