Parlamentar europeia corta cabelo e discursa em apoio aos protestos no Irã; veja vídeo


A eurodeputada sueca de origem iraquiana Abir al-Sahlani exigiu mais ações da União Europeia contra o governo do Irã enquanto cortava os cabelos em frente aos colegas

Por Redação
Atualização:

ESTRASBURGO, FRANÇA - A deputada sueca do Parlamento Europeu, Abir al-Sahlani, cortou o próprio cabelo durante um discurso na assembleia da União Europeia em apoio às manifestações de mulheres no Irã que já está em sua terceira semana. De origem iraquiana, a parlamentar pediu por ações mais duras do bloco europeu contra o Irã que vem sufocando de forma violenta os protestos que deflagraram após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da polícia da moralidade.

Sob as palavras “Jin, Jiyan, Azadi” (mulher, vida e liberdade) um antigo lema do movimento de independência curda que exalta o poder das mulheres dentro do movimento curdo, Abir al-Sahlani cortou os cabelos em frente aos colegas, em um ato que já foi repetido por diversas artistas mundo a fora em apoio às mulheres no Irã. O lema vem sendo repetido pelas manifestantes em vídeos que se espalham pelas redes.

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“Até que o Irã esteja livre, nossa fúria será maior que a dos opressores. Até que as mulheres do Irã estejam livres, vamos apoiar vocês”, disse. Ela também fez críticas diretas ao alto-representante do bloco para Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borell, por não se posicionar contra o regime iraniano.

“Já são 3 semanas de coragem contínua demonstradas pelas mulheres do Irã. Mulheres persas, hazaras e curdas estão pagando o preço máximo pela liberdade: suas vidas. Uma coragem não vista em você, senhor Borell, quando não aproveitou a coragem na Assembleia-Geral da ONU para se posicionar ao lado das mulheres do Irã”, afirmou a eurodeputada.

E continuou: “Chega de comunicados à imprensa, chega de murmúrios, é hora de se posicionar, é hora de agir. As mãos do regime dos mulás do Irã estão cheias de sangue. Ninguém, nem a história nem Alá, vão perdoá-los pelos crimes contra a humanidade que estão cometendo contra seus próprios cidadãos. Nós, o povo e cidadãos da UE exigimos o fim incondicional e imediato de toda violência contra as mulheres e homens do Irã.”

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Abir al-Sahlani postou foto em seu Instagram após cortar o cabelo no Parlamento Europeu em apoio às mulheres no Irã Foto: Reprodução/Instagram

Depois que Estados Unidos e Canadá anunciaram sanções contra o Irã, Josep Borrell, disse que o bloco europeu estava considerando a imposição de medidas similares por causa da repressão violenta aos protestos. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, alertou que a UE pode esperar “uma atitude recíproca”.

Três semanas de protestos

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O regime do Irã endureceu a repressão contra ativistas e artistas que aderiram aos protestos contra o governo e o uso obrigatório do hijab após a morte de Mahsa Amini. As manifestações pelo país estão em sua terceira semana e já espalharam para mais de 80 cidades, com amplo apoio de estudantes universitários e de ensino médio, cujos vídeos de meninas tirando seus hijab viralizaram nos últimos dias. Em resposta, o governo iraniano promoveu um apagão ao acesso a internet para conter os vídeos.

Amini, a jovem iraniana de origem curda, morreu em 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa pela polícia moral por supostamente violar o rígido código de vestimenta feminino, que inclui o uso de um véu sobre a cabeça. Uma onda de indignação agitou o país e o movimento de protesto se tornou o mais importante desde as manifestações de 2019 contra o aumento do preço da gasolina.

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No último fim de semana, um grupo de estudantes se reuniu e foi encurralado pela tropa de choque da polícia em um estacionamento subterrâneo da Universidade de Tecnologia de Sharif. Em seguida, foram presos. Desde então, grupos de estudantes muito mais jovens, muitas vezes meninas do ensino médio, tomaram a frente dos protestos que consistem em retirar os véus e gritar palavras de ordem contra o regime.

Como a eurodeputada sueca, várias mulheres aderiram ao movimento de cortar o próprio cabelo em frente as câmeras para demonstrar apoio aos protestos. Atrizes e cantoras francesas como Juliette Binoche, Isabelle Huppert, Marion Cotillard e Isabelle Adjani cortaram uma mecha do cabelo em solidariedade às mulheres iranianas.

