Proximidade com príncipe William é trunfo de popularidade para rei Charles III


Novo rei precisa da popularidade do filho, que assumirá o trono futuramente, para seguir reinando em meio a dificuldades que surgem com a morte de Elizabeth II

Por Renata Miranda

ESPECIAL PARA O ESTADÃO EM LONDRES - A proximidade entre o rei Charles III e seu sucessor direto, o príncipe William, deve ser um dos grandes trunfos de seu reinado. “Uma das vantagens da monarquia em comparação com um presidente republicano é que com ela vem toda a família real”, afirmou Robert Hazell, professor de Governo e Constituição na University College London.

“Se o rei Charles concretizar seu desejo de reduzir o tamanho da família real, em termos de número de membros da realeza em atividade, William desempenhará papel cada vez mais importante; e é provável que isso cresça à medida que o rei vá envelhecendo, e William é convidado a substituí-lo, como Charles substituiu a mãe.”

Ter William ao seu lado também pode resultar em um aumento de popularidade “por aproximação”. Uma pesquisa do instituto YouGov realizada este ano, antes da morte de Elizabeth II, colocou o atual rei em sétimo lugar no ranking de popularidade da família real, abaixo até mesmo de sua irmã, a princesa Anne, e sua sobrinha Zara Philips.

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William, Príncipe de Gales e rainha-consorte Camilla, ouvem o rei Charles III falar durante o Conselho de Ascensão no Palácio de St James Foto: Jonathan Brady/Pool via Reuters

Já William ocupou o terceiro lugar, perdendo apenas para sua mulher, Kate Middleton, em segundo lugar, e para a própria rainha, em primeiro.

A despeito de especulações sobre uma possível abdicação em favor de William, especialistas são categóricos em afirmar que tal possibilidade é quase nula. “Não há tradição ou costume de aposentadoria por idade avançada”, lembrou Robert Blackburn, professor de Direito Constitucional no King’s College London. “A rainha considerava que reinar era seu dever enquanto estivesse viva, e Charles tem a mesma atitude”, completou Hazell.

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Esse compromisso foi reafirmado no primeiro discurso do rei à nação: “Essa promessa de serviço vitalício eu renovo a todos vocês”, disse Charles III.

“Um dos desafios e oportunidades de um novo reinado é a chance de renovar e recomeçar a relação entre monarquia e o povo – no Reino Unido e na Commonwealth. Ele (Charles) já começou esse relacionamento com os países durante suas visitas após a morte da rainha”, explica a historiadora na Universidade de Winchester especializada em monarquias Elena Woodacre.

O rei Charles III e William, príncipe de Gales, caminham atrás do caixão da rainha Elizabeth II Foto: Richard Heathcode/AFP
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Segundo a historiadora, Charles tem dois desafios principais: iniciar o reinado num período de crises política, econômica e social e liderar o futuro da monarquia. “A rainha tornou a preservação e promoção da Commonwealth um dos pilares de seu reinado. Charles é desafiado a manter a instituição e o papel da monarquia como seu sucessor”, explica Elena Woodacre.

União familiar

Manter o país unido durante o novo reinado, no entanto, não é o único desafio de Charles. A rixa entre seus dois filhos, os príncipes William e Harry, pode apresentar um problema para a família real no futuro.

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Ainda que os irmãos tenham se unido após a morte da rainha, o relacionamento ainda é tenso — principalmente após a entrevista que Harry e sua mulher, Meghan Markle, deram à apresentadora de TV americana Oprah Winfrey no ano passado. Ambos fizeram alegações de racismo dentro da família real.

“Esperamos que haja uma reaproximação entre William e Harry como irmãos, mesmo que Harry tenha deixado o cargo de membro da família real”, sugeriu Hazell.

O príncipe William e o príncipe Harry participam da vigília dos netos da rainha ao redor do caixão Foto: Aaron Chown/Pool via AP
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Juntos, mas separados

Outra complicação para Charles será lidar com seu irmão, o príncipe Andrew. Considerado o filho favorito da rainha, Andrew renunciou aos deveres reais em 2019 após uma desastrosa entrevista na TV onde tentou, sem sucesso, se distanciar do amigo, Jeffrey Epstein, acusado de assédio sexual.

