Óvnis vistos por militares dos EUA são lixo no céu ou espionagem estrangeira


Ilusões de ótica fazem com que objetos comuns, como drones ou balões, pareçam incomuns ou assustadores

Por Julian E. Barnes

Autoridades do governo dos Estados Unidos acreditam que operações de vigilância por potências estrangeiras e balões meteorológicos ou outros detritos aéreos explicam os incidentes mais recentes de fenômenos aéreos não identificados —termo oficial do Pentágono para os óvnis, ou objetos voadores não identificados—, bem como muitos episódios nos últimos anos.

As observações intrigam o Pentágono e os órgãos de inteligência há anos, alimentando teorias sobre visitas de alienígenas e espionagem por um país hostil usando tecnologia avançada. Mas autoridades do governo dizem que muitos incidentes têm explicações muito mais banais.

As agências de inteligência devem entregar um documento confidencial ao Congresso na segunda-feira, 31, atualizando um relatório divulgado no ano passado segundo o qual quase todos os incidentes permanecem inexplicáveis. O documento original analisou 144 incidentes entre 2004 e 2021 que foram relatados por fontes do governo dos EUA, principalmente militares.

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Scott Bray, vice-diretor de inteligência da Marinha, informa o Comitê de Inteligência da Câmara no Capitólio, em Washington, em 22 de maio de 2022 Foto: Michael A. McCoy/The New York Times

Este artigo se baseia em entrevistas com funcionários americanos informados sobre as conclusões do Pentágono e sobre a análise dos incidentes pelas agências de inteligência. Os funcionários falaram sob a condição de anonimato por se tratar de um trabalho sigiloso.

Alguns incidentes foram formalmente atribuídos à vigilância chinesa —com tecnologia de drones relativamente comum— e outros também estariam ligados a Pequim. A China, que roubou planos de caças avançados, quer saber mais sobre como os Estados Unidos treinam seus pilotos militares, segundo autoridades americanas.

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Muitas informações sobre os fenômenos aéreos não identificados (UAP, na sigla em inglês) permanecem classificadas como secretas. Embora o Congresso tenha sido informado sobre algumas das conclusões sobre vigilância estrangeira, funcionários do Pentágono mantiveram a maior parte do trabalho em segredo —sobretudo porque não querem que a China ou outros países saibam que seus esforços para espionar os militares dos EUA foram detectados.

Mas esse sigilo oficial tem um custo, permitindo que teorias da conspiração sobre mentiras do governo prosperem descontroladamente.

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Sue Gough, porta-voz do Departamento de Defesa, disse que o Pentágono continua comprometido com os princípios de transparência, mas deve equilibrá-los com sua “obrigação de proteger informações, fontes e métodos confidenciais”.

Embora o Pentágono não “se apresse a tirar conclusões em nossa análise”, disse Gough, nenhuma explicação única aborda a maioria dos relatos de UAPs.

“Estamos coletando o máximo de dados que podemos, seguindo os dados aonde eles levam, e compartilharemos nossas descobertas sempre que possível”, disse ela.

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Não ficou claro quanto do novo relatório de inteligência seria divulgado. Mas dos casos que foram resolvidos a maioria provou ser lixo errante no céu, como balões, ou atividade de vigilância, disseram autoridades. Incidentes registrados no ano passado, dos quais foram coletados mais dados, acabaram tendo explicações comuns e banais.

Oficialmente, muitos incidentes mais antigos ainda não foram explicados, e há poucos dados para que o Pentágono ou funcionários de inteligência tirem conclusões finais.

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“Em muitos casos, os fenômenos observados são classificados como ‘não identificados’ simplesmente porque os sensores não coletaram informações suficientes para fazer uma atribuição positiva”, disse Gough, referindo-se a câmeras, radares e outros dispositivos que captam informações. “Estamos trabalhando para mitigar esses déficits no futuro e garantir que tenhamos dados suficientes para nossa análise.”

Outras autoridades insistem que, embora as evidências sejam imperfeitas, os vídeos granulados não mostram alienígenas espaciais.

As ilusões de ótica, juntamente com as características de sensores sigilosos, fizeram com que objetos comuns, como drones ou balões, parecessem algo incomum ou assustador.

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Em maio, o Pentágono anunciou que imagens divulgadas anteriormente de triângulos verdes que pareciam naves alienígenas eram na verdade drones fotografados com lentes de visão noturna.

