Parlamento da Nicarágua fecha 24 ONGs críticas à gestão da pandemia


Organizações são acusadas de violar regras de funcionamento; ação acontece em meio a uma onda de prisões de opositores do presidente Daniel Ortega

Por Redação
Atualização:

MANÁGUA - O Parlamento da Nicarágua cancelou nesta quarta-feira a personalidade jurídica de 24 organizações da sociedade civil, a maioria delas associações médicas, acusando-as de violar as regras de funcionamento. Os atingidos afirmam sofrer retaliação por críticas à gestão da pandemia no país. A ação acontece em meio a uma onda de prisões de opositores do presidente Daniel Ortega.

A medida, solicitada pelo Ministério do Interior (Mingob) e aprovada por uma maioria de 70 deputados do partido no poder, prevê ainda que os bens dessas entidades passem a ser "propriedades do Estado.”

“Não há desejo de perseguir ou prejudicar nenhuma ONG, apenas a lei está sendo aplicada”, afirmou ao plenário o deputado liberal e aliado do partido no poder Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) Wilfredo Navarro.

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O parlamentar alegou que algumas organizações estão há mais de 10 anos “dormindo o sono dos justos, sem cumprir os requisitos” da lei para continuar operando.

Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega (D), discursa em Manágua ao lado da mulher e vice-presidente, Rosario Murillo Foto: Nicaraguan Presidency/AFP

Entre as entidades fechadas estão associações de pacientes com insuficiência renal, nefrologia, diabetes, pneumologia, climatério e menopausa, infectologia e reanimação, anestesia, tratamento da dor, entre outras.

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Os profissionais de saúde rejeitaram a medida por considerarem que afetará os beneficiários desses serviços e afirmaram que a medida é uma tentativa do governo de "silenciar as denúncias [de especialistas] sobre a má gestão da pandemia e da saúde".

A Nicarágua, um dos países que não aplicou medidas para conter a pandemia, relata oficialmente 9.651 casos e 194 mortes por covid-19, mas esses números são questionados por grupos independentes de médicos e cidadãos.

O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH) denunciou que o cancelamento da personalidade jurídica das 24 ONGs que “salvaguardam a saúde e a vida dos nicaraguenses” é uma violação do direito à liberdade de associação.

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Em 2018, em meio a uma crise política desencadeada por protestos antigovernamentais, o Parlamento anulou o status legal de 10 ONGs, incluindo o CENIDH, acusadas de promover atividades "terroristas" e "golpistas".

A ação acontece em um momento de perseguição a dissidentes na Nicarágua. O governo Ortega prendeu dezenas de pessoas nos últimos meses. Entre elas, estão sete candidatos presidenciais -- em 7 de novembro, Ortega busca sua terceira reeleição consecutiva para um quarto mandato de cinco anos, e o segundo com sua mulhera, Rosario Murillo, como vice-presidente. 

Novos candidatos

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A oposição Alianza Ciudadanos por la Libertad (CxL) apresentou nesta quarta-feira, 28, sua chapa presidencial, que desafiará o presidente nicaraguense Daniel Ortega nas eleições gerais de 7 de novembro, em meio a uma onda de prisões de líderes políticos e civis.

O ex-chefe da Resistência da Nicarágua Oscar Sobalvarro e a ex-rainha da beleza Berenice Quezada foram proclamados candidatos a presidente e vice-presidente, respectivamente, pela Alianza. A chapa foi apresentada em um hotel em Manágua, em evento protegido pela Polícia Nacional. /AFP e EFE

MANÁGUA - O Parlamento da Nicarágua cancelou nesta quarta-feira a personalidade jurídica de 24 organizações da sociedade civil, a maioria delas associações médicas, acusando-as de violar as regras de funcionamento. Os atingidos afirmam sofrer retaliação por críticas à gestão da pandemia no país. A ação acontece em meio a uma onda de prisões de opositores do presidente Daniel Ortega.

A medida, solicitada pelo Ministério do Interior (Mingob) e aprovada por uma maioria de 70 deputados do partido no poder, prevê ainda que os bens dessas entidades passem a ser "propriedades do Estado.”

“Não há desejo de perseguir ou prejudicar nenhuma ONG, apenas a lei está sendo aplicada”, afirmou ao plenário o deputado liberal e aliado do partido no poder Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) Wilfredo Navarro.

O parlamentar alegou que algumas organizações estão há mais de 10 anos “dormindo o sono dos justos, sem cumprir os requisitos” da lei para continuar operando.

Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega (D), discursa em Manágua ao lado da mulher e vice-presidente, Rosario Murillo Foto: Nicaraguan Presidency/AFP

Entre as entidades fechadas estão associações de pacientes com insuficiência renal, nefrologia, diabetes, pneumologia, climatério e menopausa, infectologia e reanimação, anestesia, tratamento da dor, entre outras.

Os profissionais de saúde rejeitaram a medida por considerarem que afetará os beneficiários desses serviços e afirmaram que a medida é uma tentativa do governo de "silenciar as denúncias [de especialistas] sobre a má gestão da pandemia e da saúde".

