MADRI - O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e o partido independentista catalão Juntos pela Catalunha (JxC) fecharam nesta quinta-feira, 9, um acordo que abre caminho para um novo governo e anistia os condenados pela tentativa de independência catalã, em 2017.
O acordo foi concluído pelo secretário-geral do JxC, Jordi Turull, e pelo número três do PSOE, Santos Cerdán, após dias de intensas negociações em Bruxelas e protestos violentos em várias cidades da Espanha, convocados principalmente por partidos de ultradireita que se opõem à anistia.
A chave para o acordo foi Carles Puigdemont, líder do JxC e ex-presidente do governo regional da Catalunha, que fugiu para a Bélgica após o fracasso da tentativa de independência. Com o pacto, Puigdemont será anistiado e Sánchez terá maioria, apesar de o PSOE ter ficado atrás dos conservadores do Partido Popular (PP) nas eleições de julho.
A anistia foi rejeitada por parte dos espanhóis, principalmente de eleitores de partidos de direita e ultradireita. Eles acusam Sánchez de estar disposto a tudo para permanecer no poder. Na terça-feira, quando o acordo parecia iminente, cerca de 7 mil pessoas saíra às ruas de Madri. Os manifestantes atiraram latas de lixo, garrafas e enfrentaram a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo.
Ontem, os socialistas celebraram o pacto. “É uma oportunidade histórica para resolver um conflito que só pode ser resolvido através da política”, disse Cerdán. O JxC já sugeriu que exigirá um novo plebiscito de independência da Catalunha, mas desta vez dentro da Constituição. O PSOE, no entanto, rejeita a consulta.