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A convocação para cortar uma mecha de cabelo na frente da câmera surge após um manifesto publicado na terça-feira, 4, por mais de mil personalidades do cinema francês, como a atriz Léa Seydoux e o patrono do Festival de Cannes, Thierry Frambux, para “apoiar a revolta das mulheres no Irã”.

Mais de 90 pessoas já morreram desde 16 de setembro, segundo a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Por sua vez, as autoridades iranianas divulgaram um balanço de 60 mortos, incluindo 12 agentes de segurança. Mais de mil pessoas foram detidas e 620 já foram libertadas na província de Teerã, segundo as autoridades.

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O governo iraniano tenta responder aos protestos convocando “contramanifestações” a favor do regime e atribuem a países estrangeiros uma suposta tentativa de desestabilizar o país com as manifestações. O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse na segunda-feira, 3, que “motins e insegurança” no país foram causados pelos Estados Unidos e Israel.

O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, disse nesta quarta-feira, 5, que havia jovens participando das manifestações devido à influência das redes sociais. “O fato de haver jovens de 16 anos nesses eventos é uma consequência das redes sociais”, declarou o procurador-geral, segundo a agência ISNA.

Por sua vez, o ministro da Educação, Yousef Nouri, citado pela agência IRNA, assegurou que “os ataques do inimigo têm como alvo as universidades e os mundos da ciência e da educação”./Com informações da AFP

ESTRASBURGO, FRANÇA - A deputada sueca do Parlamento Europeu, Abir al-Sahlani, cortou o próprio cabelo durante um discurso na assembleia da União Europeia em apoio às manifestações de mulheres no Irã que já está em sua terceira semana. De origem iraquiana, a parlamentar pediu por ações mais duras do bloco europeu contra o Irã que vem sufocando de forma violenta os protestos que deflagraram após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da polícia da moralidade.

Sob as palavras “Jin, Jiyan, Azadi” (mulher, vida e liberdade) um antigo lema do movimento de independência curda que exalta o poder das mulheres dentro do movimento curdo, Abir al-Sahlani cortou os cabelos em frente aos colegas, em um ato que já foi repetido por diversas artistas mundo a fora em apoio às mulheres no Irã. O lema vem sendo repetido pelas manifestantes em vídeos que se espalham pelas redes.

“Até que o Irã esteja livre, nossa fúria será maior que a dos opressores. Até que as mulheres do Irã estejam livres, vamos apoiar vocês”, disse. Ela também fez críticas diretas ao alto-representante do bloco para Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borell, por não se posicionar contra o regime iraniano.

“Já são 3 semanas de coragem contínua demonstradas pelas mulheres do Irã. Mulheres persas, hazaras e curdas estão pagando o preço máximo pela liberdade: suas vidas. Uma coragem não vista em você, senhor Borell, quando não aproveitou a coragem na Assembleia-Geral da ONU para se posicionar ao lado das mulheres do Irã”, afirmou a eurodeputada.

E continuou: “Chega de comunicados à imprensa, chega de murmúrios, é hora de se posicionar, é hora de agir. As mãos do regime dos mulás do Irã estão cheias de sangue. Ninguém, nem a história nem Alá, vão perdoá-los pelos crimes contra a humanidade que estão cometendo contra seus próprios cidadãos. Nós, o povo e cidadãos da UE exigimos o fim incondicional e imediato de toda violência contra as mulheres e homens do Irã.”

Abir al-Sahlani postou foto em seu Instagram após cortar o cabelo no Parlamento Europeu em apoio às mulheres no Irã Foto: Reprodução/Instagram

Depois que Estados Unidos e Canadá anunciaram sanções contra o Irã, Josep Borrell, disse que o bloco europeu estava considerando a imposição de medidas similares por causa da repressão violenta aos protestos. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, alertou que a UE pode esperar “uma atitude recíproca”.

Três semanas de protestos

O regime do Irã endureceu a repressão contra ativistas e artistas que aderiram aos protestos contra o governo e o uso obrigatório do hijab após a morte de Mahsa Amini. As manifestações pelo país estão em sua terceira semana e já espalharam para mais de 80 cidades, com amplo apoio de estudantes universitários e de ensino médio, cujos vídeos de meninas tirando seus hijab viralizaram nos últimos dias. Em resposta, o governo iraniano promoveu um apagão ao acesso a internet para conter os vídeos.

