O líder opositor boliviano Luis Fernando Camacho, que tenta forçar o presidente Evo Morales a assinar uma carta de renúncia, disse em sua conta no Twitter que recebeu ameaças do governo.
“Torno públicas as ameaças que temos recebido por parte do governo. Não tenho medo, apesar de saber que são capazes de qualquer coisa. Contudo, se acontecer algo, o povo boliviano sabe quem são os responsáveis”, escreveu Camacho.
Ele voltou na quarta-feira a La Paz com o objetivo de desafiar Evo ao entregar uma carta de renúncia para que ele assine. A oposição denuncia que houve fraude nas eleições de 20 de outubro, que deram ao presidente um quarto mandato, e exigem - além da renúncia de Evo - que a votação seja anulada e a convocação de novas eleições sem a participação do indígena.
Pressão
Segundo o jornal boliviano La Razón, Camacho confirmou que tentará levar o documento ao gabinete presidencial na segunda-feira. “Não vamos sair enquanto não conseguirmos o que buscamos”, afirmou.
Ainda de acordo com a publicação, o vice-presidente, Álvaro García, descartou que Evo irá renunciar, já que ainda tem um mandato a cumprir e acabou de vencer uma nova eleição.
Na quinta, o ministro da Defesa da Bolívia, Javier Zavaleta, disse que Camacho “pode entregar as cartas que quiser” no palácio, mas não será recebido por Evo.
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É grande a tensão na Bolívia neste domingo. Em um comício na noite de sábado, um influente líder regional chamou os militares a intervir na crise política que atinge o país.
O opositor de 40 anos não foi candidato nas recentes eleições presidenciais, mas ganhou visibilidade após o pleito, superando até mesmo o ex-presidente Carlos Mesa, segundo candidato mais votado.