Política de Trump elevou número de mortes na pandemia, diz relatório da ‘Lancet’


Comissão de especialistas da revista científica diz que 40% das mortes na pandemia seriam evitáveis se tendência de países ricos fosse seguida

Por Redação
Atualização:

Quatro em cada dez mortes pela pandemia de coronavírus nos Estados Unidos poderiam ter sido evitadas caso o país seguisse a tendência do grupo de países mais ricos do mundo. A conclusão é de um estudo conduzido por uma comissão de especialistas em saúde e políticas públicas, coordenado pela revista científica The Lancet, que atribui à política do ex-presidente Donald Trump milhares de mortes que seriam evitáveis, tanto no enfrentamento da pandemia quanto antes dela. 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

O relatório diz que a recusa de Trump em desenvolver uma estratégia nacional para enfrentar a crise sanitária levou à escassez de materiais de proteção pessoal e testes para identificar a covid-19. Além disso, os dados mostram que, durante o período da pandemia, a mortalidade aumentou mais entre negros e hispânicos do que entre brancos – aumentando a desigualdade na expectativa de vida entre esses grupos. A crescente disparidade na expectativa de vida entre negros, latinos e índios americanos em relação aos brancos é um dos temas em destaque no relatório. 

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Segundo os autores, em relação à população indígena do país há também o problema de falta de financiamento do Serviço de Saúde Indígena (IHS, na sigla em inglês), que os EUA são obrigados a manter por força de compromissos legais e atende 2,2 milhões de pessoas. O orçamento do IHS é, em média, cerca de 25% menor do que o gasto por pessoa no restante do sistema médico dos EUA. Um adicional de US$ 2,7 bilhões seria necessário para alcançar condições operacionais mínimas no serviço, nas contas dos autores.

A revista é a primeira a analisar com profundidade os efeitos do governo Trump na área da saúde nos EUA. O estudo também identificou o efeito de políticas públicas anteriores a Trump que deixaram o país com uma expectativa de vida pior do que em outros países de alta renda, o que deixou os EUA em condições piores para responder à pandemia quando a crise começou. A comissão, formada em 2017, reúne 33 especialistas das áreas de medicina clínica, saúde pública, epidemiologia, medicina comunitária, economia, nutrição, direito e ciência política dos EUA, do Reino Unido e do Canadá. 

Coveiros abrem valas comuns para enterrar corpos na Ilha Hart, em Nova York Foto: REUTERS/Lucas Jackson
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Segundo os autores, a condução da pandemia no governo Trump aumentou em 50% a diferença na taxa de mortalidade entre negros e brancos no país, e reduziu a expectativa de vida dos latinos em mais de três anos e meio. O estudo também condena a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a redução do financiamento à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – órgãos estratégicos para a resposta global à pandemia. 

“A saúde dos americanos estava deteriorando mesmo enquanto nossa economia estava indo bem”, disse o professor Steffie Woolhandler, da Universidade da Cidade de Nova York, um dos coordenadores da comissão. “Essa dissociação sem precedentes entre a saúde e a riqueza nacional sinaliza que nossa sociedade está doente. Enquanto os ricos prosperaram, a maioria dos americanos perderam terreno economicamente e em termos médicos.”

Meio ambiente

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Além da situação crítica do sistema de saúde, o relatório  estima as mortes que foram provocadas em outras áreas por falhas em políticas do governo Trump. Segundo os autores, a revogação de normas de proteção ambiental levaram a um excesso de 22 mil mortes no ano de 2019. Esse tipo de morte passou a aumentar desde 2016, após 15 anos de diminuição constante. 

“A paralisação abrupta no controle de poluição por material particulado na administração de Trump foi provavelmente o maior fator nesse aumento de mortalidade”, diz o relatório. “A concentração de poluentes no ar em vários Estados altamente industrializados aumentou desde 2016 após cair de forma constante.” 

Os autores também citam maneiras como o exemplo de Trump pode ter influenciado outros líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, e também contribuído para a diminuição da influência dos EUA no mundo em várias agendas globais. 