Amini, a jovem iraniana de origem curda, morreu em 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa pela polícia moral por supostamente violar o rígido código de vestimenta feminino, que inclui o uso de um véu sobre a cabeça. Uma onda de indignação agitou o país e o movimento de protesto se tornou o mais importante desde as manifestações de 2019 contra o aumento do preço da gasolina.

No último fim de semana, um grupo de estudantes se reuniu e foi encurralado pela tropa de choque da polícia em um estacionamento subterrâneo da Universidade de Tecnologia de Sharif. Em seguida, foram presos. Desde então, grupos de estudantes muito mais jovens, muitas vezes meninas do ensino médio, tomaram a frente dos protestos que consistem em retirar os véus e gritar palavras de ordem contra o regime.

Como a eurodeputada sueca, várias mulheres aderiram ao movimento de cortar o próprio cabelo em frente as câmeras para demonstrar apoio aos protestos. Atrizes e cantoras francesas como Juliette Binoche, Isabelle Huppert, Marion Cotillard e Isabelle Adjani cortaram uma mecha do cabelo em solidariedade às mulheres iranianas.

A convocação para cortar uma mecha de cabelo na frente da câmera surge após um manifesto publicado na terça-feira, 4, por mais de mil personalidades do cinema francês, como a atriz Léa Seydoux e o patrono do Festival de Cannes, Thierry Frambux, para “apoiar a revolta das mulheres no Irã”.

Mais de 90 pessoas já morreram desde 16 de setembro, segundo a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Por sua vez, as autoridades iranianas divulgaram um balanço de 60 mortos, incluindo 12 agentes de segurança. Mais de mil pessoas foram detidas e 620 já foram libertadas na província de Teerã, segundo as autoridades.

O governo iraniano tenta responder aos protestos convocando “contramanifestações” a favor do regime e atribuem a países estrangeiros uma suposta tentativa de desestabilizar o país com as manifestações. O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse na segunda-feira, 3, que “motins e insegurança” no país foram causados pelos Estados Unidos e Israel.

O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, disse nesta quarta-feira, 5, que havia jovens participando das manifestações devido à influência das redes sociais. “O fato de haver jovens de 16 anos nesses eventos é uma consequência das redes sociais”, declarou o procurador-geral, segundo a agência ISNA.

Por sua vez, o ministro da Educação, Yousef Nouri, citado pela agência IRNA, assegurou que “os ataques do inimigo têm como alvo as universidades e os mundos da ciência e da educação”./Com informações da AFP

ESTRASBURGO, FRANÇA - A deputada sueca do Parlamento Europeu, Abir al-Sahlani, cortou o próprio cabelo durante um discurso na assembleia da União Europeia em apoio às manifestações de mulheres no Irã que já está em sua terceira semana. De origem iraquiana, a parlamentar pediu por ações mais duras do bloco europeu contra o Irã que vem sufocando de forma violenta os protestos que deflagraram após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da polícia da moralidade.

Sob as palavras “Jin, Jiyan, Azadi” (mulher, vida e liberdade) um antigo lema do movimento de independência curda que exalta o poder das mulheres dentro do movimento curdo, Abir al-Sahlani cortou os cabelos em frente aos colegas, em um ato que já foi repetido por diversas artistas mundo a fora em apoio às mulheres no Irã. O lema vem sendo repetido pelas manifestantes em vídeos que se espalham pelas redes.

“Até que o Irã esteja livre, nossa fúria será maior que a dos opressores. Até que as mulheres do Irã estejam livres, vamos apoiar vocês”, disse. Ela também fez críticas diretas ao alto-representante do bloco para Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borell, por não se posicionar contra o regime iraniano.

“Já são 3 semanas de coragem contínua demonstradas pelas mulheres do Irã. Mulheres persas, hazaras e curdas estão pagando o preço máximo pela liberdade: suas vidas. Uma coragem não vista em você, senhor Borell, quando não aproveitou a coragem na Assembleia-Geral da ONU para se posicionar ao lado das mulheres do Irã”, afirmou a eurodeputada.

E continuou: “Chega de comunicados à imprensa, chega de murmúrios, é hora de se posicionar, é hora de agir. As mãos do regime dos mulás do Irã estão cheias de sangue. Ninguém, nem a história nem Alá, vão perdoá-los pelos crimes contra a humanidade que estão cometendo contra seus próprios cidadãos. Nós, o povo e cidadãos da UE exigimos o fim incondicional e imediato de toda violência contra as mulheres e homens do Irã.”

