Países árabes vão apresentar proposta de criação de Estado da Palestina nos próximos dias, diz UE


Borrell disse que a Cisjordânia está em “ebulição”, com colonos judeus atacando palestinos civis. “Há um recorde de civis palestinos assassinados na Cisjordânia. Em Gaza, eles são contados aos milhares, na Cisjorânia, às centenas.

Por Felipe Frazão
Atualização:

RIO - O chefe da diplomacia da União Europeia, Joseph Borrell, disse nesta quinta-feira, dia 22, que os países árabes devem apresentar nos próximos dias uma proposta para encerrar a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com a criação de um Estado da Palestina.

Segundo Borrell, os países árabes precisam se assegurar de que terão apoio internacional a sua proposta, para que não seja desperdiçada. Negociações em curso envolvem a normalização de relações entre Israel e a Arábia Saudita.

Sob pressão, o governo Binyamin Netanyahu rechaça a criação do Estado da Palestina, mesmo que atinja seu objetivo militar de exterminar o Hamas da Faixa de Gaza. O que precisa ser levando em conta, disse ele. O diplomata afirmou não acredita em uma negociação somente entre as partes - israelenes e palestinos. “Israel não pode ter direto a veto de uma solução para a guerra no Oriente Médio”, afirmou.

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O europeu afirmou que a proposta está sendo preparada e que precisa do aval dos Estados Unidos e do mundo árabe. “Estamos prontos a apoiar propostas. Espero que nos próximos dias possamos ver uma proposta surgir do mundo árabe. Sei que estão trabalhando duro nisso.”

Borrell disse que a Cisjordânia está em “ebulição”, com colonos judeus atacando palestinos civis. Foram mais de 300 mortes, desde os ataques do Hamas em 7 de outubro. “Há um recorde de civis palestinos assassinados na Cisjordânia. Em Gaza, eles são contados aos milhares, na Cisjordânia, às centenas. O número mais alto da história”, pressionou Borrell.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, disse que aguarda proposta árabe sobre a guerra em Gaza Foto: Yiannis Kourtoglou/REUTERS
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Estado palestino

No Rio para a reunião de chanceleres do G-20, ele relatou que houve uma “forte manifestação” de consenso de todos os países do G-20 em defesa da “solução de dois Estados”, como mostrou mais cedo o Estadão.

“Todos aqui, todos, não ouvi ninguém contra, fizeram uma forte pedido pela solução de dois Estados. Temos um denominador comum: não haverá paz, não haverá segurança sustentável para Israel sem que os palestinos possam construir seu próprio Estado”, afirmou ele. “É preciso dizer que no G-20 todos são a favor da solução de dois Estados”.

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Borrell pediu que o entendimento seja anunciado pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, embora não venha a ser formalizado em declaração conjunta.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, participa de coletiva de imprensa no final da reunião de chanceleres do G-20, no Rio de Janeiro, Brasil  Foto: Mauro Pimentel/AFP

O próximo passo, segundo o europeu, é pressionar politicamente para que a solução de dois Estados seja implementada e não vire wishfull thinking. “Todos dizem que há uma castástrofe humanitária em Gaza. É preciso dizer que é feita pelo homem, não é um obra de uma inundação, um terremoto”, disse Borrell.

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O Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança representa diplomaticamente 27 países do bloco. À exceção de um, os 26 demais defendem uma pausa humanitária imediata na guerra, que leve a um cessar-fogo sustentável.

O Borrell disse que a dinâmica das reuniões de chanceleres do G-20 foi intensa, com debates que prenderam a atenção de todos, por tratarem essencialmente de duas guerras em curso, na Faixa de Gaza, e na Ucrânia.

Segundo Borrell, todos os países defendem também que as instituições de governança global devem ser reformadas, com ampliação de membros para corrigir a representação das nações, mas discordam sobre mudanças nas regras de funcionamento.

