Panorama econômico assustador aguarda Liz Truss no comando do Reino Unido


Nova primeira-ministra será recebida por uma longa lista de demandas

Por Eshe Nelson*
Atualização:

Ao longo das oito semanas recentes na disputa pela liderança do Partido Conservador, a gravidade dos problemas econômicos do Reino Unido apenas aumentou. A nova primeira-ministra, Liz Truss, será recebida por uma longa lista de demandas por apoio rápido e agressivo para aliviar a dor causada pelo custo de vida em elevação.

O espectro da estagflação paira sobre o novo governo: uma desagradável combinação entre economia estagnada e inflação alta. Os preços ao consumidor estão subindo no maior ritmo em quatro décadas, à medida que o índice de inflação excede 10% e, prevê-se, continuará aumentando.

Enquanto isso, a economia contraiu no segundo trimestre, e o Banco da Inglaterra está prevendo uma longa recessão a partir do fim deste ano, enquanto os salários se defasam e os orçamentos domésticos são pressionados por aumentos nos preços dos alimentos e da energia. Prevê-se que a renda dos lares, ajustada em função da inflação e dos impostos, terá queda acentuada neste ano e no próximo, no pior declínio já registrado desde os anos 60, afirmou o banco central.

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Jornais ingleses anunciam vitória de Liz Truss na eleição de primeiro-ministro no Reino Unido, em imagem desta terça-feira, 5. Truss é a terceira mulher da história a comandar o Reino Unido Foto: Isabel Infantes / AFP

O Reino Unido aplica um teto máximo para o valor das contas domésticas de energia, mas esse limite subirá 80% no início do próximo mês. E há chamados por ação urgente para ajudar lares de baixa renda, enquanto torna-se cada vez mais evidente que o pacote de ajuda distribuído em maio é inadequado. Liz Truss afirmou no domingo que deverá introduzir um pacote para ajudar as pessoas com as contas de energia em sua primeira semana no cargo.

Pequenas empresas — especialmente as intensivas em energia, como pubs e restaurantes — alertam para fechamentos generalizados durante o inverno porque não conseguirão pagar suas contas de energia. O setor dos bares afirmou que precisa haver uma intervenção “ágil e substancial” do governo para evitar perdas de emprego em grande escala.

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Há também um número crescente de greves no panorama, conforme trabalhadores de todos os setores exigem aumentos salariais em linha com a elevação no custo de vida. Entre os que protestam ou ameaçam protestar estão trabalhadores dos portos, enfermeiros, professores, condutores de trens e funcionários dos correios.

Além desses problemas imediatos, o Reino Unido também possui desafios econômicos a longo prazo para resolver. Como o novo governo tentará fazer o Brexit, que até agora tem tornado o comércio dos britânicos com seus vizinhos próximos mais moroso e mais custoso, ser bem-sucedido? O governo será capaz de reduzir a desigualdade econômica entre Londres e o restante do país? Em meio à crise de energia, o governo entrará no rumo para atender seus compromissos legalmente vinculantes de chegar a emissões de carbono iguais a zero?

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Os sombrios prospectos econômicos para o Reino Unido são evidentes nos mercados financeiros. A libra perdeu 4,5% de seu valor em relação ao dólar americano em agosto, seu pior desempenho mensal em quase seis anos, e agora é negociada a US$ 1,15. O valor da moeda britânica está em seu nível mais baixo desde março de 2020, aproximando-se do valor mais baixo desde 1985. O valor dos títulos do governo britânico despencou, à medida que os investidores se afastam de ativos britânicos e preveem que o banco central aumentará as taxas de juros acentuadamente para controlar a inflação. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

*Eshe Nelson é repórter radicada em Londres, onde escreve sobre empresas, economia britânica e finanças.

Ao longo das oito semanas recentes na disputa pela liderança do Partido Conservador, a gravidade dos problemas econômicos do Reino Unido apenas aumentou. A nova primeira-ministra, Liz Truss, será recebida por uma longa lista de demandas por apoio rápido e agressivo para aliviar a dor causada pelo custo de vida em elevação.

O espectro da estagflação paira sobre o novo governo: uma desagradável combinação entre economia estagnada e inflação alta. Os preços ao consumidor estão subindo no maior ritmo em quatro décadas, à medida que o índice de inflação excede 10% e, prevê-se, continuará aumentando.

Enquanto isso, a economia contraiu no segundo trimestre, e o Banco da Inglaterra está prevendo uma longa recessão a partir do fim deste ano, enquanto os salários se defasam e os orçamentos domésticos são pressionados por aumentos nos preços dos alimentos e da energia. Prevê-se que a renda dos lares, ajustada em função da inflação e dos impostos, terá queda acentuada neste ano e no próximo, no pior declínio já registrado desde os anos 60, afirmou o banco central.

Jornais ingleses anunciam vitória de Liz Truss na eleição de primeiro-ministro no Reino Unido, em imagem desta terça-feira, 5. Truss é a terceira mulher da história a comandar o Reino Unido Foto: Isabel Infantes / AFP

O Reino Unido aplica um teto máximo para o valor das contas domésticas de energia, mas esse limite subirá 80% no início do próximo mês. E há chamados por ação urgente para ajudar lares de baixa renda, enquanto torna-se cada vez mais evidente que o pacote de ajuda distribuído em maio é inadequado. Liz Truss afirmou no domingo que deverá introduzir um pacote para ajudar as pessoas com as contas de energia em sua primeira semana no cargo.

