Plano de transição no Haiti fracassa por falta de acordo entre partidos políticos


Crise política mergulha Haiti na violência e desconfiança dos cidadãos na comunidade internacional reduz espaço para acordos

Por Redação

PORTO PRÍNCIPE - Uma proposta para instalar uma nova liderança no Haiti ficou mais distante nesta quarta-feira, 13, quando alguns partidos políticos rejeitaram o plano para criar um conselho presidencial para gerir a transição. O primeiro-ministro Ariel Henry anunciou na segunda-feira que renunciará assim que o conselho for formado para dar alguma estabilidade ao país caribenho, devastado pela violência de gangues.

O painel será responsável pela seleção de um primeiro-ministro interino e de um conselho de ministros que deverá traçar um novo caminho político para o país. A violência fechou escolas e empresas e abalou a vida cotidiana em todo o Haiti. As Nações Unidas informaram ontem que vão tirar seu pessoal não essencial do país.

Moïse Jean-Charles, ex-senador e candidato presidencial que se aliou ao ex-líder rebelde Guy Philippe, disse à Radio Télé Métronome que não participaria. Philippe, que ajudou a liderar uma revolta bem-sucedida em 2004 contra o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide e foi recentemente libertado de uma prisão americana depois de se declarar culpado de lavagem de dinheiro, disse, por sua vez, que nenhum haitiano deveria aceitar qualquer proposta da comunidade internacional.

continua após a publicidade
Membros armados da gangue "G9 an fanmi" ficam de guarda em seu bloqueio de estrada no bairro de Delmas 6, em Porto Príncipe, Haiti, segunda-feira, 11 de março de 2024. Foto: Odelyn Joseph / AP

Num vídeo publicado nas redes sociais, Philippe acusou a comunidade internacional de ser cúmplice da elite haitiana e dos políticos corruptos e exortou os haitianos a saírem às ruas. “A decisão do Caricom não é a nossa decisão”, disse ele, referindo-se ao bloco regional cujos líderes apresentaram o plano para criar um conselho de transição. “Os haitianos decidirão quem governará o Haiti.”

Outros políticos haitianos de alto nível recusaram-se a participar do conselho de transição proposto. Entre eles, Himmler Rébu, ex-coronel do Exército haitiano e presidente do Grande Rally para a Evolução do Haiti, um partido que faz parte de uma coalizão que recebeu uma vaga no conselho de transição. Ele afirmou que o partido prefere que um juiz da Suprema Corte do Haiti assuma as rédeas do poder.

continua após a publicidade

O plano surgiu na segunda-feira à noite após uma reunião urgente, em Kingston, capital da Jamaica, que envolveu os líderes da Caricom, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e outros que procuravam uma solução para estancar a crise de violência no Haiti. Horas depois, o primeiro-ministro, que não participou da reunião, confirmou que se demitiria assim que o conselho fosse criado.

A posição de Henry, no poder desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, estava cada vez mais frágil desde o início de março, quando as principais gangues armadas se aliaram para exigir sua renúncia, mergulhando o país na violência mais implacável.

Pneus incendiados bloqueiam ruas de Porto Príncipe, Haiti, em 12 de março de 2024.  Foto: Johnson Sabin / EFE
continua após a publicidade

O governante devia deixar o cargo em fevereiro, mas fez um acordo com a oposição e adiou ainda mais a convocação de eleições, em um país que não realiza votações desde 2016.

Agora, um conselho presidencial de transição composto por sete membros, representando os maiores partidos políticos do país, a sociedade civil e o setor privado, assumirá o poder.

Seus membros enfrentarão uma situação muito complexa em um país dominado por gangues, que intensificam os ataques contra as forças de segurança e locais estratégicos como o palácio presidencial, delegacias e prisões.

continua após a publicidade

O líder principal desses grupos criminosos, Jimmy Chérizier, apelidado de “Barbecue”, declarou em um vídeo publicado antes da renúncia de Henry que não tinha intenção de respeitar um governo decidido fora do país. /AP e AFP

PORTO PRÍNCIPE - Uma proposta para instalar uma nova liderança no Haiti ficou mais distante nesta quarta-feira, 13, quando alguns partidos políticos rejeitaram o plano para criar um conselho presidencial para gerir a transição. O primeiro-ministro Ariel Henry anunciou na segunda-feira que renunciará assim que o conselho for formado para dar alguma estabilidade ao país caribenho, devastado pela violência de gangues.

O painel será responsável pela seleção de um primeiro-ministro interino e de um conselho de ministros que deverá traçar um novo caminho político para o país. A violência fechou escolas e empresas e abalou a vida cotidiana em todo o Haiti. As Nações Unidas informaram ontem que vão tirar seu pessoal não essencial do país.

Moïse Jean-Charles, ex-senador e candidato presidencial que se aliou ao ex-líder rebelde Guy Philippe, disse à Radio Télé Métronome que não participaria. Philippe, que ajudou a liderar uma revolta bem-sucedida em 2004 contra o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide e foi recentemente libertado de uma prisão americana depois de se declarar culpado de lavagem de dinheiro, disse, por sua vez, que nenhum haitiano deveria aceitar qualquer proposta da comunidade internacional.

Membros armados da gangue "G9 an fanmi" ficam de guarda em seu bloqueio de estrada no bairro de Delmas 6, em Porto Príncipe, Haiti, segunda-feira, 11 de março de 2024. Foto: Odelyn Joseph / AP

Num vídeo publicado nas redes sociais, Philippe acusou a comunidade internacional de ser cúmplice da elite haitiana e dos políticos corruptos e exortou os haitianos a saírem às ruas. “A decisão do Caricom não é a nossa decisão”, disse ele, referindo-se ao bloco regional cujos líderes apresentaram o plano para criar um conselho de transição. “Os haitianos decidirão quem governará o Haiti.”

