ROMA - Espanha, França e Itália registraram uma desaceleração no número diário de mortes em decorrência do novo coronavírus. A pandemia, que já matou mais de 68 mil pessoas no mundo - 49 mil apenas na Europa, ameaça agora os Estados Unidos, que se preparam para a semana mais difícil até o momento.
Na Espanha, pelo terceiro dia consecutivo, registrou-se uma redução no número de mortos. Nas últimas 24 horas morreram 674 pessoas, número considerável, mas inferior ao pico de 950 mortes registradas no dia 2 de abril. Além da desaceleração do número de mortes, o país também observou uma redução no número de internações e de pacientes em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
É o primeiro sinal claro de que as estritas medidas de confinamento, que se estenderão no país, pelo menos, até 25 de abril, começam a surtir efeito. Autoridades espanholas já estudam iniciar uma flexibilização progressiva das restrições.
Dados animadores também começam a surgir na Itália, país mais afetado do mundo pela pandemia até o momento. No domingo, 5, os italianos registraram 525 mortes por covid-19, cifra mais baixa desde 19 de março. A soma 15.887 mortos desde o início da pandemia.
Já na França, o balanço do domingo foi de 357 mortes, a menor cifra em uma semana. O país já superou a marca dos 8 mil mortos pelo novo coronavírus. A maioria dos hospitais funciona com superlotação.
Apesar da desaceleração registrada pelos países, que vivem situações críticas por causa do novo coronavírus, os números de casos confirmados e mortos continuam a aumentar no mundo. Segundo o balanço realizado pela agência francesa AFP, até o domingo, 5, havia mais de 1,2 milhão de casos de contágio em 190 países.
Trump: 'Haverá muitos mortos'
Se na Europa os países mais afetados pela doença estão começando a ver leves melhoras, do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, o temor é pelo que está por vir. O presidente do país, Donald Trump, advertiu a todos que o número de mortos vai continuar aumentando.
Nos Estados Unidos, ao contrário, os óbitos vão continuar aumentando nos próximos dias, advertiu o presidente Donald Trump."Esta, provavelmente, será a semana mais difícil. Haverá muitos mortos", disse, prevendo a entrada do país em um "período que será horroroso".
Os Estados Unidos já confirmara mais de 330 mil casos de coronavírus e 9.600 mortos, sendo 1.200 apenas nas últimas 24 horas. Administrador federal dos serviços de saúde pública, Jerome Adams preparou a opinião pública para o pior.
"A próxima semana será um momento como Pearl Harbor, como o 11 de setembro, só que não será localizado, será em todo o país", disse.
O estado de Nova York, epicentro da crise nos Estados Unidos, registrou 594 óbitos nas últimas 24 horas. O total de mortes no estado superou a barreira das 4 mil. "Estamos muito perto do pico de contágios, ou pode ser que esse pico seja uma colina e estejamos nela", disse o governador, Andrew Cuomo./ AFP