A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta quinta-feira, 24, um aumento das tropas em seu flanco leste e prometeram aumentar sua assistência à Ucrânia em cibersegurança, além de proteção contra armas químicas, biológicas, radiológicas e nucleares.
O anúncio foi feito após uma reunião entre os líderes dos países-membro da organização, em Bruxelas. Quatro novas unidades de combate serão estabelecidas na Bulgária, Romênia, Hungria e Eslováquia.
Quanto à proteção contra armas de destruição em massa, o secretário-geral Jens Stoltenberg detalhou que serão fornecidos equipamentos de detecção e proteção, suporte médico, além de treinamento para descontaminação e gerenciamento de crises em caso de qualquer ataque químico, biológico, radiológico ou nuclear russo.
Apesar dos apelos do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, por mais ajuda, a Aliança reforçou que não colocará tropas no país. No entanto, em coletiva de imprensa após a reunião, Olaf Scholz da Alemanha, Emmanuel Macron da França, Boris Johnson do Reino Unido e Joe Biden dos Estados Unidos prometeram agir em casos de ataques químicos e biológicos, mas não entram em detalhes.
Na Ucrânia, os combates não pararam no dia em que o conflito completou um mês. Forças russas bombardearam pelo menos um prédio residencial em Kharkiv, enquanto militares ucranianos relatam ter destruído um navio russo em Berdiasnki. Em meio ao conflito, a Unicef anunciou um dos piores deslocamentos de crianças desde a 2.ª Guerra no país.
Veja um resumo do 29° dia da guerra da Ucrânia:
EUA impõem novas sanções contra elite russa e programa para refugiados
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou novas sanções financeiras contra a Rússia, bilionários russos e a indústria de defesa, em retaliação à invasão na Ucrânia, e apresentou uma novo plano para receber 100 mil refugiados ucranianos.
O novo pacote de sanções envolve o congelamento de ativos russos nos Estados Unidos e afetam os 328 deputados da Duma (câmara baixa do parlamento russo), a própria instituição e 48 “grandes empresas públicas” do setor de defesa. Elas estão descritas em um comunicado da Casa Branca.
Biden também anunciou que os EUA vão investirá US$ 1 bilhão em ajuda humanitária aos afetados pela invasão russa na Ucrânia.
Mais da metade das crianças da Ucrânia foram forçadas a sair de casa
Mais da metade das crianças da Ucrânia tiveram que deixar suas casas em função da invasão russa, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quinta-feira, 24.
Cerca de 4,3 milhões de crianças ucranianas, de uma população total estimada de 7,5 milhões, foram deslocadas pelo conflito em um mês, segundo a Unicef, que aponta este como um dos maiores deslocamentos de crianças desde a 2.ª Guerra.
O número inclui 1,8 milhão de crianças que se refugiaram em países vizinhos e mais de 2,5 milhões que estão em abrigo temporário dentro do país.
Tripulação russa abandona superiate de US$ 700 milhões
Tripulantes russos em um misterioso iate de luxo de US$ 700 milhões deixaram seus empregos e a cidade costeira da Toscana de maneira repentina, relataram líderes sindicais da cidade costeira italiana.
Os membros da tripulação estavam no pequeno porto de Marina di Carrara desde setembro de 2020, quando o iate de 140 metros, nomeado Scheherazade, chegou a um estaleiro menos de quatro meses após ser construído. Nenhum proprietário foi identificado publicamente.
De acordo com autoridades dos Estados Unidos, a suspeita é de que a embarcação pertença ao presidente russo Vladimir Putin.
Bombardeio em Kharkiv mata seis
Um bombardeio russo causou a morte de pelo menos seis pessoas e deixou outras 15 feridas na cidade de Kharkiv, o 2° maior centro urbano da Ucrânia.
O ataque aconteceu próximo a um posto de ajuda humanitária, segundo o chefe da Administração Militar Regional da cidade, Oleg Sinegubov.
O oficial militar da região acrescentou que os feridos foram internados em várias unidades hospitalares da cidade e que as forças russas realizam ataques aéreos. Também há relatos de ataques em Chernihiv e na capital, Kiev.
Navio russo é destruído em Berdiansk
Militares ucranianos informaram que destruíram um navio russo no porto de Berdiansk, ocupado pelos invasores no sul do país. O ataque é considerado um sucesso para as forças ucranianas, que tentam impedir que a Rússia reforce e restabeleça suas forças para intensificar os conflitos.
A Rússia capturou o porto no final de fevereiro, utilizando-o como ponto estratégico para levar reforços e suprimentos para áreas críticas de combate em Mariupol e na frente leste da Ucrânia.
“O navio destruído em Berdiansk poderia transportar até 20 tanques, 45 veículos blindados e 400 paraquedistas”, disse a vice-ministra da Defesa ucraniana, Anna Malyar, em comunicado.