Por que o ‘Nostradamus’ das eleições americanas não previu vitória de Trump? Veja a explicação dele


Allan Lichtman acertou nove das 11 últimas disputas à presidência dos EUA; professor avalia ter julgado incorretamente cenário da nomeação do Partido Democrata e ressalta peso da ‘desinformação’

Por Juliano Galisi

Em 40 anos de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o professor Allan Lichtman, historiador da American University, acumulou um histórico quase perfeito de previsões de resultados. Dos dez pleitos à presidência do país disputados no período, Lichtman previu o vencedor em nove ocasiões. A proporção de acertos rendeu ao historiador o apelido de “Nostradamus” das eleições americanas.

Lichtman, contudo, cravou o resultado incorreto na eleição vencida por Donald Trump, pois havia previsto a vitória da vice-presidente Kamala Harris contra o republicano. Em uma transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 7, o historiador explicou os motivos que o levaram à leitura incorreta do cenário.

Donald Trump vence Kamala Harris e contraria previsão do 'Nostradamus' das eleições americanas Foto: Jim Watson/AFP
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‘Chaves a Casa Branca’

O método de Allan Lichtman para cravar o vencedor da eleição americana é denominado de “chaves para a Casa Branca”. As “chaves” consistem em 13 perguntas sobre a política e a economia do país que podem ser respondidas como “verdadeiras” ou “falsas”.

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“Minhas previsões são baseadas na história, e sempre é possível que ocorram eventos tão marcantes que mudem o padrão histórico. Acho que foi isso que aconteceu aqui”, afirmou Lichtman durante a transmissão ao vivo.

Contestação das prévias

Para o historiador, a “chave” mais problemática do método foi a de “contestação do processo de prévias”, em razão de um episódio sem precedentes na história americana: a desistência do presidente Joe Biden em concorrer à reeleição, em 21 de julho. Em ato contínuo à renúncia, Biden afirmou que apoiaria a indicação de sua vice, Kamala Harris, como a nomeação democrata na disputa presidencial.

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Segundo Lichtman, o respaldo do presidente a Kamala comprometeu um eventual processo de prévias entre os democratas. O partido de Joe Biden pode ter se sentido constrangido em realizar um processo de primárias e contrariar a indicação do mandatário. Portanto, mesmo que a vice de Biden tenha obtido o apoio majoritário dos delegados do partido, há dúvidas sobre a medida em que esse consenso foi forçado pelas circunstâncias.

Desinformação e desempenho econômico

O historiador também atribui peso considerável para a “desinformação”. “Sempre tivemos desinformação, mas nada nesta proporção”, disse. De acordo com Lichtman, o modelo das “chaves” supõe que o eleitor decidirá seu voto por meio de critérios pragmáticos e racionais. As formulações relativas ao desempenho da economia americana podem ter sido comprometidas pela desinformação.

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O historiador ressalta que um dos principais apoiadores da campanha de Donald Trump foi o bilionário Elon Musk, dono da SpaceX e da rede social X, o antigo Twitter. A detenção de um meio de comunicação, como o X, pode ter comprometido a percepção do eleitorado sobre a economia americana. Apesar da condição de pleno emprego e dos sinais favoráveis ao “pouso suave”, a maior parte do eleitorado avaliou o desempenho econômico do país como negativo, como demonstra o resultado apurado nas urnas.

Allan Litchman ganhou projeção não só pelo histórico favorável de previsões, mas pelos prognósticos que, mesmo na contramão dos demais analistas políticos dos Estados Unidos, se demonstraram corretos. O historiador, por exemplo, cravou a vitória de Trump em 2016, quando o empresário e apresentador era visto como “azarão” na disputa com a democrata Hillary Clinton. Além de 2024, o professor havia errado o prognóstico da eleição de 2000, para a qual havia projetado uma vitória do então vice-presidente Al Gore.

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Em 40 anos de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o professor Allan Lichtman, historiador da American University, acumulou um histórico quase perfeito de previsões de resultados. Dos dez pleitos à presidência do país disputados no período, Lichtman previu o vencedor em nove ocasiões. A proporção de acertos rendeu ao historiador o apelido de “Nostradamus” das eleições americanas.

Lichtman, contudo, cravou o resultado incorreto na eleição vencida por Donald Trump, pois havia previsto a vitória da vice-presidente Kamala Harris contra o republicano. Em uma transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 7, o historiador explicou os motivos que o levaram à leitura incorreta do cenário.

Donald Trump vence Kamala Harris e contraria previsão do 'Nostradamus' das eleições americanas Foto: Jim Watson/AFP

‘Chaves a Casa Branca’

O método de Allan Lichtman para cravar o vencedor da eleição americana é denominado de “chaves para a Casa Branca”. As “chaves” consistem em 13 perguntas sobre a política e a economia do país que podem ser respondidas como “verdadeiras” ou “falsas”.

“Minhas previsões são baseadas na história, e sempre é possível que ocorram eventos tão marcantes que mudem o padrão histórico. Acho que foi isso que aconteceu aqui”, afirmou Lichtman durante a transmissão ao vivo.

Contestação das prévias

Para o historiador, a “chave” mais problemática do método foi a de “contestação do processo de prévias”, em razão de um episódio sem precedentes na história americana: a desistência do presidente Joe Biden em concorrer à reeleição, em 21 de julho. Em ato contínuo à renúncia, Biden afirmou que apoiaria a indicação de sua vice, Kamala Harris, como a nomeação democrata na disputa presidencial.

