O porta-voz do governo da Rússia, Dmitri Peskov, classificou de “incorreta” a informação da existência de um plano de paz de 15 pontos que o país estaria negociando com a Ucrânia pelo cessar-fogo, retirada de tropas e neutralidade do país vizinho com relação à Otan.
O secretário de imprensa do governo russo disse, em entrevista coletiva telefônica, que o plano, noticiado ontem pelo jornal britânico Financial Times, “contém uma grande quantidade de compilações e informações que estavam no campo público, sobre os assuntos que estão na agenda” das conversas de Moscou com Kiev.
“Mas, está tudo compilado incorretamente e, de fato, é incorreto. Há elementos corretos, mas não em geral. Isso não está certo”, explicou Peskov.
O porta-voz afirmou hoje que “o trabalho continua” e que, quando houver progresso de acordo entre os dois países, será informado. O Financial Times, que cita três fontes ligadas às negociações, apontou que as missões de Rússia e Ucrânia abordaram nesta segunda-feira um rascunho de acordo, que implicaria na renúncia de Kiev entrar na Otan e acolher bases militares estrangeiras.
A possibilidade de renúncia à entrada na Otan já foi sinalizada por Zelenski esta semana, quando ele afirmou que a Ucrânia já havia “entendido” que não há portas abertas para a entrada no bloco. Apesar disso, Zelenski pediu que haja garantias de proteção à Ucrânia com os países ocidentais.
O assessor do gabinete da Presidência da Ucrânia, Mikhail Podoliak, afirmou nesta quarta-feira, 16, no Twitter, que o documento apresentado pelo jornal britânico apenas apresenta as demandas russas na negociação e “nada mais”.
“A parte ucraniana tem suas próprias posturas. O único ponto que confirmamos neste momento é o cessar-fogo, a retirada das tropas russas e a garantia de segurança de uma série de países”, escreveu o assessor, que também participa das negociações.
Além disso, Podoliak afirmou que as posições só poderão se tornar realidade a partir de um diálogo direto entre os presidentes da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e da Rússia, Vladimir Putin. /Com informações da EFE