Oposição na Itália cobra explicações do governo Meloni após saudação fascista em protesto em Roma


Aliados negam relação do partido pós-Fascista Irmãos da Itália com a manifestação; imagens estão sendo investigadas e primeiros suspeitos foram identificados

Por Redação
Atualização:

A oposição na Itália cobrou nesta terça-feira, 9, explicações do governo de Giorgia Meloni depois que centenas de manifestantes reunidos em Roma fizeram uma saudação fascista - que é proibida - aparentemente sem que a polícia interviesse. Aliados de Meloni, por sua vez, negam qualquer relação do seu partido, o Irmãos da Itália, que tem raízes com o pós-fascismo, com o ocorrido.

As imagens que circulam nas redes sociais mostram a multidão com os braços estendidos no que ficou conhecido como saudação romana, gesto que remonta a ditadura de Benito Mussolini (1922 – 1943). A Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) analisa os vídeos e já identificou os primeiros suspeitos, informou nesta terça-feira, 9, a agência de notícias italiana Ansa.

Os manifestantes estavam reunidos em Roma, na frente a antiga sede do Movimento Social Italiano (MSI), partido que reuniu os saudosistas do regime no pós-Guerra. Eles lembraram a morte de membros da juventude fascista, em 1978, período em que a Itália enfrentava uma onda de violência entre extremistas. Dois adolescentes teriam sido assassinados por radicais de esquerda e o terceiro baleado pela polícia no tumulto que se seguiu. Ninguém foi condenado pelas mortes.

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Manifestantes estendem o braço em saudação fascista durante em Roma, 7 de janeiro de 2024. Foto: Francesco Benvenuti/LaPresse via AP

O vídeo da saudação fascista causou indignação entre opositores, que cobram explicações do governo de Meloni, cujo partido Irmãos da Itália descende do MSI. Para ser eleita, no entanto, ela buscou se afastar da relação com o regime de Mussolini — a quem já chamou de “bom político” — e disse que “a direita italiana entregou o fascismo à história há décadas”. Já como primeira-ministra, tem adotado um tom mais pragmático que o esperado pelos críticos.

Líder da principal força de oposição no Parlamento, o Partido Democrata, Elly Schlein, questiona a aparente falta de reação policial diante do gesto. E lembra com ironia que um homem foi cercado pela polícia após gritar “viva a Itália antifascista” na estreia de uma ópera no teatro La Scala mês passado.

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‘Se você gritar “Viva a Itália antifascista” em um teatro, você será identificado (pela polícia); se você for a uma reunião neofascista com saudações romanas e cartazes, você não vai’, disse Schlein no X (antigo Twitter). Em seguida, questionou: “Meloni não tem nada a dizer?”

O governo, por outro lado, tenta se afastar da crise. “Somos uma força que certamente não é fascista, somos antifascistas”, disse o vice-primeiro-ministro Antoni Tajani, líder de um partido de centro direita que integra a coalizão do governo ao ser questionado sobre o caso pela imprensa. E acrescentou que todas as manifestações em apoio à ditaduras devem ser “condenadas” lembrando que são proibidas pela lei italiana.

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Já os partidários do Irmãos da Itália minimizaram as críticas e negaram qualquer relação da agremiação com a saudação. “Os Irmãos da Itália não têm nada a ver com o que aconteceu”, reagiu o parlamentar Giovanni Donzelli, que se referiu aos manifestantes como “100-200 imbecis, muito mais úteis à esquerda do que a nós”, reportou o Corriere della Sera./ COM AP

A oposição na Itália cobrou nesta terça-feira, 9, explicações do governo de Giorgia Meloni depois que centenas de manifestantes reunidos em Roma fizeram uma saudação fascista - que é proibida - aparentemente sem que a polícia interviesse. Aliados de Meloni, por sua vez, negam qualquer relação do seu partido, o Irmãos da Itália, que tem raízes com o pós-fascismo, com o ocorrido.

As imagens que circulam nas redes sociais mostram a multidão com os braços estendidos no que ficou conhecido como saudação romana, gesto que remonta a ditadura de Benito Mussolini (1922 – 1943). A Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) analisa os vídeos e já identificou os primeiros suspeitos, informou nesta terça-feira, 9, a agência de notícias italiana Ansa.

Os manifestantes estavam reunidos em Roma, na frente a antiga sede do Movimento Social Italiano (MSI), partido que reuniu os saudosistas do regime no pós-Guerra. Eles lembraram a morte de membros da juventude fascista, em 1978, período em que a Itália enfrentava uma onda de violência entre extremistas. Dois adolescentes teriam sido assassinados por radicais de esquerda e o terceiro baleado pela polícia no tumulto que se seguiu. Ninguém foi condenado pelas mortes.

