A Polônia e os países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) exigiram, na segunda-feira, 28, que Belarus expulse o grupo Wagner, anunciou o ministro polonês do Interior, Mariusz Kaminski. Os mercenários russos estão em solo belorusso desde o final de junho, após o início de um motim contra a cúpula do Exército de Vladimir Putin.
“Pedimos ao regime (do líder belarusso Alexander) Lukashenko que expulse imediatamente o grupo Wagner da Belarus”, afirmou o ministro polonês, após um encontro com seus homólogos de Estônia, Letônia e Lituânia.
Segundo o governo polonês, milhares de mercenários do grupo Wagner estão em Belarus, um país aliado de Moscou e fronteiriço com Rússia, Ucrânia, Polônia, Letônia e Lituânia. Os três últimos são integrantes da União Europeia e da Otan.
Recentemente, Lukashenko afirmou que deseja manter no país até 10 mil membros do grupo, cujo líder e fundador, Yevgeny Prigozhin, um ex-homem próximo do Kremlin, morreu na última quarta-feira, 23, durante a queda de seu avião em território russo. Ele foi velado nesta terça-feira, 29, em uma cerimônia fechada em São Petersburgo.
Kaminski defendeu o pedido e enfatizou que, entre esses milhares de mercenários, há “criminosos libertados das prisões russas em troca da promessa de participar da guerra na Ucrânia”. “É um grupo importante, capaz de tudo”, insistiu o ministro polonês.
O ministro polonês disse que qualquer “incidente crítico” envolvendo os militares ou um afluxo de migrantes da Belarus para a Polônia e os países bálticos seria recebido com uma resposta imediata e com o encerramento de todas as passagens de fronteira para viajantes e mercadorias. O ministro do Interior da Estônia, Lauri Laanemets, disse que o governo local apoia as decisões, que também podem aplicar-se à sua fronteira com a Rússia.
De acordo com ele, os integrantes do grupo Wagner “devem abandonar nossa região, pois a segurança internacional assim exige”. “Tememos incidentes, incluindo incidentes armados com a participação destes mercenários.”/AP e AFP.