A Nicarágua, um dos países que não aplicou medidas para conter a pandemia, relata oficialmente 9.651 casos e 194 mortes por covid-19, mas esses números são questionados por grupos independentes de médicos e cidadãos.

O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH) denunciou que o cancelamento da personalidade jurídica das 24 ONGs que “salvaguardam a saúde e a vida dos nicaraguenses” é uma violação do direito à liberdade de associação.

Em 2018, em meio a uma crise política desencadeada por protestos antigovernamentais, o Parlamento anulou o status legal de 10 ONGs, incluindo o CENIDH, acusadas de promover atividades "terroristas" e "golpistas".

A ação acontece em um momento de perseguição a dissidentes na Nicarágua. O governo Ortega prendeu dezenas de pessoas nos últimos meses. Entre elas, estão sete candidatos presidenciais -- em 7 de novembro, Ortega busca sua terceira reeleição consecutiva para um quarto mandato de cinco anos, e o segundo com sua mulhera, Rosario Murillo, como vice-presidente. 

Novos candidatos

A oposição Alianza Ciudadanos por la Libertad (CxL) apresentou nesta quarta-feira, 28, sua chapa presidencial, que desafiará o presidente nicaraguense Daniel Ortega nas eleições gerais de 7 de novembro, em meio a uma onda de prisões de líderes políticos e civis.

O ex-chefe da Resistência da Nicarágua Oscar Sobalvarro e a ex-rainha da beleza Berenice Quezada foram proclamados candidatos a presidente e vice-presidente, respectivamente, pela Alianza. A chapa foi apresentada em um hotel em Manágua, em evento protegido pela Polícia Nacional. /AFP e EFE

MANÁGUA - O Parlamento da Nicarágua cancelou nesta quarta-feira a personalidade jurídica de 24 organizações da sociedade civil, a maioria delas associações médicas, acusando-as de violar as regras de funcionamento. Os atingidos afirmam sofrer retaliação por críticas à gestão da pandemia no país. A ação acontece em meio a uma onda de prisões de opositores do presidente Daniel Ortega.

A medida, solicitada pelo Ministério do Interior (Mingob) e aprovada por uma maioria de 70 deputados do partido no poder, prevê ainda que os bens dessas entidades passem a ser "propriedades do Estado.”

“Não há desejo de perseguir ou prejudicar nenhuma ONG, apenas a lei está sendo aplicada”, afirmou ao plenário o deputado liberal e aliado do partido no poder Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) Wilfredo Navarro.

O parlamentar alegou que algumas organizações estão há mais de 10 anos “dormindo o sono dos justos, sem cumprir os requisitos” da lei para continuar operando.

Presidente da Nicarágua, Daniel Ortega (D), discursa em Manágua ao lado da mulher e vice-presidente, Rosario Murillo Foto: Nicaraguan Presidency/AFP

Entre as entidades fechadas estão associações de pacientes com insuficiência renal, nefrologia, diabetes, pneumologia, climatério e menopausa, infectologia e reanimação, anestesia, tratamento da dor, entre outras.

Os profissionais de saúde rejeitaram a medida por considerarem que afetará os beneficiários desses serviços e afirmaram que a medida é uma tentativa do governo de "silenciar as denúncias [de especialistas] sobre a má gestão da pandemia e da saúde".

A Nicarágua, um dos países que não aplicou medidas para conter a pandemia, relata oficialmente 9.651 casos e 194 mortes por covid-19, mas esses números são questionados por grupos independentes de médicos e cidadãos.

O Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH) denunciou que o cancelamento da personalidade jurídica das 24 ONGs que “salvaguardam a saúde e a vida dos nicaraguenses” é uma violação do direito à liberdade de associação.

Em 2018, em meio a uma crise política desencadeada por protestos antigovernamentais, o Parlamento anulou o status legal de 10 ONGs, incluindo o CENIDH, acusadas de promover atividades "terroristas" e "golpistas".

A ação acontece em um momento de perseguição a dissidentes na Nicarágua. O governo Ortega prendeu dezenas de pessoas nos últimos meses. Entre elas, estão sete candidatos presidenciais -- em 7 de novembro, Ortega busca sua terceira reeleição consecutiva para um quarto mandato de cinco anos, e o segundo com sua mulhera, Rosario Murillo, como vice-presidente. 

Novos candidatos

A oposição Alianza Ciudadanos por la Libertad (CxL) apresentou nesta quarta-feira, 28, sua chapa presidencial, que desafiará o presidente nicaraguense Daniel Ortega nas eleições gerais de 7 de novembro, em meio a uma onda de prisões de líderes políticos e civis.

O ex-chefe da Resistência da Nicarágua Oscar Sobalvarro e a ex-rainha da beleza Berenice Quezada foram proclamados candidatos a presidente e vice-presidente, respectivamente, pela Alianza. A chapa foi apresentada em um hotel em Manágua, em evento protegido pela Polícia Nacional. /AFP e EFE

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