Autoridades militares se recusaram a dizer exatamente quando ou onde as imagens foram tiradas. Mas elas acreditam que os incidentes são exemplos de tentativas de vigilância de manobras militares.

Céticos de óvnis e especialistas em ótica dizem há muito tempo que muitos dos vídeos e avistamentos de aviadores navais representam ilusões de ótica que fizeram objetos comuns —balões meteorológicos, drones comerciais— parecerem se mover mais rápido do que o possível.

Uma imagem estática do vídeo divulgado pelo Departamento de Defesa mostra um encontro em 2004 perto de San Diego entre dois caças F/A-18F da Marinha e um objeto desconhecido Foto: Departamento de Defesa dos EUA/NYT

Os militares chegaram em grande parte à mesma conclusão. Além das imagens dos triângulos verdes, as outras gravações divulgadas pelo Pentágono não foram classificadas como incidentes de vigilância, pelo menos até agora. Mas os funcionários do Pentágono também não acreditam que alguma delas represente alienígenas.

Um dos vídeos, conhecido como GoFast, parece mostrar um objeto se movendo em grande velocidade. Mas uma análise dos militares diz que é uma ilusão criada pelo ângulo de observação, contra a água. De acordo com cálculos do Pentágono, o objeto está se movendo a apenas cerca de 50 quilômetros por hora.

Outro vídeo, conhecido como Gimbal, mostra um objeto que parece estar girando. Oficiais militares agora acreditam que é a ótica do sensor de imagem secreto, projetado para ajudar a direcionar armas, que faz o objeto parecer em um movimento estranho.

Os analistas militares continuam intrigados com o terceiro vídeo, conhecido como Flir1. O objeto capturado no vídeo de 2004 parece pairar sobre a água, pular de forma irregular e depois se descamar. Militares dizem que o evento é mais difícil de explicar, mas oficiais que o estudaram estão convencidos de que não é uma peça de tecnologia alienígena.

No entanto, as tentativas do Pentágono ou de autoridades de inteligência de acabar com as teorias sobre alienígenas falharam em grande parte. O Pentágono formou e depois reformou grupos no departamento para melhorar a coleta de dados sobre os incidentes e fornecer melhores explicações.

Militares disseram repetidamente que não há evidências de que qualquer uma das imagens mostre visitantes alienígenas, comentários muitas vezes minimizados na mídia ou ignorados pelos legisladores. Em maio, funcionários do Pentágono testemunharam sob juramento que o governo não havia coletado materiais de nenhum alienígena que pousou na Terra. Mas o testemunho não ajudou muito a diminuir o entusiasmo pelas teorias sobre visitantes extraterrestres.

Há uma longa história de o governo dos EUA usar especulações sobre teorias da conspiração para evitar que segredos se tornassem amplamente conhecidos. Durante o desenvolvimento de aviões espiões americanos como o U-2 e o SR-71 Blackbird, o governo permitiu que rumores sobre avistamentos de óvnis ajudassem a ocultar o desenvolvimento desses programas.

Mas as autoridades de inteligência concluíram há muito tempo que usar teorias da conspiração como cobertura para programas secretos semeia no público desconfiança do governo americano e paranoia.

Autoridades do governo dos Estados Unidos acreditam que operações de vigilância por potências estrangeiras e balões meteorológicos ou outros detritos aéreos explicam os incidentes mais recentes de fenômenos aéreos não identificados —termo oficial do Pentágono para os óvnis, ou objetos voadores não identificados—, bem como muitos episódios nos últimos anos.

As observações intrigam o Pentágono e os órgãos de inteligência há anos, alimentando teorias sobre visitas de alienígenas e espionagem por um país hostil usando tecnologia avançada. Mas autoridades do governo dizem que muitos incidentes têm explicações muito mais banais.

As agências de inteligência devem entregar um documento confidencial ao Congresso na segunda-feira, 31, atualizando um relatório divulgado no ano passado segundo o qual quase todos os incidentes permanecem inexplicáveis. O documento original analisou 144 incidentes entre 2004 e 2021 que foram relatados por fontes do governo dos EUA, principalmente militares.

Scott Bray, vice-diretor de inteligência da Marinha, informa o Comitê de Inteligência da Câmara no Capitólio, em Washington, em 22 de maio de 2022 Foto: Michael A. McCoy/The New York Times

Este artigo se baseia em entrevistas com funcionários americanos informados sobre as conclusões do Pentágono e sobre a análise dos incidentes pelas agências de inteligência. Os funcionários falaram sob a condição de anonimato por se tratar de um trabalho sigiloso.

