O presidente colombiano, Iván Duque, disse nesta quinta-feira, 21, que os cidadãos que participaram de protestos em massa contra políticas de seu governo 'falaram' – e que ele está disposto a ouvi-los, embora não tenha dado sinais de mudança.
"Hoje os colombianos falaram e estamos ouvindo, o diálogo social tem sido a principal bandeira deste governo, devemos aprofundá-lo em todos os setores da sociedade", afirmou ele em discurso que condenou o 'vandalismo' nos protestos.
O presidente também não fez referência ao panelaço surpresa que durante várias horas roncou nos bairros de Bogotá e contagiou cidades vizinhas, um sinal da crescente insatisfação com o governo.
Dezenas de milhares de colombianos saíram às ruas nesta quinta-feira contra as políticas econômicas, sociais e de segurança do presidente conservador.
O dia estava calmo, mas houve tumultos em Bogotá e Cali, onde o prefeito Maurice Armitage decretou um toque de recolher durante a noite para evitar saques a estabelecimentos comerciais.
Apesar dessa medida, em alguns bairros da zona sul da cidade, vândalos entraram em grupos de apartamentos para roubar, forçando seus habitantes a se armarem com paus e outros objetos para defender suas propriedades.
Sobre isso, Duque disse que "os eventos que ocorreram após a marcha são puro vandalismo e não obedecem a uma expressão da vontade popular, nem serão legitimados pelo direito de protestar".
"Como resultado das ações coordenadas das autoridades, dezenas de criminosos foram capturados. Rejeitamos os danos que o vandalismo e os saques provocaram hoje. Esses criminosos prejudicaram as pessoas", disse o presidente.
Duke também apreciou a atitude dos cidadãos que, em muitas das manifestações, pediram aos vândalos que tirassem o capuz e parassem de atacar a polícia. "Os estudantes, trabalhadores, artistas e a grande maioria das pessoas que se mobilizaram fizeram isso com a intenção legítima de fazer sua voz ser sentida e nós os ouvimos", disse ele.
O presidente também disse que a Colômbia tem uma "democracia forte e sólida", razão pela qual convidou seus compatriotas a trabalharem juntos para "levar nosso país adiante". "Somos um país forte e nunca deixaremos de ser", concluiu. /EFE