LIMA - O governo do Peru vai proibir a entrada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e dos integrantes da cúpula de seu governo no país, bem como suas transferências bancárias em instituições financeiras peruanas. A medida, anunciada ontem pela chancelaria peruana, segue o acordo fechado na semana passada em reunião do Grupo de Lima - que reúne países da região que monitoram a crise na Venezuela.
“Vamos dirigir uma comunicação nesta manhã à Superintendência de Migrações, com uma lista de todos os membros vinculados à cúpula do regime de Maduro, familiares incluídos, para que não possam ingressar no país”, disse o chanceler peruano Néstor Popolizio à rádio local RPP.O ministro acrescentou que a medida entrará em vigor imediatamente.
Entidades responsáveis pelo controle de transferências bancárias no Peru também poderão congelar ativos da cúpula chavista, segundo o chanceler.
Com exceção do México, agora governado pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador, todos os países do grupo concordaram também em não reconhecer o segundo mandato de Maduro, que começa na quinta-feira.
O chanceler ainda afirmou que, apesar de atualmente não existir a necessidade de visto para venezuelanos entrarem no Peru, o país pode impor algumas restrições migratórias em virtude do aumento do número de refugiados venezuelanos no país, atualmente estimado em 431 mil pessoas.
Ainda de acordo com Popolizio, o principal objetivo da reunião do Grupo de Lima é apoiar a Assembleia Nacional, eleita de 2015 e maioria opositora, que teve os poderes anulados pela Justiça chavista. O grupo pretende pressionar Maduro a entregar o poder e iniciar uma transição.
O governo venezuelano, por sua vez, acusa o Grupo de Lima de apoiar um suposto golpe de Estado com apoio dos Estados Unidos. “Expressamos nossa perplexidade com a extravagante declaração desses países”, disse em nota o chanceler Jorge Arreaza. /AFP