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“A liderança global no meio ambiente agora passou, de fato, dos EUA para a União Europeia e a China”, diz o relatório. “Adicionalmente, a posição dos EUA encorajou políticas danosas ao clima em outras nações. Por exemplo, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro está adotando políticas que aceleram a destruição da floresta Amazônica e vão acelerar a mudança climática.” 

Era pré-Trump também tinha problemas

O estudo enfatiza que um retorno às políticas da era pré-Trump não seria suficiente para proteger a área da saúde. Em vez disso, os especialistas propõem reformas para reduzir desigualdades no sistema que, segundo a pesquisa, remontam a quatro décadas de políticas que enfraqueceram a rede de segurança social e de saúde.

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A comissão diz que esse cenário anterior à entrada de Trump na Casa Branca deixaram os EUA particularmente vulneráveis à pandemia de coronavírus. Cortes no financiamento a agências públicas de saúde levaram à perda de 50 mil profissionais que atuavam na linha de frente do atendimento à saúde entre 2008 e 2016, segundo o estudo.

Quatro em cada dez mortes pela pandemia de coronavírus nos Estados Unidos poderiam ter sido evitadas caso o país seguisse a tendência do grupo de países mais ricos do mundo. A conclusão é de um estudo conduzido por uma comissão de especialistas em saúde e políticas públicas, coordenado pela revista científica The Lancet, que atribui à política do ex-presidente Donald Trump milhares de mortes que seriam evitáveis, tanto no enfrentamento da pandemia quanto antes dela. 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

O relatório diz que a recusa de Trump em desenvolver uma estratégia nacional para enfrentar a crise sanitária levou à escassez de materiais de proteção pessoal e testes para identificar a covid-19. Além disso, os dados mostram que, durante o período da pandemia, a mortalidade aumentou mais entre negros e hispânicos do que entre brancos – aumentando a desigualdade na expectativa de vida entre esses grupos. A crescente disparidade na expectativa de vida entre negros, latinos e índios americanos em relação aos brancos é um dos temas em destaque no relatório. 

Segundo os autores, em relação à população indígena do país há também o problema de falta de financiamento do Serviço de Saúde Indígena (IHS, na sigla em inglês), que os EUA são obrigados a manter por força de compromissos legais e atende 2,2 milhões de pessoas. O orçamento do IHS é, em média, cerca de 25% menor do que o gasto por pessoa no restante do sistema médico dos EUA. Um adicional de US$ 2,7 bilhões seria necessário para alcançar condições operacionais mínimas no serviço, nas contas dos autores.

A revista é a primeira a analisar com profundidade os efeitos do governo Trump na área da saúde nos EUA. O estudo também identificou o efeito de políticas públicas anteriores a Trump que deixaram o país com uma expectativa de vida pior do que em outros países de alta renda, o que deixou os EUA em condições piores para responder à pandemia quando a crise começou. A comissão, formada em 2017, reúne 33 especialistas das áreas de medicina clínica, saúde pública, epidemiologia, medicina comunitária, economia, nutrição, direito e ciência política dos EUA, do Reino Unido e do Canadá. 

Coveiros abrem valas comuns para enterrar corpos na Ilha Hart, em Nova York Foto: REUTERS/Lucas Jackson

Segundo os autores, a condução da pandemia no governo Trump aumentou em 50% a diferença na taxa de mortalidade entre negros e brancos no país, e reduziu a expectativa de vida dos latinos em mais de três anos e meio. O estudo também condena a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a redução do financiamento à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – órgãos estratégicos para a resposta global à pandemia. 

“A saúde dos americanos estava deteriorando mesmo enquanto nossa economia estava indo bem”, disse o professor Steffie Woolhandler, da Universidade da Cidade de Nova York, um dos coordenadores da comissão. “Essa dissociação sem precedentes entre a saúde e a riqueza nacional sinaliza que nossa sociedade está doente. Enquanto os ricos prosperaram, a maioria dos americanos perderam terreno economicamente e em termos médicos.”