Em janeiro deste ano, Andrew perdeu seus vínculos militares e patrocínios reais e abandonou seu título de Alteza Real. Um mês depois, ele fez um acordo extrajudicial com Virginia Giuffre, uma americana vítima de Epstein que acusou Andrew de abusar sexualmente dela quando ela era adolescente. Andrew negou e não foi acusado criminalmente./Com Fernanda Simas

ESPECIAL PARA O ESTADÃO EM LONDRES - A proximidade entre o rei Charles III e seu sucessor direto, o príncipe William, deve ser um dos grandes trunfos de seu reinado. “Uma das vantagens da monarquia em comparação com um presidente republicano é que com ela vem toda a família real”, afirmou Robert Hazell, professor de Governo e Constituição na University College London.

“Se o rei Charles concretizar seu desejo de reduzir o tamanho da família real, em termos de número de membros da realeza em atividade, William desempenhará papel cada vez mais importante; e é provável que isso cresça à medida que o rei vá envelhecendo, e William é convidado a substituí-lo, como Charles substituiu a mãe.”

Ter William ao seu lado também pode resultar em um aumento de popularidade “por aproximação”. Uma pesquisa do instituto YouGov realizada este ano, antes da morte de Elizabeth II, colocou o atual rei em sétimo lugar no ranking de popularidade da família real, abaixo até mesmo de sua irmã, a princesa Anne, e sua sobrinha Zara Philips.

William, Príncipe de Gales e rainha-consorte Camilla, ouvem o rei Charles III falar durante o Conselho de Ascensão no Palácio de St James Foto: Jonathan Brady/Pool via Reuters

Já William ocupou o terceiro lugar, perdendo apenas para sua mulher, Kate Middleton, em segundo lugar, e para a própria rainha, em primeiro.

A despeito de especulações sobre uma possível abdicação em favor de William, especialistas são categóricos em afirmar que tal possibilidade é quase nula. “Não há tradição ou costume de aposentadoria por idade avançada”, lembrou Robert Blackburn, professor de Direito Constitucional no King’s College London. “A rainha considerava que reinar era seu dever enquanto estivesse viva, e Charles tem a mesma atitude”, completou Hazell.

Esse compromisso foi reafirmado no primeiro discurso do rei à nação: “Essa promessa de serviço vitalício eu renovo a todos vocês”, disse Charles III.

“Um dos desafios e oportunidades de um novo reinado é a chance de renovar e recomeçar a relação entre monarquia e o povo – no Reino Unido e na Commonwealth. Ele (Charles) já começou esse relacionamento com os países durante suas visitas após a morte da rainha”, explica a historiadora na Universidade de Winchester especializada em monarquias Elena Woodacre.

O rei Charles III e William, príncipe de Gales, caminham atrás do caixão da rainha Elizabeth II Foto: Richard Heathcode/AFP

Segundo a historiadora, Charles tem dois desafios principais: iniciar o reinado num período de crises política, econômica e social e liderar o futuro da monarquia. “A rainha tornou a preservação e promoção da Commonwealth um dos pilares de seu reinado. Charles é desafiado a manter a instituição e o papel da monarquia como seu sucessor”, explica Elena Woodacre.

União familiar

Manter o país unido durante o novo reinado, no entanto, não é o único desafio de Charles. A rixa entre seus dois filhos, os príncipes William e Harry, pode apresentar um problema para a família real no futuro.

Ainda que os irmãos tenham se unido após a morte da rainha, o relacionamento ainda é tenso — principalmente após a entrevista que Harry e sua mulher, Meghan Markle, deram à apresentadora de TV americana Oprah Winfrey no ano passado. Ambos fizeram alegações de racismo dentro da família real.

“Esperamos que haja uma reaproximação entre William e Harry como irmãos, mesmo que Harry tenha deixado o cargo de membro da família real”, sugeriu Hazell.

O príncipe William e o príncipe Harry participam da vigília dos netos da rainha ao redor do caixão Foto: Aaron Chown/Pool via AP

Juntos, mas separados

Outra complicação para Charles será lidar com seu irmão, o príncipe Andrew. Considerado o filho favorito da rainha, Andrew renunciou aos deveres reais em 2019 após uma desastrosa entrevista na TV onde tentou, sem sucesso, se distanciar do amigo, Jeffrey Epstein, acusado de assédio sexual.

