Por que EUA, Índia, Brasil e África do Sul enfrentam dificuldades no combate ao vírus?


Países grandes com diferentes regras nacionais e locais dificultam a contenção da pandemia

Por Redação

NOVA YORK - Índia, Estados Unidos, Brasil e África do Sul estão registrando os maiores aumentos nos casos de covid-19 desde o início de julho. Esses quatro países, de acordo com especialistas locais e internacionais, estão longe de atingir o "pico" da pandemia

Os Estados Unidos, com 328 milhões de habitantes, são o país com o maior número de infecções - há mais de 50 mil casos por dia desde o início de julho e o país acumula cerca de 140 mil mortes. Já são mais de 3,5 milhões de infecções e os contágios aumentam em 40 dos 50 estados. A Califórnia, o primeiro estado do país a impor o confinamento em março, decidiu nesta semana fechar bares, salas de restaurante, cinemas e zoológicos.

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Os EUA tiveram um primeiro pico em meados de abril, seguido de um "platô" e, desde junho, os casos aceleram. A avaliação é de que o país continua ainda na primeira onda. O vírus, que começou mais forte no noroeste e nordeste do país, agora se move em direção ao sul e oeste do país. Agora, os estados mais afetados são Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, enquanto regiões como Nova York tentam voltar à normalidade.

Mulher infectada com o coronavírus é tratada em hospital nas proximidades de Nova Délhi, capital da Índia Foto: XAVIER GALIANA / AFP

O presidente Donald Trump "politizou" a ciência provocando controvérsia em torno da máscara que ele há muito se recusa a usar e evoca conspirações em torno do covid-19 para enfraquecê-la. Assim como na Índia, os especialistas estimam que países federativos tenham dificuldades em combater a pandemia devido às respostas heterogêneas locais. 

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Brasil 

A maior economia da América Latina, com 209 milhões de habitantes, liderada por Jair Bolsonaro tem quase 2 milhões de casos e já ultrapassou 70 mil mortes. Mas especialistas estimam que o número real de casos pode ser até dez vezes maior e o número de mortes, até o dobro. Entre os 27 Estados, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam o maior número de contaminações. 

Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.067 mortes por covid-19. Os últimos sete dias foram os mais letais no País. É a quarta semana seguida em que o número de óbitos anunciados pelas secretarias estaduais de Saúde fica acima de mil.  

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Mesmo com a pandemia atingindo o pico no Brasil, com mais de 90% dos municípios do país afetados pela doença, muitos Estados e cidades avançam com as reaberturas econômicas e flexibilização das quarentenas. 

Cruzes simbolizando os que morreram com a doença de coronavírus em frente ao Congresso Nacional durante um protesto contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília. Foto: REUTERS/Adriano Machado

Os atrasos na tomada de medidas preventivas e a falta de evidências foram exacerbados pela politização da pandemia. Jair Bolsonaro, que contraiu a doença, realizou uma campanha incansável contra os governadores que impuseram medidas de confinamento em nome da sobrevivência da economia. 

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India 

A quinta maior economia do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, chegará em breve a um milhão de pessoas contamiandas. O governo do premiê Narenda Modi decidiu nesta semana reconfinar cerca de 130 milhões de habitantes do estado de Bihar, no norte. Também houve lockdown na região de Bangalore, no sul. 

No país todo, os estados mais afetados são Maharashtra, onde ficam Mumbai e os estúdios de Bollywood, e Tamil Nadu, ao sul. A capital Nova Délhi também concentra uma grande quantidade de casos. 

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"O pico da onda, de acordo com minhas previsões, será em meados de agosto. Mas outros cientistas falam em outubro, novembro ou dezembro", explicou o virologista T. Jacob John à AFP. "Muitas razões explicam os surtos, como testes de triagem deficientes e um gerenciamento muito heterogêneo em estados e cidades", acrescentou o biólogo Samit Bhattacharyya, professor da Universidade Shiv Nadar. 

Cemitério em Joanesburgo com covas abertas Foto: EFE/EPA/KIM LUDBROOK

África do Sul 

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A segunda economia africana, com quase 58 milhões de habitantes, registrou um um grande aumento de casos nas últimas semanas - são quase 8 mil infecções por dia desde o início de julho. O total chega a 300 mil. O presidente Cyril Ramaphosa impôs novamente o toque de recolher e suspendeu a venda de álcool.

As províncias mais afetadas são Gauteng, onde está Joanesburgo, o centro econômico e financeiro, e também a capital Pretória. Pouco mais de um terço dos casos estão concentrados na região. A província de Western Cape, altamente procurada pelos turistas, responde por 30% dos casos.