Meio ambiente

Além da situação crítica do sistema de saúde, o relatório  estima as mortes que foram provocadas em outras áreas por falhas em políticas do governo Trump. Segundo os autores, a revogação de normas de proteção ambiental levaram a um excesso de 22 mil mortes no ano de 2019. Esse tipo de morte passou a aumentar desde 2016, após 15 anos de diminuição constante. 

“A paralisação abrupta no controle de poluição por material particulado na administração de Trump foi provavelmente o maior fator nesse aumento de mortalidade”, diz o relatório. “A concentração de poluentes no ar em vários Estados altamente industrializados aumentou desde 2016 após cair de forma constante.” 

Os autores também citam maneiras como o exemplo de Trump pode ter influenciado outros líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, e também contribuído para a diminuição da influência dos EUA no mundo em várias agendas globais. 

“A liderança global no meio ambiente agora passou, de fato, dos EUA para a União Europeia e a China”, diz o relatório. “Adicionalmente, a posição dos EUA encorajou políticas danosas ao clima em outras nações. Por exemplo, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro está adotando políticas que aceleram a destruição da floresta Amazônica e vão acelerar a mudança climática.” 

Era pré-Trump também tinha problemas

O estudo enfatiza que um retorno às políticas da era pré-Trump não seria suficiente para proteger a área da saúde. Em vez disso, os especialistas propõem reformas para reduzir desigualdades no sistema que, segundo a pesquisa, remontam a quatro décadas de políticas que enfraqueceram a rede de segurança social e de saúde.

A comissão diz que esse cenário anterior à entrada de Trump na Casa Branca deixaram os EUA particularmente vulneráveis à pandemia de coronavírus. Cortes no financiamento a agências públicas de saúde levaram à perda de 50 mil profissionais que atuavam na linha de frente do atendimento à saúde entre 2008 e 2016, segundo o estudo.

Quatro em cada dez mortes pela pandemia de coronavírus nos Estados Unidos poderiam ter sido evitadas caso o país seguisse a tendência do grupo de países mais ricos do mundo. A conclusão é de um estudo conduzido por uma comissão de especialistas em saúde e políticas públicas, coordenado pela revista científica The Lancet, que atribui à política do ex-presidente Donald Trump milhares de mortes que seriam evitáveis, tanto no enfrentamento da pandemia quanto antes dela. 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

O relatório diz que a recusa de Trump em desenvolver uma estratégia nacional para enfrentar a crise sanitária levou à escassez de materiais de proteção pessoal e testes para identificar a covid-19. Além disso, os dados mostram que, durante o período da pandemia, a mortalidade aumentou mais entre negros e hispânicos do que entre brancos – aumentando a desigualdade na expectativa de vida entre esses grupos. A crescente disparidade na expectativa de vida entre negros, latinos e índios americanos em relação aos brancos é um dos temas em destaque no relatório. 

Segundo os autores, em relação à população indígena do país há também o problema de falta de financiamento do Serviço de Saúde Indígena (IHS, na sigla em inglês), que os EUA são obrigados a manter por força de compromissos legais e atende 2,2 milhões de pessoas. O orçamento do IHS é, em média, cerca de 25% menor do que o gasto por pessoa no restante do sistema médico dos EUA. Um adicional de US$ 2,7 bilhões seria necessário para alcançar condições operacionais mínimas no serviço, nas contas dos autores.

A revista é a primeira a analisar com profundidade os efeitos do governo Trump na área da saúde nos EUA. O estudo também identificou o efeito de políticas públicas anteriores a Trump que deixaram o país com uma expectativa de vida pior do que em outros países de alta renda, o que deixou os EUA em condições piores para responder à pandemia quando a crise começou. A comissão, formada em 2017, reúne 33 especialistas das áreas de medicina clínica, saúde pública, epidemiologia, medicina comunitária, economia, nutrição, direito e ciência política dos EUA, do Reino Unido e do Canadá. 

