O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, pretende renunciar no mês que vem, cedendo à pressão dentro de seu partido para abandonar sua liderança impopular, informaram meios de comunicação da imprensa local nesta quarta-feira 14, (noite de terça-feira, 13 em Brasília).
Kishida informou autoridades de seu governo sobre sua intenção de não concorrer na próxima eleição para a liderança do seu partido em setembro, de acordo com veículos de notícias japoneses, incluindo a emissora nacional NHK e a Kyodo News. O vencedor dessa eleição se tornará o primeiro-ministro. O Partido Liberal Democrático (PLD), no poder no Japão quase que ininterruptamente desde 1945, deverá portanto escolher um novo líder em setembro.
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O chefe de governo de 67 anos ocupa o cargo desde outubro de 2021 e sua popularidade caiu fortemente nas pesquisas devido à inflação que afeta a vida dos japoneses e pelos escândalos de corrupção de seu partido. Os índices de apoio ao primeiro-ministro caíram para 15,5% em uma pesquisa de opinião no mês passado pelo canal japonês Jiji Press. Foi o menor índice de aprovação desde que o PLD retornou ao poder em dezembro de 2012.
O escândalo de corrupção se concentra em fundos políticos não declarados levantados por meio de ingressos vendidos para eventos do partido. As ações envolveram mais de 80 legisladores do PLD, a maioria pertencente a uma grande facção do partido anteriormente liderada pelo ex-primeiro-ministro assassinado Shinzo Abe. Dez pessoas — legisladores e seus assessores — foram indiciadas em janeiro.
Derrotas nas eleições locais no início do ano minaram sua influência, e os legisladores do PLD expressaram a necessidade de um novo rosto antes das próximas eleições gerais.
Kishida permanecerá como líder do partido até o fim de seu mandato em setembro, após o qual ele deixará o cargo quando um novo líder for eleito. A data da corrida de liderança do PLD em setembro será definida em 20 de agosto./NYT e AP.