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, participa da reunião de chanceleres do G-20 ao lado do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, no Rio de Janeiro, Brasil  Foto: Antonio Lacerda/EFE

Borrell criticou as propostas de criação de novos grupos multilaterais para solucionar problemas internacionais, que não costumam chegar a acordos, e propôs que é melhor fazer com que as que já existem funcionem melhor, com mecanismos de solução de controvérsias.

Segundo o diplomata, há cada vez mais vetos e menos consenso nos fóruns, por exemplo, no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “As instituições de governança e financeiras devem estar abertas ao mundo emergente”, disse Borrell, referindo-se à África, América Latina e Ásia.

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O mesmo acontece no âmbito financeiro, defendeu o representante europeu, para quem verbas públicas serão infucientes para lidar com os problemas de desenvolvimento e é preciso canalizar recursos privados para atingir os objetivos. Os países ricos

“Uma coisa é fazer um diagnóstico, outra aplicar a terapia”, resumiu o chefe da diplomacia europeia. “Não é somente sobre as insituições, é sobre a mentalidade. Precisamos ter um pensamento multilateralista, se quisermos que o multilateralismo funcione.”

Para o europeu, temos um mundo mais multipolar, mas com menos regras, o que cria desordem, e leva a menos governança multilateral.

Ucrânia retoma fluxo de exportações pré-invasão

Ao falar da guerra na Ucrânia, que completa dois anos no sábado, dia 24, Borrell afirmou que os países do G-20 ainda divergem e há diferentes abordagens sobre como atingir a paz e encerrar o confronto. A “agressão da Rússia”, disse ele, foi condenada, mas o representante do Kremlin no Rio, Serguei Lavrov, fez o contraponto às críticas. Outros países foram neutros.

Borrell destacou que a marinha da Ucrânia conseguiu afastar os navios russos de sua costa, o que permitiu a reestabelecer a negociação e a retomada do fluxo de mercadorias, sobretudo de grãos, praticado antes da guerra. No entanto, a preços maiores. Ele também reclamou que energia e comida foram transformadas em armas pela Rússia.

“A despeito de não termos mais um acordo (de grãos) como tínhamos graças à Turquia e à ONU, o fluxo de comida vindo da Ucrânia foi recuperada, graças ao sucesso militar das forças armadas ucranianas. Isso importa ao mundo todo, porque havia um aumento dos custos”, disse Borrell.

O diplomata europeu fez questão de ressaltar que, apesar da retomada no comércio de bens produzidos na Ucrânia, o país continua a ser alvejado pelos russos, sobretudo para “destruição” da infraestrutura civil, transportes, eletricidade e barragens. Por isso, ressaltou, Kiev deve ser apoiada. “Putin continua essa guerra, não há sinal de que a parte russa vai parar, aceitar um cessar-fogo, nada.”, resumiu. “Nem todos querem a paz. Os ucranianos querem mais do que todos.”

O alto representante disse que ninguém mais fala em discutir um plano de paz, e que a única fórmula na mesa e que deve ser discutida é a do presidente ucraniano Volodimir Zelenski.

RIO - O chefe da diplomacia da União Europeia, Joseph Borrell, disse nesta quinta-feira, dia 22, que os países árabes devem apresentar nos próximos dias uma proposta para encerrar a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com a criação de um Estado da Palestina.

Segundo Borrell, os países árabes precisam se assegurar de que terão apoio internacional a sua proposta, para que não seja desperdiçada. Negociações em curso envolvem a normalização de relações entre Israel e a Arábia Saudita.

Sob pressão, o governo Binyamin Netanyahu rechaça a criação do Estado da Palestina, mesmo que atinja seu objetivo militar de exterminar o Hamas da Faixa de Gaza. O que precisa ser levando em conta, disse ele. O diplomata afirmou não acredita em uma negociação somente entre as partes - israelenes e palestinos. “Israel não pode ter direto a veto de uma solução para a guerra no Oriente Médio”, afirmou.

O europeu afirmou que a proposta está sendo preparada e que precisa do aval dos Estados Unidos e do mundo árabe. “Estamos prontos a apoiar propostas. Espero que nos próximos dias possamos ver uma proposta surgir do mundo árabe. Sei que estão trabalhando duro nisso.”