Alguns incidentes foram formalmente atribuídos à vigilância chinesa —com tecnologia de drones relativamente comum— e outros também estariam ligados a Pequim. A China, que roubou planos de caças avançados, quer saber mais sobre como os Estados Unidos treinam seus pilotos militares, segundo autoridades americanas.

Muitas informações sobre os fenômenos aéreos não identificados (UAP, na sigla em inglês) permanecem classificadas como secretas. Embora o Congresso tenha sido informado sobre algumas das conclusões sobre vigilância estrangeira, funcionários do Pentágono mantiveram a maior parte do trabalho em segredo —sobretudo porque não querem que a China ou outros países saibam que seus esforços para espionar os militares dos EUA foram detectados.

Mas esse sigilo oficial tem um custo, permitindo que teorias da conspiração sobre mentiras do governo prosperem descontroladamente.

Sue Gough, porta-voz do Departamento de Defesa, disse que o Pentágono continua comprometido com os princípios de transparência, mas deve equilibrá-los com sua “obrigação de proteger informações, fontes e métodos confidenciais”.

Embora o Pentágono não “se apresse a tirar conclusões em nossa análise”, disse Gough, nenhuma explicação única aborda a maioria dos relatos de UAPs.

“Estamos coletando o máximo de dados que podemos, seguindo os dados aonde eles levam, e compartilharemos nossas descobertas sempre que possível”, disse ela.

Não ficou claro quanto do novo relatório de inteligência seria divulgado. Mas dos casos que foram resolvidos a maioria provou ser lixo errante no céu, como balões, ou atividade de vigilância, disseram autoridades. Incidentes registrados no ano passado, dos quais foram coletados mais dados, acabaram tendo explicações comuns e banais.

Oficialmente, muitos incidentes mais antigos ainda não foram explicados, e há poucos dados para que o Pentágono ou funcionários de inteligência tirem conclusões finais.

“Em muitos casos, os fenômenos observados são classificados como ‘não identificados’ simplesmente porque os sensores não coletaram informações suficientes para fazer uma atribuição positiva”, disse Gough, referindo-se a câmeras, radares e outros dispositivos que captam informações. “Estamos trabalhando para mitigar esses déficits no futuro e garantir que tenhamos dados suficientes para nossa análise.”

Outras autoridades insistem que, embora as evidências sejam imperfeitas, os vídeos granulados não mostram alienígenas espaciais.

As ilusões de ótica, juntamente com as características de sensores sigilosos, fizeram com que objetos comuns, como drones ou balões, parecessem algo incomum ou assustador.

Em maio, o Pentágono anunciou que imagens divulgadas anteriormente de triângulos verdes que pareciam naves alienígenas eram na verdade drones fotografados com lentes de visão noturna.

Autoridades militares se recusaram a dizer exatamente quando ou onde as imagens foram tiradas. Mas elas acreditam que os incidentes são exemplos de tentativas de vigilância de manobras militares.

Céticos de óvnis e especialistas em ótica dizem há muito tempo que muitos dos vídeos e avistamentos de aviadores navais representam ilusões de ótica que fizeram objetos comuns —balões meteorológicos, drones comerciais— parecerem se mover mais rápido do que o possível.

Uma imagem estática do vídeo divulgado pelo Departamento de Defesa mostra um encontro em 2004 perto de San Diego entre dois caças F/A-18F da Marinha e um objeto desconhecido Foto: Departamento de Defesa dos EUA/NYT

Os militares chegaram em grande parte à mesma conclusão. Além das imagens dos triângulos verdes, as outras gravações divulgadas pelo Pentágono não foram classificadas como incidentes de vigilância, pelo menos até agora. Mas os funcionários do Pentágono também não acreditam que alguma delas represente alienígenas.

Um dos vídeos, conhecido como GoFast, parece mostrar um objeto se movendo em grande velocidade. Mas uma análise dos militares diz que é uma ilusão criada pelo ângulo de observação, contra a água. De acordo com cálculos do Pentágono, o objeto está se movendo a apenas cerca de 50 quilômetros por hora.

Outro vídeo, conhecido como Gimbal, mostra um objeto que parece estar girando. Oficiais militares agora acreditam que é a ótica do sensor de imagem secreto, projetado para ajudar a direcionar armas, que faz o objeto parecer em um movimento estranho.

