GAZA- A ONU afirmou na segunda-feira, 26, que foi forçada a interromper o seu trabalho na Faixa de Gaza por conta de uma ordem de retirada do Exército israelense de civis que estivessem na área de Deir al-Balah, no centro do enclave palestino. Apesar disso, a organização apontou que alguns serviços permanecem no terreno.
De acordo com Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres, funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) continuam ajudando os civis palestinos da melhor forma possível, mas esta ajuda representa “meia gota de água em um oceano”.
Em um primeiro momento, a ONU havia apontando que nenhum serviço fornecido pela organização poderia funcionar por conta de falta de segurança. Os funcionários da organização foram deslocados para Deir al-Balah após o Exército de Israel ordenar a saída de Rafah.
“Esta não é uma decisão de parar as operações, mas a nível prático, não podemos funcionar”, disse ele.
A ordem de de retirada ocorreu no momento em que a ONU se preparava para iniciar no sábado, 31, uma campanha para vacinar cerca de 640 mil crianças em Gaza, onde a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que um bebê de 10 meses ficou paralisado pelo poliovírus tipo 2, o primeiro tal caso no território em 25 anos.
Segundo a ONU, a área de retirada inclui “em particular, quatro armazéns e 15 edifícios que abrigam funcionários da ONU e outras organizações humanitárias”.
“As operações humanitárias estão sob muita pressão”, apontou Sam Rose, chefe da UNRWA em Gaza, por videoconferência. “Os nossos serviços de saúde são mantidos em oito ou nove centros dentro e ao redor das escolas transformadas em abrigos”, disse.
Rose destacou que estes serviços devem continuar, mas que a capacidade de ação da ONU e do sistema humanitário são cada vez mais limitadas.
Saiba mais
Histórico
A guerra na Faixa de Gaza começou no dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense, mataram 1,2 mil pessoas e sequestraram 250. Este foi o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto.
Após o ataque, as forças de Tel-Aviv iniciaram uma ofensiva no enclave palestino, com bombardeios aéreos e invasão terrestre, que já deixou mais de 40 mil mortos em Gaza, segundo o ministério da Saúde do enclave, que é controlado pelo Hamas e não diferencia civis de terroristas./com AFP