Um ingresso para o submarino turístico que visitava os destroços do Titanic e desapareceu nesta segunda-feira, 19, custava até US$ 250 mil por pessoa, o equivalente a R$ 1,2 milhão. A estimativa foi feita por Stockton Rush, presidente da OceanGate Expeditions, a empresa responsável pela viagem, ao New York Times.
Segundo ele, o interesse do público pelo naufrágio, ocorrido em 1912, justifica a demanda pela exploração privada da região
“Nenhuma entidade pública vai financiar o retorno ao Titanic”, disse Rush. “Existem outros sites que são mais recentes e provavelmente de maior valor científico.”
A OceanGate leva turistas pagantes em submersíveis a desfiladeiros subaquáticos e naufrágios, incluindo o Titanic. No ano passado, ele compartilhou um vídeo de um minuto obtido durante uma de suas viagens ao local do naufrágio, descoberto em 1985, a menos de 400 milhas da Terra Nova.
Como funcionava o passeio?
Os mergulhos duram cerca de oito horas, incluindo as 2,5 horas estimadas em cada trecho para descer e subir. Cientistas e historiadores fornecem contexto sobre a viagem e alguns realizam pesquisas no local, que se tornou um recife que abriga muitos organismos.
A equipe também documenta os destroços com câmeras de alta definição para monitorar sua deterioração e capturá-los em detalhes. Rush disse que a alta qualidade da filmagem permitiu que os pesquisadores olhassem ainda mais de perto o local sem ter que ir debaixo d’água.
Ao NY Times, o dono da empresa comparou as viagens da OceanGate ao turismo espacial, dizendo que as viagens comerciais foram o primeiro passo para expandir o uso dos submersíveis para atividades industriais, como inspeção e manutenção de plataformas subaquáticas de petróleo.
“Para aqueles que pensam que é caro, é uma fração do custo de ir ao espaço e é muito caro para nós pegar essas naves e ir até lá”, disse Rush. “E as pessoas que não gostam que ninguém ganhe dinheiro esquecem o fato de que essa é a única maneira de fazer qualquer coisa neste mundo se houver lucro ou necessidade militar.”/NYT