Coveiros abrem valas comuns para enterrar corpos na Ilha Hart, em Nova York Foto: REUTERS/Lucas Jackson

Segundo os autores, a condução da pandemia no governo Trump aumentou em 50% a diferença na taxa de mortalidade entre negros e brancos no país, e reduziu a expectativa de vida dos latinos em mais de três anos e meio. O estudo também condena a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a redução do financiamento à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – órgãos estratégicos para a resposta global à pandemia. 

“A saúde dos americanos estava deteriorando mesmo enquanto nossa economia estava indo bem”, disse o professor Steffie Woolhandler, da Universidade da Cidade de Nova York, um dos coordenadores da comissão. “Essa dissociação sem precedentes entre a saúde e a riqueza nacional sinaliza que nossa sociedade está doente. Enquanto os ricos prosperaram, a maioria dos americanos perderam terreno economicamente e em termos médicos.”

Meio ambiente

Além da situação crítica do sistema de saúde, o relatório  estima as mortes que foram provocadas em outras áreas por falhas em políticas do governo Trump. Segundo os autores, a revogação de normas de proteção ambiental levaram a um excesso de 22 mil mortes no ano de 2019. Esse tipo de morte passou a aumentar desde 2016, após 15 anos de diminuição constante. 

“A paralisação abrupta no controle de poluição por material particulado na administração de Trump foi provavelmente o maior fator nesse aumento de mortalidade”, diz o relatório. “A concentração de poluentes no ar em vários Estados altamente industrializados aumentou desde 2016 após cair de forma constante.” 

Os autores também citam maneiras como o exemplo de Trump pode ter influenciado outros líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, e também contribuído para a diminuição da influência dos EUA no mundo em várias agendas globais. 

“A liderança global no meio ambiente agora passou, de fato, dos EUA para a União Europeia e a China”, diz o relatório. “Adicionalmente, a posição dos EUA encorajou políticas danosas ao clima em outras nações. Por exemplo, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro está adotando políticas que aceleram a destruição da floresta Amazônica e vão acelerar a mudança climática.” 

Era pré-Trump também tinha problemas

O estudo enfatiza que um retorno às políticas da era pré-Trump não seria suficiente para proteger a área da saúde. Em vez disso, os especialistas propõem reformas para reduzir desigualdades no sistema que, segundo a pesquisa, remontam a quatro décadas de políticas que enfraqueceram a rede de segurança social e de saúde.

A comissão diz que esse cenário anterior à entrada de Trump na Casa Branca deixaram os EUA particularmente vulneráveis à pandemia de coronavírus. Cortes no financiamento a agências públicas de saúde levaram à perda de 50 mil profissionais que atuavam na linha de frente do atendimento à saúde entre 2008 e 2016, segundo o estudo.

Quatro em cada dez mortes pela pandemia de coronavírus nos Estados Unidos poderiam ter sido evitadas caso o país seguisse a tendência do grupo de países mais ricos do mundo. A conclusão é de um estudo conduzido por uma comissão de especialistas em saúde e políticas públicas, coordenado pela revista científica The Lancet, que atribui à política do ex-presidente Donald Trump milhares de mortes que seriam evitáveis, tanto no enfrentamento da pandemia quanto antes dela. 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

O relatório diz que a recusa de Trump em desenvolver uma estratégia nacional para enfrentar a crise sanitária levou à escassez de materiais de proteção pessoal e testes para identificar a covid-19. Além disso, os dados mostram que, durante o período da pandemia, a mortalidade aumentou mais entre negros e hispânicos do que entre brancos – aumentando a desigualdade na expectativa de vida entre esses grupos. A crescente disparidade na expectativa de vida entre negros, latinos e índios americanos em relação aos brancos é um dos temas em destaque no relatório. 

Segundo os autores, em relação à população indígena do país há também o problema de falta de financiamento do Serviço de Saúde Indígena (IHS, na sigla em inglês), que os EUA são obrigados a manter por força de compromissos legais e atende 2,2 milhões de pessoas. O orçamento do IHS é, em média, cerca de 25% menor do que o gasto por pessoa no restante do sistema médico dos EUA. Um adicional de US$ 2,7 bilhões seria necessário para alcançar condições operacionais mínimas no serviço, nas contas dos autores.

