TEL AVIV - Manifestantes israelenses protestaram pela 15ª semana consecutiva nas ruas de Tel Aviv, em Israel, neste sábado, 15, contra a reforma judicial promovida pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, considerada uma ameaça à democracia do país. As reivindicações tiveram início em janeiro deste ano e seguem aquecidas desde então.
Uma parte da reforma, no entanto, chegou a ser aprovada em uma primeira fase pelo Parlamento local, em fevereiro. Porém, para que cada uma das leis propostas sejam efetivadas no país, é necessário passar por três votações.
“Salvemos a democracia”, diziam algumas faixas, entre uma onda de bandeiras israelenses. Alguns manifestantes acenderam sinalizadores e latas de fumaça, relataram jornalistas da AFP.
Manifestações se espalham pelo país
Outros protestos, com menor número de participantes, também foram registrados nas cidades de Haifa, no norte, e Modiin, centro de Jerusalém, em frente à casa do ministro da Justiça, Yariv Levin. Desde que a reforma foi anunciada, dezenas de milhares de pessoas se manifestam semanalmente para denunciá-la.
Embora Netanyahu tenha anunciado em 27 de março a suspensão temporária dos processos legislativos e o início das negociações com a oposição para impulsionar uma reforma consensual, as manifestações não pararam.
“Todos estamos cansados e não queria vir hoje, mas minha irmã me disse: ‘não temos opção’ e é verdade, não temos opção, não podemos baixar a guarda, precisamos defender o nosso país”, disse a psiquiatra Karen Baron, de 45 anos.
Reações
O Executivo acredita que a medida irá equilibrar o poder entre o Parlamento e a Suprema Corte, considerada politizada pela atual coalizão governista, uma das mais à direita da história de Israel. Já os opositores consideram que a reforma poderia levar o país a um modelo autoritário.
Os protestos deste sábado ocorreram um dia depois de a agência de classificação financeira americana Moody’s anunciar que rebaixou a perspectiva de crédito de Israel de “positiva” para “estável”.
De acordo com a agência, esta mudança reflete “uma deterioração da gestão de Israel, como mostram os acontecimentos recentes devido à proposta de governo para reformar o sistema judicial”. / AFP