PARIS - Oito pessoas continuam desaparecidas e cinco ficaram feridas depois que o prédio em que viviam explodiu e desabou no início deste domingo, 9, perto do porto de Marselha, na França, deixando montes de destroços em chamas dificultando as operações de resgate, disseram autoridades. “A causa ainda não foi determinada”, disseram autoridades da cidade portuária do sul da França.
“Esta noite, às 12h40, o colapso de um prédio na Rua Tivoli causou o desabamento de parte de outros prédios na mesma rua″, disse Benoît Payan, prefeito de Marselha. Segundo ele, cinco pessoas ficaram levemente feridas e nove saíram ilesas, incluindo duas crianças. “Há um incêndio nos escombros que impede-nos de enviar cães e equipes para procurar possíveis vítimas debaixo dos escombros”, acrescentou.
Mais de 100 bombeiros trabalharam contra o relógio para extinguir as chamas dentro dos escombros do prédio de cinco andares, mas mais de 17 horas depois “a situação ainda não está estabilizada”, disse a promotora de Marselha, Dominique Laurens, em entrevista coletiva à noite.
No início do dia, as autoridades pensavam que entre quatro e 10 pessoas poderiam ter ficado presas. Laurens disse que a polícia ainda não confirmou o aparente desaparecimento de uma nona pessoa que morava em um prédio ao lado.
As ruas ao redor do prédio foram isoladas e várias equipes de emergência trabalham no local. A poeira podia ser vista em algumas das ruas ao redor. “Foi enorme como uma explosão”, disse à agência de notícias France Presse Gilles, um homem que preferiu não revelar seu sobrenome, mas mora em uma rua perpendicular ao prédio desabado.
Segundo o testemunho de vários usuários nas redes sociais, uma explosão teria ocorrido, levando ao desabamento total do edifício na Rua Tivoli. Um vasto perímetro de segurança foi estabelecido após o risco de desabamento dos edifícios adjacentes.
Drones e robôs foram usados para examinar a cena em busca de sinais de vida. Os destroços em chamas estavam muito quentes para os cães da equipe canina dos bombeiros trabalharem até a tarde de domingo, além da fumaça que ainda os incomodava, disse a promotora.
“Não podemos intervir de uma maneira muito clássica”, disse o ministro do Interior, Gerald Darmanin, durante uma visita ao local.
Uma investigação foi aberta por lesão involuntária, pelo menos inicialmente evitando possíveis intenções criminosas. Uma explosão de gás estava entre as hipóteses a serem verificadas, disse Laurens.
Os bombeiros, com a ajuda de especialistas em resgate urbano, trabalharam durante a noite e durante todo o domingo em uma lenta corrida contra o tempo. A delicada operação teve como objetivo manter os bombeiros em segurança, evitar maiores danos às pessoas potencialmente presas nos escombros e não comprometer prédios vulneráveis próximos, já parcialmente desmoronados. Cerca de 30 edifícios na área foram esvaziados, disse Darmanin.
O desabamento de dois prédios na Rua Aubagne, também no centro de Marselha, em novembro de 2018 deixou oito mortos. Estes edifícios encontravam-se em grave estado de conservação./AP e AFP