Primeiro-ministro Mario Draghi propõe novo ‘pacto’ de governo para a Itália


Em crise desde que perdeu a confiança de um dos principais aliados no Parlamento, premiê luta pela sobrevivência do governo

Por Redação
Atualização:

ROMA - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, compareceu ao Senado nesta quarta-feira, 20, para defender a continuidade de seu governo, em crise desde a semana passada, quando perdeu o apoio de um dos principais aliados de sua coalizão ampla. Aos parlamentares, Draghi propôs um “novo acordo” entre os partidos com representação no Parlamento como única maneira de superar a atual crise política.

“O único caminho a seguir, se quisermos ficar juntos, é reconstruir um pacto (de governo) com coragem, abnegação e credibilidade”, afirmou Draghi aos parlamentares. Havia o temor de que o primeiro-ministro entregasse o cargo nesta quarta, mas ele sugeriu que continuará liderando se os membros da coalizão governista se comprometerem novamente com um pacto de unidade que criou seu governo há um ano.

Durante seu discurso, que terminará com uma moção de confiança, Draghi alertou que “a Itália não precisa mostrar confiança aparente, que desaparece quando se trata de tomar medidas difíceis”.

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O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, tenta costurar um novo acordo para dar continuidade ao seu governo. Foto: Guglielmo Mangiapane/ REUTERS

O ex-presidente do Banco Central Europeu questionou diretamente os partidos de sua ampla coalizão que inclui alas da direita à esquerda: “Vocês, partidos e parlamentares, estão prontos para reconstruir esse pacto? Estão prontos para confirmar esse esforço dos nossos primeiros meses?” ele perguntou.

“A resposta a essa pergunta não deve ser dada a mim, mas a todos os italianos”, disse ele. “A Itália é forte quando está unida”, acrescentou.

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Nos últimos dias, líderes políticos, associações e cidadãos comuns pediram que Draghi permaneça no cargo enquanto a Itália precisa lidar com o aumento da inflação e dos preços da energia, a guerra da Rússia na Ucrânia e a implementação de um plano para usar cerca de 200 bilhões de euros da União Europeia para a recuperação do país pós-pandemia de Covid-19.

Movimento 5 Estrelas

Draghi também enviou uma mensagem aos representantes do Movimento 5 Estrelas (M5E), sigla antissistema que abandonou uma votação de confiança na semana passada - em um gesto de desembarque do governo - ocasião em que o primeiro-ministro ameaçou deixar o cargo. O premiê afirmou que disputas internas e o “desejo de se distinguir” de alguns partidos minaram a confiança no seu governo.

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“Um primeiro-ministro que não foi eleito deve ter o maior apoio possível. A unidade nacional é a garantia”, disse Draghi. E completou: “Não votar a moção de confiança é um gesto claro. Não é possível ignorá-lo. Não é possível minimizá-lo porque vem depois de meses de golpes e ultimatos”.

Uma eventual queda do governo de unidade poderia desencadear uma onda de revolta social diante da inflação galopante, ameaçar o gigantesco plano de recuperação financiado pela União Europeia e alimentar o nervosismo dos mercados.

Permanência

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Segundo as últimas pesquisas, a maioria dos italianos quer que Draghi permaneça no cargo, uma das razões pelas quais ele recuou e não confirmou sua renúncia.

Assistindo ao discurso desta quarta estava o presidente Sergio Mattarella, que rejeitou a proposta de renúncia de Draghi na semana passada, mas pode decidir aceitá-la caso seja oferecida novamente, pedir a ele ou a outra pessoa que tente governar até as eleições parlamentares programadas da primavera ou dissolver o Parlamento agora e desencadear eleições antecipadas em setembro.

O primeiro-ministro deve comparecer diante da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, de acordo com o método decidido pela república parlamentar. Após a abertura do debate, em que cada partido ilustrará sua posição, um voto de confiança definirá com qual maioria o premiê conta para continuar governando ou não. / AFP e AP

ROMA - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, compareceu ao Senado nesta quarta-feira, 20, para defender a continuidade de seu governo, em crise desde a semana passada, quando perdeu o apoio de um dos principais aliados de sua coalizão ampla. Aos parlamentares, Draghi propôs um “novo acordo” entre os partidos com representação no Parlamento como única maneira de superar a atual crise política.

“O único caminho a seguir, se quisermos ficar juntos, é reconstruir um pacto (de governo) com coragem, abnegação e credibilidade”, afirmou Draghi aos parlamentares. Havia o temor de que o primeiro-ministro entregasse o cargo nesta quarta, mas ele sugeriu que continuará liderando se os membros da coalizão governista se comprometerem novamente com um pacto de unidade que criou seu governo há um ano.

Durante seu discurso, que terminará com uma moção de confiança, Draghi alertou que “a Itália não precisa mostrar confiança aparente, que desaparece quando se trata de tomar medidas difíceis”.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, tenta costurar um novo acordo para dar continuidade ao seu governo. Foto: Guglielmo Mangiapane/ REUTERS

O ex-presidente do Banco Central Europeu questionou diretamente os partidos de sua ampla coalizão que inclui alas da direita à esquerda: “Vocês, partidos e parlamentares, estão prontos para reconstruir esse pacto? Estão prontos para confirmar esse esforço dos nossos primeiros meses?” ele perguntou.

“A resposta a essa pergunta não deve ser dada a mim, mas a todos os italianos”, disse ele. “A Itália é forte quando está unida”, acrescentou.

