O oposicionista Partido Colorado denunciou ontem o presidente do Paraguai, Fernando Armindo Lugo, pelo crime de estupro. A denúncia foi apresentada a um tribunal de Assunção pela senadora Lilian Samaniego, principal líder dos colorados. A senadora exige que a Justiça investigue se o presidente e ex-bispo teve relações sexuais com Viviana Carrillo quando ela tinha 16 anos, conforme alega a suposta vítima. O Código Penal do país considera estupro quando um homem com 18 anos ou mais seduz uma garota de 14 a 16 anos. "A população deve saber com clareza se seu presidente cometeu ou não uma ação punível pela lei", disse a líder da oposição. Viviana, hoje com 27 anos, deu à luz em 2007 Guillermo Armindo, cuja paternidade foi reconhecida por Lugo há uma semana. A denúncia de estupro acumula-se a um segundo escândalo, surgido na segunda-feira, quando a vendedora Benigna Leguizamón anunciou que Lugo a havia convencido a ter relações sexuais com ele. Da relação, teria nascido Lucas Fernando, hoje com 6 anos. Ontem, Benigna reuniu-se em Assunção com o advogado de Lugo, Marcos Fariña. O advogado propôs a realização de um exame de DNA em uma clínica particular para comprovar a paternidade de Lugo, mas a reunião terminou sem acordo. Benigna saiu furiosa do encontro e afirmou que entrará hoje com um processo na Justiça contra o presidente. Ela diz que teme a manipulação do teste, caso seja feito em uma clínica escolhida pelo presidente. CRISE Em meio a uma série de escândalos sobre sua vida sexual, Lugo cancelou a viagem para Washington programada para amanhã. Lugo foi eleito no ano passado com 40% dos votos. Ele derrotou o Partido Colorado, no poder por 61 anos ininterruptos.