A revista é a primeira a analisar com profundidade os efeitos do governo Trump na área da saúde nos EUA. O estudo também identificou o efeito de políticas públicas anteriores a Trump que deixaram o país com uma expectativa de vida pior do que em outros países de alta renda, o que deixou os EUA em condições piores para responder à pandemia quando a crise começou. A comissão, formada em 2017, reúne 33 especialistas das áreas de medicina clínica, saúde pública, epidemiologia, medicina comunitária, economia, nutrição, direito e ciência política dos EUA, do Reino Unido e do Canadá. 

Coveiros abrem valas comuns para enterrar corpos na Ilha Hart, em Nova York Foto: REUTERS/Lucas Jackson

Segundo os autores, a condução da pandemia no governo Trump aumentou em 50% a diferença na taxa de mortalidade entre negros e brancos no país, e reduziu a expectativa de vida dos latinos em mais de três anos e meio. O estudo também condena a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a redução do financiamento à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – órgãos estratégicos para a resposta global à pandemia. 

“A saúde dos americanos estava deteriorando mesmo enquanto nossa economia estava indo bem”, disse o professor Steffie Woolhandler, da Universidade da Cidade de Nova York, um dos coordenadores da comissão. “Essa dissociação sem precedentes entre a saúde e a riqueza nacional sinaliza que nossa sociedade está doente. Enquanto os ricos prosperaram, a maioria dos americanos perderam terreno economicamente e em termos médicos.”

Meio ambiente

Além da situação crítica do sistema de saúde, o relatório  estima as mortes que foram provocadas em outras áreas por falhas em políticas do governo Trump. Segundo os autores, a revogação de normas de proteção ambiental levaram a um excesso de 22 mil mortes no ano de 2019. Esse tipo de morte passou a aumentar desde 2016, após 15 anos de diminuição constante. 

“A paralisação abrupta no controle de poluição por material particulado na administração de Trump foi provavelmente o maior fator nesse aumento de mortalidade”, diz o relatório. “A concentração de poluentes no ar em vários Estados altamente industrializados aumentou desde 2016 após cair de forma constante.” 

Os autores também citam maneiras como o exemplo de Trump pode ter influenciado outros líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, e também contribuído para a diminuição da influência dos EUA no mundo em várias agendas globais. 

“A liderança global no meio ambiente agora passou, de fato, dos EUA para a União Europeia e a China”, diz o relatório. “Adicionalmente, a posição dos EUA encorajou políticas danosas ao clima em outras nações. Por exemplo, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro está adotando políticas que aceleram a destruição da floresta Amazônica e vão acelerar a mudança climática.” 

Era pré-Trump também tinha problemas

O estudo enfatiza que um retorno às políticas da era pré-Trump não seria suficiente para proteger a área da saúde. Em vez disso, os especialistas propõem reformas para reduzir desigualdades no sistema que, segundo a pesquisa, remontam a quatro décadas de políticas que enfraqueceram a rede de segurança social e de saúde.

A comissão diz que esse cenário anterior à entrada de Trump na Casa Branca deixaram os EUA particularmente vulneráveis à pandemia de coronavírus. Cortes no financiamento a agências públicas de saúde levaram à perda de 50 mil profissionais que atuavam na linha de frente do atendimento à saúde entre 2008 e 2016, segundo o estudo.

Quatro em cada dez mortes pela pandemia de coronavírus nos Estados Unidos poderiam ter sido evitadas caso o país seguisse a tendência do grupo de países mais ricos do mundo. A conclusão é de um estudo conduzido por uma comissão de especialistas em saúde e políticas públicas, coordenado pela revista científica The Lancet, que atribui à política do ex-presidente Donald Trump milhares de mortes que seriam evitáveis, tanto no enfrentamento da pandemia quanto antes dela. 

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

O relatório diz que a recusa de Trump em desenvolver uma estratégia nacional para enfrentar a crise sanitária levou à escassez de materiais de proteção pessoal e testes para identificar a covid-19. Além disso, os dados mostram que, durante o período da pandemia, a mortalidade aumentou mais entre negros e hispânicos do que entre brancos – aumentando a desigualdade na expectativa de vida entre esses grupos. A crescente disparidade na expectativa de vida entre negros, latinos e índios americanos em relação aos brancos é um dos temas em destaque no relatório. 