Segundo Lichtman, o respaldo do presidente a Kamala comprometeu um eventual processo de prévias entre os democratas. O partido de Joe Biden pode ter se sentido constrangido em realizar um processo de primárias e contrariar a indicação do mandatário. Portanto, mesmo que a vice de Biden tenha obtido o apoio majoritário dos delegados do partido, há dúvidas sobre a medida em que esse consenso foi forçado pelas circunstâncias.

Desinformação e desempenho econômico

O historiador também atribui peso considerável para a “desinformação”. “Sempre tivemos desinformação, mas nada nesta proporção”, disse. De acordo com Lichtman, o modelo das “chaves” supõe que o eleitor decidirá seu voto por meio de critérios pragmáticos e racionais. As formulações relativas ao desempenho da economia americana podem ter sido comprometidas pela desinformação.

O historiador ressalta que um dos principais apoiadores da campanha de Donald Trump foi o bilionário Elon Musk, dono da SpaceX e da rede social X, o antigo Twitter. A detenção de um meio de comunicação, como o X, pode ter comprometido a percepção do eleitorado sobre a economia americana. Apesar da condição de pleno emprego e dos sinais favoráveis ao “pouso suave”, a maior parte do eleitorado avaliou o desempenho econômico do país como negativo, como demonstra o resultado apurado nas urnas.

Allan Litchman ganhou projeção não só pelo histórico favorável de previsões, mas pelos prognósticos que, mesmo na contramão dos demais analistas políticos dos Estados Unidos, se demonstraram corretos. O historiador, por exemplo, cravou a vitória de Trump em 2016, quando o empresário e apresentador era visto como “azarão” na disputa com a democrata Hillary Clinton. Além de 2024, o professor havia errado o prognóstico da eleição de 2000, para a qual havia projetado uma vitória do então vice-presidente Al Gore.

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Em 40 anos de eleições presidenciais nos Estados Unidos, o professor Allan Lichtman, historiador da American University, acumulou um histórico quase perfeito de previsões de resultados. Dos dez pleitos à presidência do país disputados no período, Lichtman previu o vencedor em nove ocasiões. A proporção de acertos rendeu ao historiador o apelido de “Nostradamus” das eleições americanas.

Lichtman, contudo, cravou o resultado incorreto na eleição vencida por Donald Trump, pois havia previsto a vitória da vice-presidente Kamala Harris contra o republicano. Em uma transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 7, o historiador explicou os motivos que o levaram à leitura incorreta do cenário.

Donald Trump vence Kamala Harris e contraria previsão do 'Nostradamus' das eleições americanas Foto: Jim Watson/AFP

‘Chaves a Casa Branca’

O método de Allan Lichtman para cravar o vencedor da eleição americana é denominado de “chaves para a Casa Branca”. As “chaves” consistem em 13 perguntas sobre a política e a economia do país que podem ser respondidas como “verdadeiras” ou “falsas”.

“Minhas previsões são baseadas na história, e sempre é possível que ocorram eventos tão marcantes que mudem o padrão histórico. Acho que foi isso que aconteceu aqui”, afirmou Lichtman durante a transmissão ao vivo.

Contestação das prévias

Para o historiador, a “chave” mais problemática do método foi a de “contestação do processo de prévias”, em razão de um episódio sem precedentes na história americana: a desistência do presidente Joe Biden em concorrer à reeleição, em 21 de julho. Em ato contínuo à renúncia, Biden afirmou que apoiaria a indicação de sua vice, Kamala Harris, como a nomeação democrata na disputa presidencial.

Segundo Lichtman, o respaldo do presidente a Kamala comprometeu um eventual processo de prévias entre os democratas. O partido de Joe Biden pode ter se sentido constrangido em realizar um processo de primárias e contrariar a indicação do mandatário. Portanto, mesmo que a vice de Biden tenha obtido o apoio majoritário dos delegados do partido, há dúvidas sobre a medida em que esse consenso foi forçado pelas circunstâncias.

Desinformação e desempenho econômico

O historiador também atribui peso considerável para a “desinformação”. “Sempre tivemos desinformação, mas nada nesta proporção”, disse. De acordo com Lichtman, o modelo das “chaves” supõe que o eleitor decidirá seu voto por meio de critérios pragmáticos e racionais. As formulações relativas ao desempenho da economia americana podem ter sido comprometidas pela desinformação.

O historiador ressalta que um dos principais apoiadores da campanha de Donald Trump foi o bilionário Elon Musk, dono da SpaceX e da rede social X, o antigo Twitter. A detenção de um meio de comunicação, como o X, pode ter comprometido a percepção do eleitorado sobre a economia americana. Apesar da condição de pleno emprego e dos sinais favoráveis ao “pouso suave”, a maior parte do eleitorado avaliou o desempenho econômico do país como negativo, como demonstra o resultado apurado nas urnas.

Allan Litchman ganhou projeção não só pelo histórico favorável de previsões, mas pelos prognósticos que, mesmo na contramão dos demais analistas políticos dos Estados Unidos, se demonstraram corretos. O historiador, por exemplo, cravou a vitória de Trump em 2016, quando o empresário e apresentador era visto como “azarão” na disputa com a democrata Hillary Clinton. Além de 2024, o professor havia errado o prognóstico da eleição de 2000, para a qual havia projetado uma vitória do então vice-presidente Al Gore.

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