Outros políticos haitianos de alto nível recusaram-se a participar do conselho de transição proposto. Entre eles, Himmler Rébu, ex-coronel do Exército haitiano e presidente do Grande Rally para a Evolução do Haiti, um partido que faz parte de uma coalizão que recebeu uma vaga no conselho de transição. Ele afirmou que o partido prefere que um juiz da Suprema Corte do Haiti assuma as rédeas do poder.

O plano surgiu na segunda-feira à noite após uma reunião urgente, em Kingston, capital da Jamaica, que envolveu os líderes da Caricom, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e outros que procuravam uma solução para estancar a crise de violência no Haiti. Horas depois, o primeiro-ministro, que não participou da reunião, confirmou que se demitiria assim que o conselho fosse criado.

A posição de Henry, no poder desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, estava cada vez mais frágil desde o início de março, quando as principais gangues armadas se aliaram para exigir sua renúncia, mergulhando o país na violência mais implacável.

Pneus incendiados bloqueiam ruas de Porto Príncipe, Haiti, em 12 de março de 2024.  Foto: Johnson Sabin / EFE

O governante devia deixar o cargo em fevereiro, mas fez um acordo com a oposição e adiou ainda mais a convocação de eleições, em um país que não realiza votações desde 2016.

Agora, um conselho presidencial de transição composto por sete membros, representando os maiores partidos políticos do país, a sociedade civil e o setor privado, assumirá o poder.

Seus membros enfrentarão uma situação muito complexa em um país dominado por gangues, que intensificam os ataques contra as forças de segurança e locais estratégicos como o palácio presidencial, delegacias e prisões.

O líder principal desses grupos criminosos, Jimmy Chérizier, apelidado de “Barbecue”, declarou em um vídeo publicado antes da renúncia de Henry que não tinha intenção de respeitar um governo decidido fora do país. /AP e AFP

PORTO PRÍNCIPE - Uma proposta para instalar uma nova liderança no Haiti ficou mais distante nesta quarta-feira, 13, quando alguns partidos políticos rejeitaram o plano para criar um conselho presidencial para gerir a transição. O primeiro-ministro Ariel Henry anunciou na segunda-feira que renunciará assim que o conselho for formado para dar alguma estabilidade ao país caribenho, devastado pela violência de gangues.

O painel será responsável pela seleção de um primeiro-ministro interino e de um conselho de ministros que deverá traçar um novo caminho político para o país. A violência fechou escolas e empresas e abalou a vida cotidiana em todo o Haiti. As Nações Unidas informaram ontem que vão tirar seu pessoal não essencial do país.

Moïse Jean-Charles, ex-senador e candidato presidencial que se aliou ao ex-líder rebelde Guy Philippe, disse à Radio Télé Métronome que não participaria. Philippe, que ajudou a liderar uma revolta bem-sucedida em 2004 contra o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide e foi recentemente libertado de uma prisão americana depois de se declarar culpado de lavagem de dinheiro, disse, por sua vez, que nenhum haitiano deveria aceitar qualquer proposta da comunidade internacional.

Membros armados da gangue "G9 an fanmi" ficam de guarda em seu bloqueio de estrada no bairro de Delmas 6, em Porto Príncipe, Haiti, segunda-feira, 11 de março de 2024. Foto: Odelyn Joseph / AP

Num vídeo publicado nas redes sociais, Philippe acusou a comunidade internacional de ser cúmplice da elite haitiana e dos políticos corruptos e exortou os haitianos a saírem às ruas. “A decisão do Caricom não é a nossa decisão”, disse ele, referindo-se ao bloco regional cujos líderes apresentaram o plano para criar um conselho de transição. “Os haitianos decidirão quem governará o Haiti.”

Outros políticos haitianos de alto nível recusaram-se a participar do conselho de transição proposto. Entre eles, Himmler Rébu, ex-coronel do Exército haitiano e presidente do Grande Rally para a Evolução do Haiti, um partido que faz parte de uma coalizão que recebeu uma vaga no conselho de transição. Ele afirmou que o partido prefere que um juiz da Suprema Corte do Haiti assuma as rédeas do poder.

O plano surgiu na segunda-feira à noite após uma reunião urgente, em Kingston, capital da Jamaica, que envolveu os líderes da Caricom, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e outros que procuravam uma solução para estancar a crise de violência no Haiti. Horas depois, o primeiro-ministro, que não participou da reunião, confirmou que se demitiria assim que o conselho fosse criado.

A posição de Henry, no poder desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em 2021, estava cada vez mais frágil desde o início de março, quando as principais gangues armadas se aliaram para exigir sua renúncia, mergulhando o país na violência mais implacável.

Pneus incendiados bloqueiam ruas de Porto Príncipe, Haiti, em 12 de março de 2024.  Foto: Johnson Sabin / EFE

O governante devia deixar o cargo em fevereiro, mas fez um acordo com a oposição e adiou ainda mais a convocação de eleições, em um país que não realiza votações desde 2016.

Agora, um conselho presidencial de transição composto por sete membros, representando os maiores partidos políticos do país, a sociedade civil e o setor privado, assumirá o poder.

Seus membros enfrentarão uma situação muito complexa em um país dominado por gangues, que intensificam os ataques contra as forças de segurança e locais estratégicos como o palácio presidencial, delegacias e prisões.

O líder principal desses grupos criminosos, Jimmy Chérizier, apelidado de “Barbecue”, declarou em um vídeo publicado antes da renúncia de Henry que não tinha intenção de respeitar um governo decidido fora do país. /AP e AFP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.