Segundo os autores, em relação à população indígena do país há também o problema de falta de financiamento do Serviço de Saúde Indígena (IHS, na sigla em inglês), que os EUA são obrigados a manter por força de compromissos legais e atende 2,2 milhões de pessoas. O orçamento do IHS é, em média, cerca de 25% menor do que o gasto por pessoa no restante do sistema médico dos EUA. Um adicional de US$ 2,7 bilhões seria necessário para alcançar condições operacionais mínimas no serviço, nas contas dos autores.

A revista é a primeira a analisar com profundidade os efeitos do governo Trump na área da saúde nos EUA. O estudo também identificou o efeito de políticas públicas anteriores a Trump que deixaram o país com uma expectativa de vida pior do que em outros países de alta renda, o que deixou os EUA em condições piores para responder à pandemia quando a crise começou. A comissão, formada em 2017, reúne 33 especialistas das áreas de medicina clínica, saúde pública, epidemiologia, medicina comunitária, economia, nutrição, direito e ciência política dos EUA, do Reino Unido e do Canadá. 

Coveiros abrem valas comuns para enterrar corpos na Ilha Hart, em Nova York Foto: REUTERS/Lucas Jackson

Segundo os autores, a condução da pandemia no governo Trump aumentou em 50% a diferença na taxa de mortalidade entre negros e brancos no país, e reduziu a expectativa de vida dos latinos em mais de três anos e meio. O estudo também condena a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a redução do financiamento à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – órgãos estratégicos para a resposta global à pandemia. 

“A saúde dos americanos estava deteriorando mesmo enquanto nossa economia estava indo bem”, disse o professor Steffie Woolhandler, da Universidade da Cidade de Nova York, um dos coordenadores da comissão. “Essa dissociação sem precedentes entre a saúde e a riqueza nacional sinaliza que nossa sociedade está doente. Enquanto os ricos prosperaram, a maioria dos americanos perderam terreno economicamente e em termos médicos.”

Meio ambiente

Além da situação crítica do sistema de saúde, o relatório  estima as mortes que foram provocadas em outras áreas por falhas em políticas do governo Trump. Segundo os autores, a revogação de normas de proteção ambiental levaram a um excesso de 22 mil mortes no ano de 2019. Esse tipo de morte passou a aumentar desde 2016, após 15 anos de diminuição constante. 

“A paralisação abrupta no controle de poluição por material particulado na administração de Trump foi provavelmente o maior fator nesse aumento de mortalidade”, diz o relatório. “A concentração de poluentes no ar em vários Estados altamente industrializados aumentou desde 2016 após cair de forma constante.” 

Os autores também citam maneiras como o exemplo de Trump pode ter influenciado outros líderes mundiais, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, e também contribuído para a diminuição da influência dos EUA no mundo em várias agendas globais. 

“A liderança global no meio ambiente agora passou, de fato, dos EUA para a União Europeia e a China”, diz o relatório. “Adicionalmente, a posição dos EUA encorajou políticas danosas ao clima em outras nações. Por exemplo, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro está adotando políticas que aceleram a destruição da floresta Amazônica e vão acelerar a mudança climática.” 

Era pré-Trump também tinha problemas

O estudo enfatiza que um retorno às políticas da era pré-Trump não seria suficiente para proteger a área da saúde. Em vez disso, os especialistas propõem reformas para reduzir desigualdades no sistema que, segundo a pesquisa, remontam a quatro décadas de políticas que enfraqueceram a rede de segurança social e de saúde.

A comissão diz que esse cenário anterior à entrada de Trump na Casa Branca deixaram os EUA particularmente vulneráveis à pandemia de coronavírus. Cortes no financiamento a agências públicas de saúde levaram à perda de 50 mil profissionais que atuavam na linha de frente do atendimento à saúde entre 2008 e 2016, segundo o estudo.

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