Nos últimos dias, líderes políticos, associações e cidadãos comuns pediram que Draghi permaneça no cargo enquanto a Itália precisa lidar com o aumento da inflação e dos preços da energia, a guerra da Rússia na Ucrânia e a implementação de um plano para usar cerca de 200 bilhões de euros da União Europeia para a recuperação do país pós-pandemia de Covid-19.

Movimento 5 Estrelas

Draghi também enviou uma mensagem aos representantes do Movimento 5 Estrelas (M5E), sigla antissistema que abandonou uma votação de confiança na semana passada - em um gesto de desembarque do governo - ocasião em que o primeiro-ministro ameaçou deixar o cargo. O premiê afirmou que disputas internas e o “desejo de se distinguir” de alguns partidos minaram a confiança no seu governo.

“Um primeiro-ministro que não foi eleito deve ter o maior apoio possível. A unidade nacional é a garantia”, disse Draghi. E completou: “Não votar a moção de confiança é um gesto claro. Não é possível ignorá-lo. Não é possível minimizá-lo porque vem depois de meses de golpes e ultimatos”.

Uma eventual queda do governo de unidade poderia desencadear uma onda de revolta social diante da inflação galopante, ameaçar o gigantesco plano de recuperação financiado pela União Europeia e alimentar o nervosismo dos mercados.

Permanência

Segundo as últimas pesquisas, a maioria dos italianos quer que Draghi permaneça no cargo, uma das razões pelas quais ele recuou e não confirmou sua renúncia.

Assistindo ao discurso desta quarta estava o presidente Sergio Mattarella, que rejeitou a proposta de renúncia de Draghi na semana passada, mas pode decidir aceitá-la caso seja oferecida novamente, pedir a ele ou a outra pessoa que tente governar até as eleições parlamentares programadas da primavera ou dissolver o Parlamento agora e desencadear eleições antecipadas em setembro.

O primeiro-ministro deve comparecer diante da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, de acordo com o método decidido pela república parlamentar. Após a abertura do debate, em que cada partido ilustrará sua posição, um voto de confiança definirá com qual maioria o premiê conta para continuar governando ou não. / AFP e AP

ROMA - O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, compareceu ao Senado nesta quarta-feira, 20, para defender a continuidade de seu governo, em crise desde a semana passada, quando perdeu o apoio de um dos principais aliados de sua coalizão ampla. Aos parlamentares, Draghi propôs um “novo acordo” entre os partidos com representação no Parlamento como única maneira de superar a atual crise política.

“O único caminho a seguir, se quisermos ficar juntos, é reconstruir um pacto (de governo) com coragem, abnegação e credibilidade”, afirmou Draghi aos parlamentares. Havia o temor de que o primeiro-ministro entregasse o cargo nesta quarta, mas ele sugeriu que continuará liderando se os membros da coalizão governista se comprometerem novamente com um pacto de unidade que criou seu governo há um ano.

Durante seu discurso, que terminará com uma moção de confiança, Draghi alertou que “a Itália não precisa mostrar confiança aparente, que desaparece quando se trata de tomar medidas difíceis”.

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, tenta costurar um novo acordo para dar continuidade ao seu governo. Foto: Guglielmo Mangiapane/ REUTERS

O ex-presidente do Banco Central Europeu questionou diretamente os partidos de sua ampla coalizão que inclui alas da direita à esquerda: “Vocês, partidos e parlamentares, estão prontos para reconstruir esse pacto? Estão prontos para confirmar esse esforço dos nossos primeiros meses?” ele perguntou.

“A resposta a essa pergunta não deve ser dada a mim, mas a todos os italianos”, disse ele. “A Itália é forte quando está unida”, acrescentou.

Nos últimos dias, líderes políticos, associações e cidadãos comuns pediram que Draghi permaneça no cargo enquanto a Itália precisa lidar com o aumento da inflação e dos preços da energia, a guerra da Rússia na Ucrânia e a implementação de um plano para usar cerca de 200 bilhões de euros da União Europeia para a recuperação do país pós-pandemia de Covid-19.

Movimento 5 Estrelas

Draghi também enviou uma mensagem aos representantes do Movimento 5 Estrelas (M5E), sigla antissistema que abandonou uma votação de confiança na semana passada - em um gesto de desembarque do governo - ocasião em que o primeiro-ministro ameaçou deixar o cargo. O premiê afirmou que disputas internas e o “desejo de se distinguir” de alguns partidos minaram a confiança no seu governo.

“Um primeiro-ministro que não foi eleito deve ter o maior apoio possível. A unidade nacional é a garantia”, disse Draghi. E completou: “Não votar a moção de confiança é um gesto claro. Não é possível ignorá-lo. Não é possível minimizá-lo porque vem depois de meses de golpes e ultimatos”.

Uma eventual queda do governo de unidade poderia desencadear uma onda de revolta social diante da inflação galopante, ameaçar o gigantesco plano de recuperação financiado pela União Europeia e alimentar o nervosismo dos mercados.

Permanência

Segundo as últimas pesquisas, a maioria dos italianos quer que Draghi permaneça no cargo, uma das razões pelas quais ele recuou e não confirmou sua renúncia.

Assistindo ao discurso desta quarta estava o presidente Sergio Mattarella, que rejeitou a proposta de renúncia de Draghi na semana passada, mas pode decidir aceitá-la caso seja oferecida novamente, pedir a ele ou a outra pessoa que tente governar até as eleições parlamentares programadas da primavera ou dissolver o Parlamento agora e desencadear eleições antecipadas em setembro.

O primeiro-ministro deve comparecer diante da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, de acordo com o método decidido pela república parlamentar. Após a abertura do debate, em que cada partido ilustrará sua posição, um voto de confiança definirá com qual maioria o premiê conta para continuar governando ou não. / AFP e AP

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