Abir al-Sahlani postou foto em seu Instagram após cortar o cabelo no Parlamento Europeu em apoio às mulheres no Irã Foto: Reprodução/Instagram

Depois que Estados Unidos e Canadá anunciaram sanções contra o Irã, Josep Borrell, disse que o bloco europeu estava considerando a imposição de medidas similares por causa da repressão violenta aos protestos. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, alertou que a UE pode esperar “uma atitude recíproca”.

Três semanas de protestos

O regime do Irã endureceu a repressão contra ativistas e artistas que aderiram aos protestos contra o governo e o uso obrigatório do hijab após a morte de Mahsa Amini. As manifestações pelo país estão em sua terceira semana e já espalharam para mais de 80 cidades, com amplo apoio de estudantes universitários e de ensino médio, cujos vídeos de meninas tirando seus hijab viralizaram nos últimos dias. Em resposta, o governo iraniano promoveu um apagão ao acesso a internet para conter os vídeos.

Amini, a jovem iraniana de origem curda, morreu em 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa pela polícia moral por supostamente violar o rígido código de vestimenta feminino, que inclui o uso de um véu sobre a cabeça. Uma onda de indignação agitou o país e o movimento de protesto se tornou o mais importante desde as manifestações de 2019 contra o aumento do preço da gasolina.

No último fim de semana, um grupo de estudantes se reuniu e foi encurralado pela tropa de choque da polícia em um estacionamento subterrâneo da Universidade de Tecnologia de Sharif. Em seguida, foram presos. Desde então, grupos de estudantes muito mais jovens, muitas vezes meninas do ensino médio, tomaram a frente dos protestos que consistem em retirar os véus e gritar palavras de ordem contra o regime.

Como a eurodeputada sueca, várias mulheres aderiram ao movimento de cortar o próprio cabelo em frente as câmeras para demonstrar apoio aos protestos. Atrizes e cantoras francesas como Juliette Binoche, Isabelle Huppert, Marion Cotillard e Isabelle Adjani cortaram uma mecha do cabelo em solidariedade às mulheres iranianas.

A convocação para cortar uma mecha de cabelo na frente da câmera surge após um manifesto publicado na terça-feira, 4, por mais de mil personalidades do cinema francês, como a atriz Léa Seydoux e o patrono do Festival de Cannes, Thierry Frambux, para “apoiar a revolta das mulheres no Irã”.

Mais de 90 pessoas já morreram desde 16 de setembro, segundo a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Por sua vez, as autoridades iranianas divulgaram um balanço de 60 mortos, incluindo 12 agentes de segurança. Mais de mil pessoas foram detidas e 620 já foram libertadas na província de Teerã, segundo as autoridades.

O governo iraniano tenta responder aos protestos convocando “contramanifestações” a favor do regime e atribuem a países estrangeiros uma suposta tentativa de desestabilizar o país com as manifestações. O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse na segunda-feira, 3, que “motins e insegurança” no país foram causados pelos Estados Unidos e Israel.

O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, disse nesta quarta-feira, 5, que havia jovens participando das manifestações devido à influência das redes sociais. “O fato de haver jovens de 16 anos nesses eventos é uma consequência das redes sociais”, declarou o procurador-geral, segundo a agência ISNA.

Por sua vez, o ministro da Educação, Yousef Nouri, citado pela agência IRNA, assegurou que “os ataques do inimigo têm como alvo as universidades e os mundos da ciência e da educação”./Com informações da AFP

ESTRASBURGO, FRANÇA - A deputada sueca do Parlamento Europeu, Abir al-Sahlani, cortou o próprio cabelo durante um discurso na assembleia da União Europeia em apoio às manifestações de mulheres no Irã que já está em sua terceira semana. De origem iraquiana, a parlamentar pediu por ações mais duras do bloco europeu contra o Irã que vem sufocando de forma violenta os protestos que deflagraram após a morte de Mahsa Amini, 22 anos, sob custódia da polícia da moralidade.

Sob as palavras “Jin, Jiyan, Azadi” (mulher, vida e liberdade) um antigo lema do movimento de independência curda que exalta o poder das mulheres dentro do movimento curdo, Abir al-Sahlani cortou os cabelos em frente aos colegas, em um ato que já foi repetido por diversas artistas mundo a fora em apoio às mulheres no Irã. O lema vem sendo repetido pelas manifestantes em vídeos que se espalham pelas redes.

“Até que o Irã esteja livre, nossa fúria será maior que a dos opressores. Até que as mulheres do Irã estejam livres, vamos apoiar vocês”, disse. Ela também fez críticas diretas ao alto-representante do bloco para Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borell, por não se posicionar contra o regime iraniano.