Pequenas empresas — especialmente as intensivas em energia, como pubs e restaurantes — alertam para fechamentos generalizados durante o inverno porque não conseguirão pagar suas contas de energia. O setor dos bares afirmou que precisa haver uma intervenção “ágil e substancial” do governo para evitar perdas de emprego em grande escala.

Há também um número crescente de greves no panorama, conforme trabalhadores de todos os setores exigem aumentos salariais em linha com a elevação no custo de vida. Entre os que protestam ou ameaçam protestar estão trabalhadores dos portos, enfermeiros, professores, condutores de trens e funcionários dos correios.

Além desses problemas imediatos, o Reino Unido também possui desafios econômicos a longo prazo para resolver. Como o novo governo tentará fazer o Brexit, que até agora tem tornado o comércio dos britânicos com seus vizinhos próximos mais moroso e mais custoso, ser bem-sucedido? O governo será capaz de reduzir a desigualdade econômica entre Londres e o restante do país? Em meio à crise de energia, o governo entrará no rumo para atender seus compromissos legalmente vinculantes de chegar a emissões de carbono iguais a zero?

Os sombrios prospectos econômicos para o Reino Unido são evidentes nos mercados financeiros. A libra perdeu 4,5% de seu valor em relação ao dólar americano em agosto, seu pior desempenho mensal em quase seis anos, e agora é negociada a US$ 1,15. O valor da moeda britânica está em seu nível mais baixo desde março de 2020, aproximando-se do valor mais baixo desde 1985. O valor dos títulos do governo britânico despencou, à medida que os investidores se afastam de ativos britânicos e preveem que o banco central aumentará as taxas de juros acentuadamente para controlar a inflação. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

*Eshe Nelson é repórter radicada em Londres, onde escreve sobre empresas, economia britânica e finanças.

Ao longo das oito semanas recentes na disputa pela liderança do Partido Conservador, a gravidade dos problemas econômicos do Reino Unido apenas aumentou. A nova primeira-ministra, Liz Truss, será recebida por uma longa lista de demandas por apoio rápido e agressivo para aliviar a dor causada pelo custo de vida em elevação.

O espectro da estagflação paira sobre o novo governo: uma desagradável combinação entre economia estagnada e inflação alta. Os preços ao consumidor estão subindo no maior ritmo em quatro décadas, à medida que o índice de inflação excede 10% e, prevê-se, continuará aumentando.

Enquanto isso, a economia contraiu no segundo trimestre, e o Banco da Inglaterra está prevendo uma longa recessão a partir do fim deste ano, enquanto os salários se defasam e os orçamentos domésticos são pressionados por aumentos nos preços dos alimentos e da energia. Prevê-se que a renda dos lares, ajustada em função da inflação e dos impostos, terá queda acentuada neste ano e no próximo, no pior declínio já registrado desde os anos 60, afirmou o banco central.

Jornais ingleses anunciam vitória de Liz Truss na eleição de primeiro-ministro no Reino Unido, em imagem desta terça-feira, 5. Truss é a terceira mulher da história a comandar o Reino Unido Foto: Isabel Infantes / AFP

O Reino Unido aplica um teto máximo para o valor das contas domésticas de energia, mas esse limite subirá 80% no início do próximo mês. E há chamados por ação urgente para ajudar lares de baixa renda, enquanto torna-se cada vez mais evidente que o pacote de ajuda distribuído em maio é inadequado. Liz Truss afirmou no domingo que deverá introduzir um pacote para ajudar as pessoas com as contas de energia em sua primeira semana no cargo.

Pequenas empresas — especialmente as intensivas em energia, como pubs e restaurantes — alertam para fechamentos generalizados durante o inverno porque não conseguirão pagar suas contas de energia. O setor dos bares afirmou que precisa haver uma intervenção “ágil e substancial” do governo para evitar perdas de emprego em grande escala.

Há também um número crescente de greves no panorama, conforme trabalhadores de todos os setores exigem aumentos salariais em linha com a elevação no custo de vida. Entre os que protestam ou ameaçam protestar estão trabalhadores dos portos, enfermeiros, professores, condutores de trens e funcionários dos correios.

Além desses problemas imediatos, o Reino Unido também possui desafios econômicos a longo prazo para resolver. Como o novo governo tentará fazer o Brexit, que até agora tem tornado o comércio dos britânicos com seus vizinhos próximos mais moroso e mais custoso, ser bem-sucedido? O governo será capaz de reduzir a desigualdade econômica entre Londres e o restante do país? Em meio à crise de energia, o governo entrará no rumo para atender seus compromissos legalmente vinculantes de chegar a emissões de carbono iguais a zero?

Os sombrios prospectos econômicos para o Reino Unido são evidentes nos mercados financeiros. A libra perdeu 4,5% de seu valor em relação ao dólar americano em agosto, seu pior desempenho mensal em quase seis anos, e agora é negociada a US$ 1,15. O valor da moeda britânica está em seu nível mais baixo desde março de 2020, aproximando-se do valor mais baixo desde 1985. O valor dos títulos do governo britânico despencou, à medida que os investidores se afastam de ativos britânicos e preveem que o banco central aumentará as taxas de juros acentuadamente para controlar a inflação. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

*Eshe Nelson é repórter radicada em Londres, onde escreve sobre empresas, economia britânica e finanças.

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