A Polônia anunciou que deve enviar mais tropas do exército para reforçar a fronteira do país com Belarus. A Guarda da Fronteira polonesa havia solicitado um reforço de mais 1000 soldados para a região de fronteira entre Varsóvia e Minsk.
O anuncio ocorre uma semana após as declarações do primeiro-ministro do país, Mateusz Morawiecki, de que membros do Grupo Wagner estariam chegando perto da fronteira com a Polônia.
Após o motim organizado pelo chefe do Grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, que foi abafado por um acordo entre o chefe do grupo mercenário, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, as operações do Grupo Wagner foram transferidas para Belarus, que faz fronteira com Polônia e Lituânia, dois países que fazem parte da Otan e que passaram se preocupar mais com a segurança das fronteiras.
Os dois países reforçaram as tropas na região e afirmaram que estão preparados para provocações de Moscou e Minsk. No começo do mês, autoridades polonesas afirmaram que dois helicópteros de Belarus sobrevoaram o espaço aéreo polonês.
Exercícios militares
Na segunda-feira, 7, o exército de Belarus passou a realizar exercícios militares em regiões que fazem fronteira com a Polônia e a Lituânia. O ministro da Defesa de Belarus,Viktor Khrenin, afirmou que os exercícios que começaram na segunda-feira são baseados em experiências da “operação militar especial” – o termo que a Rússia usa para sua guerra na Ucrânia.
Khrenin apontou que os exercícios incluem o “uso de drones, bem como a interação próxima de unidades de tanques e fuzis motorizados com unidades de outros ramos das forças armadas”.
Saiba mais
Os exercícios militares estavam ocorrendo na região de Grodno, perto do chamado Suwalki Gap - um trecho de terra pouco povoado de 96 quilômetros ao longo da fronteira polaco-lituana. O trecho liga os três países bálticos com o restante da Otan e separa Belarus de Kaliningrado, um enclave russo fortemente militarizado no Mar Báltico que não tem conexão terrestre com a Rússia.
Analistas militares no Ocidente há muito veem o Suwalki Gap como uma área potencial de conflito em qualquer confronto entre a Rússia e a Otan./AP