QUITO - A Comissão de Fiscalização da Assembleia Nacional (Parlamento) do Equador notificou nesta quinta-feira, 6, o presidente do país, o conservador Guillermo Lasso, sobre o pedido de julgamento político contra ele feito pela oposição. Os adversários do presidente o acusam de ter cometido peculato em empresas públicas.
O presidente da Comissão de Controle, Fernando Villavicencio, em seu perfil no Twitter, mostrou um documento no qual o presidente Lasso foi notificado e indicou o advogado Edgar Neira Orellana para defendê-lo.
O presidente terá dez dias para apresentar as provas de defesa, que serão incorporadas ao processo de elaboração de relatório da Comissão de Fiscalização. No próximo passo, a comissão deverá recomendar ou não o prosseguimento do julgamento. Se aprovado, o processo seguirá para uma sessão plenária da Assembleia.
A possibilidade de um processo político já foi admitida pelo Tribunal Constitucional, órgão máximo de controle da Carta Magna do país, que aceitou a acusação de peculato contra Lasso. Ela rejeitou, porém, a acusação de concussão, para a qual a oposição também pediu o impeachment do presidente, que tomou posse em 2021.
Para aprovar o impeachment são necessários 92 votos, o que equivale a dois terços da Assembleia Nacional, composta por 137 legisladores. A oposição domina o Parlamento, mas sem coesão entre os partidos.
Lasso, em mensagem pública divulgada na semana passada, declarou-se inocente das acusações feitas contra ele pela oposição e acrescentou que, de acordo com ele, o julgamento político “cheira muito mal”.
Denúncia
A acusação da oposição se baseia em uma denúncia feita pelo site La Posta. O site apontou uma estrutura de corrupção para a atribuição de cargos públicos em empresas estatais criada por Danilo Carrera, cunhado da Lasso, que não ocupou cargos governamentais.
Também está envolvido no caso Hernán Luque, ex-delegado do presidente no conselho da Empresa Coordenadora de Empresas Públicas (EMCO), e o empresário Rubén Cherres, que é próximo a Carrera e está sendo investigado pelo Ministério Público por tráfico de drogas. /EFE