"Estamos vendo um aumento muito rápido em Joanesburgo e prevemos que ele continue por várias semanas", disse à AFP o epidemiologista Salim Abdool Karim, principal conselheiro do governo na covid-19. / AFP 

NOVA YORK - Índia, Estados Unidos, Brasil e África do Sul estão registrando os maiores aumentos nos casos de covid-19 desde o início de julho. Esses quatro países, de acordo com especialistas locais e internacionais, estão longe de atingir o "pico" da pandemia

Os Estados Unidos, com 328 milhões de habitantes, são o país com o maior número de infecções - há mais de 50 mil casos por dia desde o início de julho e o país acumula cerca de 140 mil mortes. Já são mais de 3,5 milhões de infecções e os contágios aumentam em 40 dos 50 estados. A Califórnia, o primeiro estado do país a impor o confinamento em março, decidiu nesta semana fechar bares, salas de restaurante, cinemas e zoológicos.

Os EUA tiveram um primeiro pico em meados de abril, seguido de um "platô" e, desde junho, os casos aceleram. A avaliação é de que o país continua ainda na primeira onda. O vírus, que começou mais forte no noroeste e nordeste do país, agora se move em direção ao sul e oeste do país. Agora, os estados mais afetados são Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, enquanto regiões como Nova York tentam voltar à normalidade.

Mulher infectada com o coronavírus é tratada em hospital nas proximidades de Nova Délhi, capital da Índia Foto: XAVIER GALIANA / AFP

O presidente Donald Trump "politizou" a ciência provocando controvérsia em torno da máscara que ele há muito se recusa a usar e evoca conspirações em torno do covid-19 para enfraquecê-la. Assim como na Índia, os especialistas estimam que países federativos tenham dificuldades em combater a pandemia devido às respostas heterogêneas locais. 

Brasil 

A maior economia da América Latina, com 209 milhões de habitantes, liderada por Jair Bolsonaro tem quase 2 milhões de casos e já ultrapassou 70 mil mortes. Mas especialistas estimam que o número real de casos pode ser até dez vezes maior e o número de mortes, até o dobro. Entre os 27 Estados, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam o maior número de contaminações. 

Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.067 mortes por covid-19. Os últimos sete dias foram os mais letais no País. É a quarta semana seguida em que o número de óbitos anunciados pelas secretarias estaduais de Saúde fica acima de mil.  

Mesmo com a pandemia atingindo o pico no Brasil, com mais de 90% dos municípios do país afetados pela doença, muitos Estados e cidades avançam com as reaberturas econômicas e flexibilização das quarentenas. 

Cruzes simbolizando os que morreram com a doença de coronavírus em frente ao Congresso Nacional durante um protesto contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília. Foto: REUTERS/Adriano Machado

Os atrasos na tomada de medidas preventivas e a falta de evidências foram exacerbados pela politização da pandemia. Jair Bolsonaro, que contraiu a doença, realizou uma campanha incansável contra os governadores que impuseram medidas de confinamento em nome da sobrevivência da economia. 

India 

A quinta maior economia do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, chegará em breve a um milhão de pessoas contamiandas. O governo do premiê Narenda Modi decidiu nesta semana reconfinar cerca de 130 milhões de habitantes do estado de Bihar, no norte. Também houve lockdown na região de Bangalore, no sul. 

No país todo, os estados mais afetados são Maharashtra, onde ficam Mumbai e os estúdios de Bollywood, e Tamil Nadu, ao sul. A capital Nova Délhi também concentra uma grande quantidade de casos. 

"O pico da onda, de acordo com minhas previsões, será em meados de agosto. Mas outros cientistas falam em outubro, novembro ou dezembro", explicou o virologista T. Jacob John à AFP. "Muitas razões explicam os surtos, como testes de triagem deficientes e um gerenciamento muito heterogêneo em estados e cidades", acrescentou o biólogo Samit Bhattacharyya, professor da Universidade Shiv Nadar. 

Cemitério em Joanesburgo com covas abertas Foto: EFE/EPA/KIM LUDBROOK

África do Sul 

A segunda economia africana, com quase 58 milhões de habitantes, registrou um um grande aumento de casos nas últimas semanas - são quase 8 mil infecções por dia desde o início de julho. O total chega a 300 mil. O presidente Cyril Ramaphosa impôs novamente o toque de recolher e suspendeu a venda de álcool.

As províncias mais afetadas são Gauteng, onde está Joanesburgo, o centro econômico e financeiro, e também a capital Pretória. Pouco mais de um terço dos casos estão concentrados na região. A província de Western Cape, altamente procurada pelos turistas, responde por 30% dos casos.