Os analistas militares continuam intrigados com o terceiro vídeo, conhecido como Flir1. O objeto capturado no vídeo de 2004 parece pairar sobre a água, pular de forma irregular e depois se descamar. Militares dizem que o evento é mais difícil de explicar, mas oficiais que o estudaram estão convencidos de que não é uma peça de tecnologia alienígena.

No entanto, as tentativas do Pentágono ou de autoridades de inteligência de acabar com as teorias sobre alienígenas falharam em grande parte. O Pentágono formou e depois reformou grupos no departamento para melhorar a coleta de dados sobre os incidentes e fornecer melhores explicações.

Militares disseram repetidamente que não há evidências de que qualquer uma das imagens mostre visitantes alienígenas, comentários muitas vezes minimizados na mídia ou ignorados pelos legisladores. Em maio, funcionários do Pentágono testemunharam sob juramento que o governo não havia coletado materiais de nenhum alienígena que pousou na Terra. Mas o testemunho não ajudou muito a diminuir o entusiasmo pelas teorias sobre visitantes extraterrestres.

Há uma longa história de o governo dos EUA usar especulações sobre teorias da conspiração para evitar que segredos se tornassem amplamente conhecidos. Durante o desenvolvimento de aviões espiões americanos como o U-2 e o SR-71 Blackbird, o governo permitiu que rumores sobre avistamentos de óvnis ajudassem a ocultar o desenvolvimento desses programas.

Mas as autoridades de inteligência concluíram há muito tempo que usar teorias da conspiração como cobertura para programas secretos semeia no público desconfiança do governo americano e paranoia.

Autoridades do governo dos Estados Unidos acreditam que operações de vigilância por potências estrangeiras e balões meteorológicos ou outros detritos aéreos explicam os incidentes mais recentes de fenômenos aéreos não identificados —termo oficial do Pentágono para os óvnis, ou objetos voadores não identificados—, bem como muitos episódios nos últimos anos.

As observações intrigam o Pentágono e os órgãos de inteligência há anos, alimentando teorias sobre visitas de alienígenas e espionagem por um país hostil usando tecnologia avançada. Mas autoridades do governo dizem que muitos incidentes têm explicações muito mais banais.

As agências de inteligência devem entregar um documento confidencial ao Congresso na segunda-feira, 31, atualizando um relatório divulgado no ano passado segundo o qual quase todos os incidentes permanecem inexplicáveis. O documento original analisou 144 incidentes entre 2004 e 2021 que foram relatados por fontes do governo dos EUA, principalmente militares.

Scott Bray, vice-diretor de inteligência da Marinha, informa o Comitê de Inteligência da Câmara no Capitólio, em Washington, em 22 de maio de 2022 Foto: Michael A. McCoy/The New York Times

Este artigo se baseia em entrevistas com funcionários americanos informados sobre as conclusões do Pentágono e sobre a análise dos incidentes pelas agências de inteligência. Os funcionários falaram sob a condição de anonimato por se tratar de um trabalho sigiloso.

Alguns incidentes foram formalmente atribuídos à vigilância chinesa —com tecnologia de drones relativamente comum— e outros também estariam ligados a Pequim. A China, que roubou planos de caças avançados, quer saber mais sobre como os Estados Unidos treinam seus pilotos militares, segundo autoridades americanas.

Muitas informações sobre os fenômenos aéreos não identificados (UAP, na sigla em inglês) permanecem classificadas como secretas. Embora o Congresso tenha sido informado sobre algumas das conclusões sobre vigilância estrangeira, funcionários do Pentágono mantiveram a maior parte do trabalho em segredo —sobretudo porque não querem que a China ou outros países saibam que seus esforços para espionar os militares dos EUA foram detectados.

Mas esse sigilo oficial tem um custo, permitindo que teorias da conspiração sobre mentiras do governo prosperem descontroladamente.

Sue Gough, porta-voz do Departamento de Defesa, disse que o Pentágono continua comprometido com os princípios de transparência, mas deve equilibrá-los com sua “obrigação de proteger informações, fontes e métodos confidenciais”.

Embora o Pentágono não “se apresse a tirar conclusões em nossa análise”, disse Gough, nenhuma explicação única aborda a maioria dos relatos de UAPs.

“Estamos coletando o máximo de dados que podemos, seguindo os dados aonde eles levam, e compartilharemos nossas descobertas sempre que possível”, disse ela.