Manifestantes estendem o braço em saudação fascista durante em Roma, 7 de janeiro de 2024. Foto: Francesco Benvenuti/LaPresse via AP

O vídeo da saudação fascista causou indignação entre opositores, que cobram explicações do governo de Meloni, cujo partido Irmãos da Itália descende do MSI. Para ser eleita, no entanto, ela buscou se afastar da relação com o regime de Mussolini — a quem já chamou de “bom político” — e disse que “a direita italiana entregou o fascismo à história há décadas”. Já como primeira-ministra, tem adotado um tom mais pragmático que o esperado pelos críticos.

Líder da principal força de oposição no Parlamento, o Partido Democrata, Elly Schlein, questiona a aparente falta de reação policial diante do gesto. E lembra com ironia que um homem foi cercado pela polícia após gritar “viva a Itália antifascista” na estreia de uma ópera no teatro La Scala mês passado.

‘Se você gritar “Viva a Itália antifascista” em um teatro, você será identificado (pela polícia); se você for a uma reunião neofascista com saudações romanas e cartazes, você não vai’, disse Schlein no X (antigo Twitter). Em seguida, questionou: “Meloni não tem nada a dizer?”

O governo, por outro lado, tenta se afastar da crise. “Somos uma força que certamente não é fascista, somos antifascistas”, disse o vice-primeiro-ministro Antoni Tajani, líder de um partido de centro direita que integra a coalizão do governo ao ser questionado sobre o caso pela imprensa. E acrescentou que todas as manifestações em apoio à ditaduras devem ser “condenadas” lembrando que são proibidas pela lei italiana.

Já os partidários do Irmãos da Itália minimizaram as críticas e negaram qualquer relação da agremiação com a saudação. “Os Irmãos da Itália não têm nada a ver com o que aconteceu”, reagiu o parlamentar Giovanni Donzelli, que se referiu aos manifestantes como “100-200 imbecis, muito mais úteis à esquerda do que a nós”, reportou o Corriere della Sera./ COM AP

A oposição na Itália cobrou nesta terça-feira, 9, explicações do governo de Giorgia Meloni depois que centenas de manifestantes reunidos em Roma fizeram uma saudação fascista - que é proibida - aparentemente sem que a polícia interviesse. Aliados de Meloni, por sua vez, negam qualquer relação do seu partido, o Irmãos da Itália, que tem raízes com o pós-fascismo, com o ocorrido.

As imagens que circulam nas redes sociais mostram a multidão com os braços estendidos no que ficou conhecido como saudação romana, gesto que remonta a ditadura de Benito Mussolini (1922 – 1943). A Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) analisa os vídeos e já identificou os primeiros suspeitos, informou nesta terça-feira, 9, a agência de notícias italiana Ansa.

Os manifestantes estavam reunidos em Roma, na frente a antiga sede do Movimento Social Italiano (MSI), partido que reuniu os saudosistas do regime no pós-Guerra. Eles lembraram a morte de membros da juventude fascista, em 1978, período em que a Itália enfrentava uma onda de violência entre extremistas. Dois adolescentes teriam sido assassinados por radicais de esquerda e o terceiro baleado pela polícia no tumulto que se seguiu. Ninguém foi condenado pelas mortes.

Manifestantes estendem o braço em saudação fascista durante em Roma, 7 de janeiro de 2024. Foto: Francesco Benvenuti/LaPresse via AP

O vídeo da saudação fascista causou indignação entre opositores, que cobram explicações do governo de Meloni, cujo partido Irmãos da Itália descende do MSI. Para ser eleita, no entanto, ela buscou se afastar da relação com o regime de Mussolini — a quem já chamou de “bom político” — e disse que “a direita italiana entregou o fascismo à história há décadas”. Já como primeira-ministra, tem adotado um tom mais pragmático que o esperado pelos críticos.

Líder da principal força de oposição no Parlamento, o Partido Democrata, Elly Schlein, questiona a aparente falta de reação policial diante do gesto. E lembra com ironia que um homem foi cercado pela polícia após gritar “viva a Itália antifascista” na estreia de uma ópera no teatro La Scala mês passado.

‘Se você gritar “Viva a Itália antifascista” em um teatro, você será identificado (pela polícia); se você for a uma reunião neofascista com saudações romanas e cartazes, você não vai’, disse Schlein no X (antigo Twitter). Em seguida, questionou: “Meloni não tem nada a dizer?”

O governo, por outro lado, tenta se afastar da crise. “Somos uma força que certamente não é fascista, somos antifascistas”, disse o vice-primeiro-ministro Antoni Tajani, líder de um partido de centro direita que integra a coalizão do governo ao ser questionado sobre o caso pela imprensa. E acrescentou que todas as manifestações em apoio à ditaduras devem ser “condenadas” lembrando que são proibidas pela lei italiana.

Já os partidários do Irmãos da Itália minimizaram as críticas e negaram qualquer relação da agremiação com a saudação. “Os Irmãos da Itália não têm nada a ver com o que aconteceu”, reagiu o parlamentar Giovanni Donzelli, que se referiu aos manifestantes como “100-200 imbecis, muito mais úteis à esquerda do que a nós”, reportou o Corriere della Sera./ COM AP

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