NEW YORK TIMES - Centenas de milhares de habitantes de Gaza, em pânico, que fugiram para o sul em resposta aos avisos israelenses, lutaram para encontrar comida e abrigo no sábado, 14, em uma crise humanitária que se intensificou. As Nações Unidas disseram que quase metade da população havia sido deslocada e que os suprimentos de água estavam diminuindo.
Dois dias depois que os militares israelenses pediram pela primeira vez que mais de 1 milhão de pessoas deixassem a parte norte do território bloqueado, crescia a expectativa de que as tropas israelenses reunidas perto da fronteira de Gaza estivessem se preparando para uma invasão terrestre.
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Os militares israelenses disseram no sábado que permitiriam que os palestinos se deslocassem para o sul em duas das principais estradas da Faixa de Gaza entre as 10h e 16h (horário local) “sem nenhum dano”, um anúncio que alguns palestinos interpretaram como um prazo final. As rodovias em direção ao sul estavam lotadas de veículos cheios de cobertores e colchões.
Centenas de milhares de pessoas foram desalojadas apenas nas últimas 12 horas, disse a agência da ONU que ajuda os palestinos na tarde de sábado, ao advertir que o acesso ao abastecimento de água em Gaza era agora “uma questão de vida ou morte”.
O ministro da defesa de Israel impôs um “cerco completo” a Gaza em resposta ao ataque terrorista do Hamas no último sábado, que matou mais de 1,3 mil pessoas. Ele disse que isso impediria a entrada de eletricidade, alimentos, água e combustível no território, que já está sob um bloqueio de 16 anos imposto por Israel e apoiado pelo Egito.
As negociações para o envio de ajuda humanitária para Gaza pelo Egito foram paralisadas devido a desacordos e confusão sobre como os comboios de ajuda poderiam ser examinados antes de entrar no enclave, disse um diplomata ocidental sênior familiarizado com as negociações no sábado, enquanto a ONU advertia que a água potável estava acabando.
Na sexta-feira, 13, pelo menos 70 palestinos foram mortos e outros 200 ficaram feridos em ataques aéreos israelenses quando tentavam ir para o sul em busca de segurança, de acordo com o Ministério do Interior de Gaza. As autoridades palestinas afirmam que cerca de 2.215 pessoas foram mortas em Gaza na última semana e que mais de 8,7 mil ficaram feridas.