“Já são 3 semanas de coragem contínua demonstradas pelas mulheres do Irã. Mulheres persas, hazaras e curdas estão pagando o preço máximo pela liberdade: suas vidas. Uma coragem não vista em você, senhor Borell, quando não aproveitou a coragem na Assembleia-Geral da ONU para se posicionar ao lado das mulheres do Irã”, afirmou a eurodeputada.

E continuou: “Chega de comunicados à imprensa, chega de murmúrios, é hora de se posicionar, é hora de agir. As mãos do regime dos mulás do Irã estão cheias de sangue. Ninguém, nem a história nem Alá, vão perdoá-los pelos crimes contra a humanidade que estão cometendo contra seus próprios cidadãos. Nós, o povo e cidadãos da UE exigimos o fim incondicional e imediato de toda violência contra as mulheres e homens do Irã.”

Abir al-Sahlani postou foto em seu Instagram após cortar o cabelo no Parlamento Europeu em apoio às mulheres no Irã Foto: Reprodução/Instagram

Depois que Estados Unidos e Canadá anunciaram sanções contra o Irã, Josep Borrell, disse que o bloco europeu estava considerando a imposição de medidas similares por causa da repressão violenta aos protestos. Em resposta, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, alertou que a UE pode esperar “uma atitude recíproca”.

Três semanas de protestos

O regime do Irã endureceu a repressão contra ativistas e artistas que aderiram aos protestos contra o governo e o uso obrigatório do hijab após a morte de Mahsa Amini. As manifestações pelo país estão em sua terceira semana e já espalharam para mais de 80 cidades, com amplo apoio de estudantes universitários e de ensino médio, cujos vídeos de meninas tirando seus hijab viralizaram nos últimos dias. Em resposta, o governo iraniano promoveu um apagão ao acesso a internet para conter os vídeos.

Amini, a jovem iraniana de origem curda, morreu em 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa pela polícia moral por supostamente violar o rígido código de vestimenta feminino, que inclui o uso de um véu sobre a cabeça. Uma onda de indignação agitou o país e o movimento de protesto se tornou o mais importante desde as manifestações de 2019 contra o aumento do preço da gasolina.

No último fim de semana, um grupo de estudantes se reuniu e foi encurralado pela tropa de choque da polícia em um estacionamento subterrâneo da Universidade de Tecnologia de Sharif. Em seguida, foram presos. Desde então, grupos de estudantes muito mais jovens, muitas vezes meninas do ensino médio, tomaram a frente dos protestos que consistem em retirar os véus e gritar palavras de ordem contra o regime.

Como a eurodeputada sueca, várias mulheres aderiram ao movimento de cortar o próprio cabelo em frente as câmeras para demonstrar apoio aos protestos. Atrizes e cantoras francesas como Juliette Binoche, Isabelle Huppert, Marion Cotillard e Isabelle Adjani cortaram uma mecha do cabelo em solidariedade às mulheres iranianas.

A convocação para cortar uma mecha de cabelo na frente da câmera surge após um manifesto publicado na terça-feira, 4, por mais de mil personalidades do cinema francês, como a atriz Léa Seydoux e o patrono do Festival de Cannes, Thierry Frambux, para “apoiar a revolta das mulheres no Irã”.

Mais de 90 pessoas já morreram desde 16 de setembro, segundo a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega. Por sua vez, as autoridades iranianas divulgaram um balanço de 60 mortos, incluindo 12 agentes de segurança. Mais de mil pessoas foram detidas e 620 já foram libertadas na província de Teerã, segundo as autoridades.

O governo iraniano tenta responder aos protestos convocando “contramanifestações” a favor do regime e atribuem a países estrangeiros uma suposta tentativa de desestabilizar o país com as manifestações. O líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse na segunda-feira, 3, que “motins e insegurança” no país foram causados pelos Estados Unidos e Israel.

O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, disse nesta quarta-feira, 5, que havia jovens participando das manifestações devido à influência das redes sociais. “O fato de haver jovens de 16 anos nesses eventos é uma consequência das redes sociais”, declarou o procurador-geral, segundo a agência ISNA.

Por sua vez, o ministro da Educação, Yousef Nouri, citado pela agência IRNA, assegurou que “os ataques do inimigo têm como alvo as universidades e os mundos da ciência e da educação”./Com informações da AFP

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