O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou à Crimeia neste sábado, 18, para o nono aniversário da anexação russa da península, segundo anunciou a televisão pública do país. A visita acontece um dia depois do Tribunal Internacional Penal (TPI) expedir um mandado de prisão contra o líder russo por crimes de guerra cometidos na invasão à Ucrânia.
Esta é a primeira visita de Putin à Crimeia desde o início da ofensiva lançada na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Depois de chegar à cidade portuária de Sebastopol, no Mar Negro, Putin participou da abertura de uma escola de arte para crianças acompanhadas pelo governador local Mikhail Razvokhaiev. “Nosso presidente Vladimir Putin sabe como surpreender. No bom sentido desta palavra”, escreveu Razvojaev no Telegram.
Segundo a autoridade, o presidente russo planejava participar da inauguração da escola por videoconferência. “Mas Vladimir veio pessoalmente. Ele mesmo. Porque em um dia histórico como hoje, ele está sempre com Sebastopol e seus habitantes”, acrescentou.
A Rússia anexou a Crimeia em 18 de março de 2014 após um referendo não reconhecido por Kiev e pela comunidade internacional. A anexação é um panorama importante para entender a guerra na Ucrânia, deflagrada após oito anos de conflitos no leste ucraniano entre a Ucrânia e grupos separatistas pró-Rússia que proclamaram as repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk.
O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, declarou em janeiro deste ano a intenção de retomar a Crimeia e reivindica a península como parte do seu território. Moscou insiste que a Crimeia faz parte da Rússia.
Vladimir Putin, cuja última visita à Crimeia havia sido em novembro de 2021, é alvo de um mandado de prisão do TPI por causa da deportação de crianças em áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia, considerada sequestro. Segundo as autoridades ucranianas, mais de 16 mil crianças foram levadas para o território russo após a invasão e muitas foram transferidas para instituições e lares adotivos.
O TPI não especificou como pretende executar os mandados de prisão, levando em conta que a Rússia não é membro do tribunal, como Moscou lembrou imediatamente. /AFP