O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reafirmou neste sábado, 1º, em Kiev, no primeiro dia da presidência espanhola da União Europeia (UE), o apoio do bloco à Ucrânia, que tem resistido a uma invasão russa nos últimos 16 meses.
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, que espera acelerar a adesão de seu país ao bloco dos 27, destacou o gesto de Sánchez, mas lamentou a demora de algumas potências ocidentais em fornecer o material militar necessário para fortalecer a contraofensiva ucraniana no leste e no sul.
“Minha presença aqui no primeiro dia da presidência semestral [da UE] demonstra um compromisso político claro e inequívoco por parte das instituições comunitárias” em relação à adesão da Ucrânia, declarou Sánchez em uma coletiva de imprensa ao lado de Zelenski.
“É extremamente simbólico que esta visita ocorra no primeiro dia da presidência espanhola da UE”, considerou Zelenski nas redes sociais.
A Ucrânia recebeu o status de candidato à UE há um ano e espera iniciar ainda este ano as negociações formais sobre os próximos passos.”A Espanha reitera seu apoio à candidatura da Ucrânia para se juntar à UE, que estará entre as prioridades de sua presidência”, destaca a declaração conjunta de Sánchez e Zelenski.
A Ucrânia também busca estreitar laços com a OTAN, que realizará uma cúpula em Vilnius, capital da Lituânia, no final do mês, na qual deve abordar a relação futura entre a aliança militar ocidental e a ex-república soviética.
A declaração conjunta destaca que “a Espanha apoia o fortalecimento da colaboração da OTAN com a Ucrânia, também por meio da criação de um Conselho OTAN-Ucrânia”.
Sánchez anunciou sua viagem a Kiev em uma cúpula da UE na quinta-feira, afirmando que seu objetivo era demonstrar o “apoio inabalável” da UE à Ucrânia. No entanto, Zelensky reiterou suas críticas a “alguns” aliados ocidentais que estão demorando para treinar pilotos ucranianos no manejo de aviões de combate.
“Vocês têm alguma ideia de quando a Ucrânia poderá obter os F-16?”, declarou o presidente ucraniano ao lado de Sánchez. “Não há nenhum calendário para as missões de treinamento. Acredito que alguns parceiros estão arrastando os pés”, acrescentou.
Essas críticas surgem após semanas de uma contraofensiva com avanços limitados na tentativa de recuperar territórios conquistados pelas tropas russas desde o início da invasão em fevereiro de 2022. O comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Valeri Zaluzhni, disse na sexta-feira em uma entrevista ao Washington Post que os planos de contraofensiva têm sido prejudicados pela falta de armas adequadas, desde aviões de combate modernos até munições de artilharia./AFP