WASHINGTON - O Departamento de Justiça dos EUA está investigando um possível esquema de suborno em troca de perdão presidencial, revelaram documentos de um tribunal federal divulgados nesta terça-feira, 1.
A juíza distrital dos Estados Unidos, Beryl Howell, divulgou uma ordem em que descreve o que ela chamou de investigação sobre "suborno-para-perdão".
Cerca de metade do documento de 18 páginas foi apagada. A versão publicamente disponível fornece poucos detalhes do suposto esquema e não cita nenhuma das pessoas potencialmente envolvidas.
A agência disse que promotores federais em Washington disseram ter obtido evidências de um esquema de suborno no qual alguém "ofereceria uma contribuição política substancial em troca de perdão presidencial ou suspensão da pena".
A ordem disse que os promotores também estavam investigando um "esquema secreto de lobby", no qual dois indivíduos não identificados "agiam como lobistas para altos funcionários da Casa Branca, sem cumprir a exigência de registro da Lei de Divulgação de Lobby".
Os promotores disseram que planejavam "confrontar" três indivíduos não identificados e concluir a investigação.
De acordo com a ordem de Howell, os investigadores do governo disseram ter apreendido "mais de cinquenta dispositivos de mídia digital, incluindo iPhones, iPads, laptops, pen drives e computadores e discos rígidos externos".
Uma porta-voz do Departamento de Justiça não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.
A constituição dos EUA concede aos presidentes o direito de perdoar pessoas condenadas por crimes federais. Na semana passada, Trump perdoou seu ex-conselheiro de segurança nacional Michael Flynn, que duas vezes se confessou culpado de mentir para o FBI durante uma investigação sobre a interferência russa na eleição presidencial de 2016.
Este foi o primeiro do que se espera ser uma série de perdões nas semanas finais de Trump na Casa Branca.
De acordo com a ordem de Howell, o Departamento de Justiça recentemente disse a ela que queria evitar que a investigação se tornasse pública porque detalhava "indivíduos e condutas" que ainda não haviam sido acusados. /REUTERS