BRUXELAS - A Comissão Europeia está trabalhando na criação de um passaporte sanitário europeu para viagens entre países da União Europeia (UE), que deverá ser lançado antes do final de junho. Enquanto isso, vários países começaram a adotar medidas para reabertura diante do período turístico.
Espanha
Em 2019, a Espanha recebeu 83,5 milhões de turistas estrangeiros, número que a tornou o segundo destino turístico mais procurado do mundo. Mas em 2020, o país, fortemente afetado pela covid-19, viu uma queda de 77% na procura.
Com seus bares, museus, restaurantes e teatros abertos de forma ininterrupta desde junho de 2020, a região de Madri - local com menos restrições na Espanha - tem sido nos últimos meses um paraíso para os turistas europeus que podem chegar até lá e participar de todo o entretenimento oferecido com um único requisito: apresentar um teste de PCR negativo feito em menos de 72 horas.
Desde o último domingo, 9, o toque de recolher foi suspenso e os espanhóis também estão autorizados a deixar suas cidades, exceto nas Ilhas Baleares e na comunidade valenciana.
O turismo representa 14,1% do PIB do país, de acordo com o World Tourism Council (WTTC), que reúne os principais operadores de turismo mundiais.
França
A França, líder mundial de visitação - com 90 milhões de turistas em 2019 - anunciou um calendário de reabertura em várias etapas a partir de 19 de maio, data em que suas lojas, museus, teatros e terraços poderão voltar a funcionar com vagas limitadas.
No dia 9 de junho, cafés e restaurantes poderão atender o público em espaços fechados. Turistas poderão usar seus passaportes sanitários para frequentar os lugares.
O país prevê reabertura no dia 30 de junho, desde que a taxa de contaminação permaneça abaixo dos 400 casos por 100 mil habitantes.
Caso contrário, os "freios de emergência" sanitários podem ser ativados.
Grécia
A Grécia, que reabriu seus terraços em 3 de maio, aposta em suas ilhas "covid-free" ("sem covid"), com esforço para completar a vacinação até meados de maio para acomodar os milhões de turistas que as visitam todos os anos.
As praias privadas abrem a partir deste sábado, 15, os museus abrem no dia 14 de maio, os cinemas ao ar livre a partir do dia 21 - com lotação reduzida - e os teatros no dia 28.
Desde meados de abril, a quarentena obrigatória de sete dias foi suspensa para viajantes que residem permanentemente na União Europeia, no Espaço Schengen, no Reino Unido, nos Estados Unidos, em Israel, na Sérvia e nos Emirados Árabes Unidos.
O turismo é responsável por mais de 20% do PIB grego, segundo o WTTC.
Itália
Com o objetivo de trazer de volta os turistas estrangeiros, a Itália pretende introduzir o passaporte nacional de vacinação a partir da segunda quinzena de maio, um mês antes da entrada em vigor do passaporte sanitário europeu, anunciado pela Comissão Europeia.
A autorização permitirá viagens para todas as regiões e será emitido nas mesmas condições que o passaporte europeu: ter sido vacinado ou ter tido a covid-19, comprovar o teste sorológico ou apresentar teste negativo para o vírus.
O salvo-conduto italiano "é válido para todos, portanto também e sobretudo para os turistas fora da União Europeia", afirmou o ministro do Turismo, Massimo Garavaglia.
"Os Estados Unidos e o Reino Unido constituem mais de 30% das chegadas de estrangeiros à Itália, são turistas que gastam muito", explicou.
A península também espera poder suspender até meados de maio a quarentena imposta a visitantes de outros países da UE, do Reino Unido e de Israel.
A quarentena obrigatória dos que vêm dos Estados Unidos será suspensa em junho.
Os cruzeiros também voltaram a funcionar nos portos italianos. Agora, bares e restaurantes podem atender seus clientes na área externa.
A Itália recebeu 64,5 milhões de viajantes em 2019, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT).
Malta
A ilha de Malta, que recebeu 2,8 milhões de turistas em 2019, de acordo com a OMT, oferece um cheque de até 200 euros por pessoa para se hospedar ao menos três noites em um hotel de alto padrão.
Esta oferta está limitada às primeiras 38 mil reservas.
Dependendo da evolução da pandemia no país de origem do turista, Malta pode exigir uma comprovação de vacinação contra o novo coronavírus ou um teste PCR negativo feito em menos de 72 horas. /AFP