HARARE - O ex-ministro das Finanças e político de oposição do Zimbábue Tendai Biti foi detido pela polícia ao tentar cruzar a fronteira e pedir asilo na vizinha Zâmbia, disse seu advogado, Nqobizitha Mlilo, nesta quarta-feira, 8.
Ele explicou que Biti chegou a entrar no território da Zâmbia, mas teve seu pedido de asilo recusado. A organização Human Rights Watch afirmou que o país deve deportá-lo.
Mlilo disse que Biti foi preso depois de se apresentar às autoridades de imigração da Zâmbia no posto de fronteira de Chirundu, 350 quilômetros ao norte da capital Harare, onde autoridades zimbabuanas e zambianas compartilham o mesmo edifício.
“Parece que as autoridades de imigração zambianas alertaram a polícia zimbabuana e elas efetuaram a prisão”, disse Mlilo, que estava na fronteira com Biti.
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As autoridades do Zimbábue disseram na véspera estar à procura de Biti por sua ligação com episódios de violência na esteira da acirrada eleição da semana passada, na qual o presidente Emmerson Mnangagwa foi declarado vencedor.
Seis pessoas morreram em uma ação repressiva do Exército a protestos contra o resultado da votação, e o principal rival de Mnangagwa, o líder opositor Nelson Chamisa, acusou o governo de reprimir membros de seu partido.
Biti, cujo Partido Democrático do Povo formou uma aliança com o Movimento pela Mudança Democrática (MDC), de Chamisa, estava escondido desde a semana passada e teme por sua vida, disse seu advogado, .
O caos pós-eleitoral lembrou o longo governo de Robert Mugabe, deposto em novembro por um golpe militar e substituído por Mnangagwa.
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A porta-voz da polícia, Charity Charamba, disse não ter informações sobre a prisão de Biti. Na terça-feira, o Departamento de Investigações Criminais disse que a polícia estava procurando Biti, o presidente do MDC, Morgen Komichi, e o líder jovem Happymore Chidziva, também do MDC, por sua ligação com a violência da semana passada./ AP e REUTERS