Em janeiro deste ano, Andrew perdeu seus vínculos militares e patrocínios reais e abandonou seu título de Alteza Real. Um mês depois, ele fez um acordo extrajudicial com Virginia Giuffre, uma americana vítima de Epstein que acusou Andrew de abusar sexualmente dela quando ela era adolescente. Andrew negou e não foi acusado criminalmente./Com Fernanda Simas

ESPECIAL PARA O ESTADÃO EM LONDRES - A proximidade entre o rei Charles III e seu sucessor direto, o príncipe William, deve ser um dos grandes trunfos de seu reinado. “Uma das vantagens da monarquia em comparação com um presidente republicano é que com ela vem toda a família real”, afirmou Robert Hazell, professor de Governo e Constituição na University College London.

“Se o rei Charles concretizar seu desejo de reduzir o tamanho da família real, em termos de número de membros da realeza em atividade, William desempenhará papel cada vez mais importante; e é provável que isso cresça à medida que o rei vá envelhecendo, e William é convidado a substituí-lo, como Charles substituiu a mãe.”

Ter William ao seu lado também pode resultar em um aumento de popularidade “por aproximação”. Uma pesquisa do instituto YouGov realizada este ano, antes da morte de Elizabeth II, colocou o atual rei em sétimo lugar no ranking de popularidade da família real, abaixo até mesmo de sua irmã, a princesa Anne, e sua sobrinha Zara Philips.

William, Príncipe de Gales e rainha-consorte Camilla, ouvem o rei Charles III falar durante o Conselho de Ascensão no Palácio de St James Foto: Jonathan Brady/Pool via Reuters

Já William ocupou o terceiro lugar, perdendo apenas para sua mulher, Kate Middleton, em segundo lugar, e para a própria rainha, em primeiro.

A despeito de especulações sobre uma possível abdicação em favor de William, especialistas são categóricos em afirmar que tal possibilidade é quase nula. “Não há tradição ou costume de aposentadoria por idade avançada”, lembrou Robert Blackburn, professor de Direito Constitucional no King’s College London. “A rainha considerava que reinar era seu dever enquanto estivesse viva, e Charles tem a mesma atitude”, completou Hazell.

Esse compromisso foi reafirmado no primeiro discurso do rei à nação: “Essa promessa de serviço vitalício eu renovo a todos vocês”, disse Charles III.

“Um dos desafios e oportunidades de um novo reinado é a chance de renovar e recomeçar a relação entre monarquia e o povo – no Reino Unido e na Commonwealth. Ele (Charles) já começou esse relacionamento com os países durante suas visitas após a morte da rainha”, explica a historiadora na Universidade de Winchester especializada em monarquias Elena Woodacre.

O rei Charles III e William, príncipe de Gales, caminham atrás do caixão da rainha Elizabeth II Foto: Richard Heathcode/AFP

Segundo a historiadora, Charles tem dois desafios principais: iniciar o reinado num período de crises política, econômica e social e liderar o futuro da monarquia. “A rainha tornou a preservação e promoção da Commonwealth um dos pilares de seu reinado. Charles é desafiado a manter a instituição e o papel da monarquia como seu sucessor”, explica Elena Woodacre.

União familiar

Manter o país unido durante o novo reinado, no entanto, não é o único desafio de Charles. A rixa entre seus dois filhos, os príncipes William e Harry, pode apresentar um problema para a família real no futuro.

Ainda que os irmãos tenham se unido após a morte da rainha, o relacionamento ainda é tenso — principalmente após a entrevista que Harry e sua mulher, Meghan Markle, deram à apresentadora de TV americana Oprah Winfrey no ano passado. Ambos fizeram alegações de racismo dentro da família real.

“Esperamos que haja uma reaproximação entre William e Harry como irmãos, mesmo que Harry tenha deixado o cargo de membro da família real”, sugeriu Hazell.

O príncipe William e o príncipe Harry participam da vigília dos netos da rainha ao redor do caixão Foto: Aaron Chown/Pool via AP

Juntos, mas separados

Outra complicação para Charles será lidar com seu irmão, o príncipe Andrew. Considerado o filho favorito da rainha, Andrew renunciou aos deveres reais em 2019 após uma desastrosa entrevista na TV onde tentou, sem sucesso, se distanciar do amigo, Jeffrey Epstein, acusado de assédio sexual.

Em janeiro deste ano, Andrew perdeu seus vínculos militares e patrocínios reais e abandonou seu título de Alteza Real. Um mês depois, ele fez um acordo extrajudicial com Virginia Giuffre, uma americana vítima de Epstein que acusou Andrew de abusar sexualmente dela quando ela era adolescente. Andrew negou e não foi acusado criminalmente./Com Fernanda Simas

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