Não ficou claro quanto do novo relatório de inteligência seria divulgado. Mas dos casos que foram resolvidos a maioria provou ser lixo errante no céu, como balões, ou atividade de vigilância, disseram autoridades. Incidentes registrados no ano passado, dos quais foram coletados mais dados, acabaram tendo explicações comuns e banais.

Oficialmente, muitos incidentes mais antigos ainda não foram explicados, e há poucos dados para que o Pentágono ou funcionários de inteligência tirem conclusões finais.

“Em muitos casos, os fenômenos observados são classificados como ‘não identificados’ simplesmente porque os sensores não coletaram informações suficientes para fazer uma atribuição positiva”, disse Gough, referindo-se a câmeras, radares e outros dispositivos que captam informações. “Estamos trabalhando para mitigar esses déficits no futuro e garantir que tenhamos dados suficientes para nossa análise.”

Outras autoridades insistem que, embora as evidências sejam imperfeitas, os vídeos granulados não mostram alienígenas espaciais.

As ilusões de ótica, juntamente com as características de sensores sigilosos, fizeram com que objetos comuns, como drones ou balões, parecessem algo incomum ou assustador.

Em maio, o Pentágono anunciou que imagens divulgadas anteriormente de triângulos verdes que pareciam naves alienígenas eram na verdade drones fotografados com lentes de visão noturna.

Autoridades militares se recusaram a dizer exatamente quando ou onde as imagens foram tiradas. Mas elas acreditam que os incidentes são exemplos de tentativas de vigilância de manobras militares.

Céticos de óvnis e especialistas em ótica dizem há muito tempo que muitos dos vídeos e avistamentos de aviadores navais representam ilusões de ótica que fizeram objetos comuns —balões meteorológicos, drones comerciais— parecerem se mover mais rápido do que o possível.

Uma imagem estática do vídeo divulgado pelo Departamento de Defesa mostra um encontro em 2004 perto de San Diego entre dois caças F/A-18F da Marinha e um objeto desconhecido Foto: Departamento de Defesa dos EUA/NYT

Os militares chegaram em grande parte à mesma conclusão. Além das imagens dos triângulos verdes, as outras gravações divulgadas pelo Pentágono não foram classificadas como incidentes de vigilância, pelo menos até agora. Mas os funcionários do Pentágono também não acreditam que alguma delas represente alienígenas.

Um dos vídeos, conhecido como GoFast, parece mostrar um objeto se movendo em grande velocidade. Mas uma análise dos militares diz que é uma ilusão criada pelo ângulo de observação, contra a água. De acordo com cálculos do Pentágono, o objeto está se movendo a apenas cerca de 50 quilômetros por hora.

Outro vídeo, conhecido como Gimbal, mostra um objeto que parece estar girando. Oficiais militares agora acreditam que é a ótica do sensor de imagem secreto, projetado para ajudar a direcionar armas, que faz o objeto parecer em um movimento estranho.

Os analistas militares continuam intrigados com o terceiro vídeo, conhecido como Flir1. O objeto capturado no vídeo de 2004 parece pairar sobre a água, pular de forma irregular e depois se descamar. Militares dizem que o evento é mais difícil de explicar, mas oficiais que o estudaram estão convencidos de que não é uma peça de tecnologia alienígena.

No entanto, as tentativas do Pentágono ou de autoridades de inteligência de acabar com as teorias sobre alienígenas falharam em grande parte. O Pentágono formou e depois reformou grupos no departamento para melhorar a coleta de dados sobre os incidentes e fornecer melhores explicações.

Militares disseram repetidamente que não há evidências de que qualquer uma das imagens mostre visitantes alienígenas, comentários muitas vezes minimizados na mídia ou ignorados pelos legisladores. Em maio, funcionários do Pentágono testemunharam sob juramento que o governo não havia coletado materiais de nenhum alienígena que pousou na Terra. Mas o testemunho não ajudou muito a diminuir o entusiasmo pelas teorias sobre visitantes extraterrestres.

Há uma longa história de o governo dos EUA usar especulações sobre teorias da conspiração para evitar que segredos se tornassem amplamente conhecidos. Durante o desenvolvimento de aviões espiões americanos como o U-2 e o SR-71 Blackbird, o governo permitiu que rumores sobre avistamentos de óvnis ajudassem a ocultar o desenvolvimento desses programas.

Mas as autoridades de inteligência concluíram há muito tempo que usar teorias da conspiração como cobertura para programas secretos semeia no público desconfiança do governo americano e paranoia.

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