"Estamos vendo um aumento muito rápido em Joanesburgo e prevemos que ele continue por várias semanas", disse à AFP o epidemiologista Salim Abdool Karim, principal conselheiro do governo na covid-19. / AFP 

NOVA YORK - Índia, Estados Unidos, Brasil e África do Sul estão registrando os maiores aumentos nos casos de covid-19 desde o início de julho. Esses quatro países, de acordo com especialistas locais e internacionais, estão longe de atingir o "pico" da pandemia

Os Estados Unidos, com 328 milhões de habitantes, são o país com o maior número de infecções - há mais de 50 mil casos por dia desde o início de julho e o país acumula cerca de 140 mil mortes. Já são mais de 3,5 milhões de infecções e os contágios aumentam em 40 dos 50 estados. A Califórnia, o primeiro estado do país a impor o confinamento em março, decidiu nesta semana fechar bares, salas de restaurante, cinemas e zoológicos.

Os EUA tiveram um primeiro pico em meados de abril, seguido de um "platô" e, desde junho, os casos aceleram. A avaliação é de que o país continua ainda na primeira onda. O vírus, que começou mais forte no noroeste e nordeste do país, agora se move em direção ao sul e oeste do país. Agora, os estados mais afetados são Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, enquanto regiões como Nova York tentam voltar à normalidade.

Mulher infectada com o coronavírus é tratada em hospital nas proximidades de Nova Délhi, capital da Índia Foto: XAVIER GALIANA / AFP

O presidente Donald Trump "politizou" a ciência provocando controvérsia em torno da máscara que ele há muito se recusa a usar e evoca conspirações em torno do covid-19 para enfraquecê-la. Assim como na Índia, os especialistas estimam que países federativos tenham dificuldades em combater a pandemia devido às respostas heterogêneas locais. 

Brasil 

A maior economia da América Latina, com 209 milhões de habitantes, liderada por Jair Bolsonaro tem quase 2 milhões de casos e já ultrapassou 70 mil mortes. Mas especialistas estimam que o número real de casos pode ser até dez vezes maior e o número de mortes, até o dobro. Entre os 27 Estados, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam o maior número de contaminações. 

Nos últimos sete dias, o Brasil registrou uma média diária de 1.067 mortes por covid-19. Os últimos sete dias foram os mais letais no País. É a quarta semana seguida em que o número de óbitos anunciados pelas secretarias estaduais de Saúde fica acima de mil.  

Mesmo com a pandemia atingindo o pico no Brasil, com mais de 90% dos municípios do país afetados pela doença, muitos Estados e cidades avançam com as reaberturas econômicas e flexibilização das quarentenas. 

Cruzes simbolizando os que morreram com a doença de coronavírus em frente ao Congresso Nacional durante um protesto contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Brasília. Foto: REUTERS/Adriano Machado

Os atrasos na tomada de medidas preventivas e a falta de evidências foram exacerbados pela politização da pandemia. Jair Bolsonaro, que contraiu a doença, realizou uma campanha incansável contra os governadores que impuseram medidas de confinamento em nome da sobrevivência da economia. 

India 

A quinta maior economia do mundo, com 1,3 bilhão de habitantes, chegará em breve a um milhão de pessoas contamiandas. O governo do premiê Narenda Modi decidiu nesta semana reconfinar cerca de 130 milhões de habitantes do estado de Bihar, no norte. Também houve lockdown na região de Bangalore, no sul. 

No país todo, os estados mais afetados são Maharashtra, onde ficam Mumbai e os estúdios de Bollywood, e Tamil Nadu, ao sul. A capital Nova Délhi também concentra uma grande quantidade de casos. 

"O pico da onda, de acordo com minhas previsões, será em meados de agosto. Mas outros cientistas falam em outubro, novembro ou dezembro", explicou o virologista T. Jacob John à AFP. "Muitas razões explicam os surtos, como testes de triagem deficientes e um gerenciamento muito heterogêneo em estados e cidades", acrescentou o biólogo Samit Bhattacharyya, professor da Universidade Shiv Nadar. 

Cemitério em Joanesburgo com covas abertas Foto: EFE/EPA/KIM LUDBROOK

África do Sul 

A segunda economia africana, com quase 58 milhões de habitantes, registrou um um grande aumento de casos nas últimas semanas - são quase 8 mil infecções por dia desde o início de julho. O total chega a 300 mil. O presidente Cyril Ramaphosa impôs novamente o toque de recolher e suspendeu a venda de álcool.

As províncias mais afetadas são Gauteng, onde está Joanesburgo, o centro econômico e financeiro, e também a capital Pretória. Pouco mais de um terço dos casos estão concentrados na região. A província de Western Cape, altamente procurada pelos turistas, responde por 30% dos casos.

"Estamos vendo um aumento muito rápido em Joanesburgo e prevemos que ele continue por várias semanas", disse à AFP o epidemiologista Salim Abdool Karim, principal conselheiro do governo na covid-19. / AFP 

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