Borrell disse que a Cisjordânia está em “ebulição”, com colonos judeus atacando palestinos civis. Foram mais de 300 mortes, desde os ataques do Hamas em 7 de outubro. “Há um recorde de civis palestinos assassinados na Cisjordânia. Em Gaza, eles são contados aos milhares, na Cisjordânia, às centenas. O número mais alto da história”, pressionou Borrell.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, disse que aguarda proposta árabe sobre a guerra em Gaza Foto: Yiannis Kourtoglou/REUTERS

Estado palestino

No Rio para a reunião de chanceleres do G-20, ele relatou que houve uma “forte manifestação” de consenso de todos os países do G-20 em defesa da “solução de dois Estados”, como mostrou mais cedo o Estadão.

“Todos aqui, todos, não ouvi ninguém contra, fizeram uma forte pedido pela solução de dois Estados. Temos um denominador comum: não haverá paz, não haverá segurança sustentável para Israel sem que os palestinos possam construir seu próprio Estado”, afirmou ele. “É preciso dizer que no G-20 todos são a favor da solução de dois Estados”.

Borrell pediu que o entendimento seja anunciado pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, embora não venha a ser formalizado em declaração conjunta.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, participa de coletiva de imprensa no final da reunião de chanceleres do G-20, no Rio de Janeiro, Brasil  Foto: Mauro Pimentel/AFP

O próximo passo, segundo o europeu, é pressionar politicamente para que a solução de dois Estados seja implementada e não vire wishfull thinking. “Todos dizem que há uma castástrofe humanitária em Gaza. É preciso dizer que é feita pelo homem, não é um obra de uma inundação, um terremoto”, disse Borrell.

O Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança representa diplomaticamente 27 países do bloco. À exceção de um, os 26 demais defendem uma pausa humanitária imediata na guerra, que leve a um cessar-fogo sustentável.

O Borrell disse que a dinâmica das reuniões de chanceleres do G-20 foi intensa, com debates que prenderam a atenção de todos, por tratarem essencialmente de duas guerras em curso, na Faixa de Gaza, e na Ucrânia.

Segundo Borrell, todos os países defendem também que as instituições de governança global devem ser reformadas, com ampliação de membros para corrigir a representação das nações, mas discordam sobre mudanças nas regras de funcionamento.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, participa da reunião de chanceleres do G-20 ao lado do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, no Rio de Janeiro, Brasil  Foto: Antonio Lacerda/EFE

Borrell criticou as propostas de criação de novos grupos multilaterais para solucionar problemas internacionais, que não costumam chegar a acordos, e propôs que é melhor fazer com que as que já existem funcionem melhor, com mecanismos de solução de controvérsias.

Segundo o diplomata, há cada vez mais vetos e menos consenso nos fóruns, por exemplo, no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “As instituições de governança e financeiras devem estar abertas ao mundo emergente”, disse Borrell, referindo-se à África, América Latina e Ásia.

O mesmo acontece no âmbito financeiro, defendeu o representante europeu, para quem verbas públicas serão infucientes para lidar com os problemas de desenvolvimento e é preciso canalizar recursos privados para atingir os objetivos. Os países ricos

“Uma coisa é fazer um diagnóstico, outra aplicar a terapia”, resumiu o chefe da diplomacia europeia. “Não é somente sobre as insituições, é sobre a mentalidade. Precisamos ter um pensamento multilateralista, se quisermos que o multilateralismo funcione.”

Para o europeu, temos um mundo mais multipolar, mas com menos regras, o que cria desordem, e leva a menos governança multilateral.

Ucrânia retoma fluxo de exportações pré-invasão

Ao falar da guerra na Ucrânia, que completa dois anos no sábado, dia 24, Borrell afirmou que os países do G-20 ainda divergem e há diferentes abordagens sobre como atingir a paz e encerrar o confronto. A “agressão da Rússia”, disse ele, foi condenada, mas o representante do Kremlin no Rio, Serguei Lavrov, fez o contraponto às críticas. Outros países foram neutros.

