Milhares de manifestantes tomaram avenidas do centro de Madri, em protesto contra as medidas de austeridade do governo. Os manifestantes chegaram perto do Parlamento, protegido por mais de mil guardas da tropa de choque. A polícia forçou os manifestantes a se agruparem em uma praça próxima ao Parlamento e usou cassetetes para conter alguns mais exaltados que lideravam a marcha. A manifestação foi organizada sob o slogan "Ocupe o Congresso" e levou às ruas milhares de pessoas cansadas com os nove meses de medidas de austeridade implantadas pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy. Segundo o jornal El País, nove manifestantes foram detidos e seis ficaram feridos. A governo regional de Madri estima que seis mil pessoas participaram do protesto, que partiu das praças Atocha e Espanha em direção ao Congresso. A polícia tentou impedir a golpes de cassetetes que os manifestantes parassem o trânsito. Furiosos, eles pediam a demissão imediata dos parlamentares. A manifestação contou com a participação de vários funcionários públicos, temerosos com novas medidas de austeridade que Rajoy poderá anunciar nesta semana."A única solução é colocar cada um dos parlamentares nas ruas para que eles vejam como estão as coisas" disse uma das manifestantes, a funcionária pública María López Pilar. Ela teme que o governo Rajoy aumente a idade da aposentadoria dos 65 para 70 anos. Ela disse que três das suas sete sobrinhas e sobrinhos estão desempregados e não têm nenhuma perspectiva de arrumar um emprego. O desemprego atinge 25% da força de trabalho espanhola. A Espanha sofre a segunda recessão em três anos. O país agora está sob pressão para pedir um pacote de auxílio ao Banco Central Europeu (BCE), para reduzir seus custos de financiamento. Rajoy ainda não disse se o país pedirá ajuda. O governo deverá anunciar novos cortes no orçamento na quinta-feira, como parte do orçamento planejado para 2013. Na sexta-feira, um auditor independente publicará um relatório sobre a situação dos bancos espanhóis, atingidos pelo colapso do setor imobiliário no país. O governo então avaliará quanto dos 100 bilhões de euros são necessários para socorrer as instituições financeiras privadas. Estimativas iniciais indicam que os bancos podem precisar de 60 bilhões de euros.As informações são da Associated Press.