Borrell destacou que a marinha da Ucrânia conseguiu afastar os navios russos de sua costa, o que permitiu a reestabelecer a negociação e a retomada do fluxo de mercadorias, sobretudo de grãos, praticado antes da guerra. No entanto, a preços maiores. Ele também reclamou que energia e comida foram transformadas em armas pela Rússia.

“A despeito de não termos mais um acordo (de grãos) como tínhamos graças à Turquia e à ONU, o fluxo de comida vindo da Ucrânia foi recuperada, graças ao sucesso militar das forças armadas ucranianas. Isso importa ao mundo todo, porque havia um aumento dos custos”, disse Borrell.

O diplomata europeu fez questão de ressaltar que, apesar da retomada no comércio de bens produzidos na Ucrânia, o país continua a ser alvejado pelos russos, sobretudo para “destruição” da infraestrutura civil, transportes, eletricidade e barragens. Por isso, ressaltou, Kiev deve ser apoiada. “Putin continua essa guerra, não há sinal de que a parte russa vai parar, aceitar um cessar-fogo, nada.”, resumiu. “Nem todos querem a paz. Os ucranianos querem mais do que todos.”

O alto representante disse que ninguém mais fala em discutir um plano de paz, e que a única fórmula na mesa e que deve ser discutida é a do presidente ucraniano Volodimir Zelenski.

RIO - O chefe da diplomacia da União Europeia, Joseph Borrell, disse nesta quinta-feira, dia 22, que os países árabes devem apresentar nos próximos dias uma proposta para encerrar a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com a criação de um Estado da Palestina.

Segundo Borrell, os países árabes precisam se assegurar de que terão apoio internacional a sua proposta, para que não seja desperdiçada. Negociações em curso envolvem a normalização de relações entre Israel e a Arábia Saudita.

Sob pressão, o governo Binyamin Netanyahu rechaça a criação do Estado da Palestina, mesmo que atinja seu objetivo militar de exterminar o Hamas da Faixa de Gaza. O que precisa ser levando em conta, disse ele. O diplomata afirmou não acredita em uma negociação somente entre as partes - israelenes e palestinos. “Israel não pode ter direto a veto de uma solução para a guerra no Oriente Médio”, afirmou.

O europeu afirmou que a proposta está sendo preparada e que precisa do aval dos Estados Unidos e do mundo árabe. “Estamos prontos a apoiar propostas. Espero que nos próximos dias possamos ver uma proposta surgir do mundo árabe. Sei que estão trabalhando duro nisso.”

Borrell disse que a Cisjordânia está em “ebulição”, com colonos judeus atacando palestinos civis. Foram mais de 300 mortes, desde os ataques do Hamas em 7 de outubro. “Há um recorde de civis palestinos assassinados na Cisjordânia. Em Gaza, eles são contados aos milhares, na Cisjordânia, às centenas. O número mais alto da história”, pressionou Borrell.

Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, disse que aguarda proposta árabe sobre a guerra em Gaza Foto: Yiannis Kourtoglou/REUTERS

Estado palestino

No Rio para a reunião de chanceleres do G-20, ele relatou que houve uma “forte manifestação” de consenso de todos os países do G-20 em defesa da “solução de dois Estados”, como mostrou mais cedo o Estadão.

“Todos aqui, todos, não ouvi ninguém contra, fizeram uma forte pedido pela solução de dois Estados. Temos um denominador comum: não haverá paz, não haverá segurança sustentável para Israel sem que os palestinos possam construir seu próprio Estado”, afirmou ele. “É preciso dizer que no G-20 todos são a favor da solução de dois Estados”.

Borrell pediu que o entendimento seja anunciado pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, embora não venha a ser formalizado em declaração conjunta.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, participa de coletiva de imprensa no final da reunião de chanceleres do G-20, no Rio de Janeiro, Brasil  Foto: Mauro Pimentel/AFP

O próximo passo, segundo o europeu, é pressionar politicamente para que a solução de dois Estados seja implementada e não vire wishfull thinking. “Todos dizem que há uma castástrofe humanitária em Gaza. É preciso dizer que é feita pelo homem, não é um obra de uma inundação, um terremoto”, disse Borrell.

O Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança representa diplomaticamente 27 países do bloco. À exceção de um, os 26 demais defendem uma pausa humanitária imediata na guerra, que leve a um cessar-fogo sustentável.

O Borrell disse que a dinâmica das reuniões de chanceleres do G-20 foi intensa, com debates que prenderam a atenção de todos, por tratarem essencialmente de duas guerras em curso, na Faixa de Gaza, e na Ucrânia.

Segundo Borrell, todos os países defendem também que as instituições de governança global devem ser reformadas, com ampliação de membros para corrigir a representação das nações, mas discordam sobre mudanças nas regras de funcionamento.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, participa da reunião de chanceleres do G-20 ao lado do ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, no Rio de Janeiro, Brasil  Foto: Antonio Lacerda/EFE

Borrell criticou as propostas de criação de novos grupos multilaterais para solucionar problemas internacionais, que não costumam chegar a acordos, e propôs que é melhor fazer com que as que já existem funcionem melhor, com mecanismos de solução de controvérsias.

Segundo o diplomata, há cada vez mais vetos e menos consenso nos fóruns, por exemplo, no Conselho de Segurança das Nações Unidas. “As instituições de governança e financeiras devem estar abertas ao mundo emergente”, disse Borrell, referindo-se à África, América Latina e Ásia.

O mesmo acontece no âmbito financeiro, defendeu o representante europeu, para quem verbas públicas serão infucientes para lidar com os problemas de desenvolvimento e é preciso canalizar recursos privados para atingir os objetivos. Os países ricos

“Uma coisa é fazer um diagnóstico, outra aplicar a terapia”, resumiu o chefe da diplomacia europeia. “Não é somente sobre as insituições, é sobre a mentalidade. Precisamos ter um pensamento multilateralista, se quisermos que o multilateralismo funcione.”

Para o europeu, temos um mundo mais multipolar, mas com menos regras, o que cria desordem, e leva a menos governança multilateral.

Ucrânia retoma fluxo de exportações pré-invasão

Ao falar da guerra na Ucrânia, que completa dois anos no sábado, dia 24, Borrell afirmou que os países do G-20 ainda divergem e há diferentes abordagens sobre como atingir a paz e encerrar o confronto. A “agressão da Rússia”, disse ele, foi condenada, mas o representante do Kremlin no Rio, Serguei Lavrov, fez o contraponto às críticas. Outros países foram neutros.

Borrell destacou que a marinha da Ucrânia conseguiu afastar os navios russos de sua costa, o que permitiu a reestabelecer a negociação e a retomada do fluxo de mercadorias, sobretudo de grãos, praticado antes da guerra. No entanto, a preços maiores. Ele também reclamou que energia e comida foram transformadas em armas pela Rússia.

“A despeito de não termos mais um acordo (de grãos) como tínhamos graças à Turquia e à ONU, o fluxo de comida vindo da Ucrânia foi recuperada, graças ao sucesso militar das forças armadas ucranianas. Isso importa ao mundo todo, porque havia um aumento dos custos”, disse Borrell.

O diplomata europeu fez questão de ressaltar que, apesar da retomada no comércio de bens produzidos na Ucrânia, o país continua a ser alvejado pelos russos, sobretudo para “destruição” da infraestrutura civil, transportes, eletricidade e barragens. Por isso, ressaltou, Kiev deve ser apoiada. “Putin continua essa guerra, não há sinal de que a parte russa vai parar, aceitar um cessar-fogo, nada.”, resumiu. “Nem todos querem a paz. Os ucranianos querem mais do que todos.”

O alto representante disse que ninguém mais fala em discutir um plano de paz, e que a única fórmula na mesa e que deve ser discutida é a do presidente ucraniano Volodimir Zelenski.

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