Quem é Alexander Dugin, o ‘guru de Putin’, que perdeu filha em explosão de carro


Na noite de sábado, 20, o veículo onde estava Daria Dugina, filha do aliado próximo do presidente russo, explodiu perto de Moscou

Por Redação
Atualização:

Um dos ideólogos mais influentes na política do Kremlin nos últimos anos, o filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, é um nacionalista russo de direita radical apontado como um dos mentores da Guerra na Ucrânia. Àss vezes chamado de “filósofo de Putin”, ele tem sido um dos principais defensores da conquista da Ucrânia. O ideólogo, que se apresenta como autodidata, é criador da chamada Quarta Teoria Política, em que defende uma alternativa às três ideologias que dominaram o século 20: liberalismo, comunismo e fascismo.

Na noite de sábado, 20, Daria Dugina, filha do filósofo, foi alvo de uma explosão nos arredores de Moscou, segundo meios de comunicação russos, ucranianos e italianos. Daria, de 29 anos, morreu no local. O Comitê de Investigação Russo abriu uma investigação criminal por homicídio.

Dugin por muitos anos foi considerado um ultranacionalista periférico na Rússia, mas nos últimos anos se aproximou do mainstream político. O presidente Vladimir Putin ecoou sua filosofia quando declarou o início de sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. A Rússia, disse Putin na época, estava lutando contra um “império de mentiras” liderado pelos americanos.

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Filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, o 'guru de Putin', que perdeu filha em explosão de carro  Foto: AP Photo/Francesca Ebel

Originalmente um dissidente anticomunista, Dugin se concentrou nos últimos anos em influenciar o Kremlin e promove uma visão de uma Rússia ressurgente cujo principal inimigo é um mundo “atlântico” liderado pelos Estados Unidos.

Seu pensamento se baseia em ideias de “eurasianismo”, de que a Rússia é uma civilização distinta que deve forjar um estado continental nos moldes de seu antigo império, mas sem a ideologia comunista da União Soviética.

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Jane Burbank, professora emérita de história da Universidade de Nova York, escreveu que, na opinião de Dugin, após a “venda” da União Soviética para o Ocidente na década de 1990, “a Rússia poderia reviver na próxima fase do combate global e se tornar um ' império mundial.’” Dugin chamou a revolta ucraniana de 2013 contra a liderança pró-russa do país de “golpe de estado dos Estados Unidos” destinado a impedir tal expansão. “Somente depois de restaurar a Grande Rússia, que é a União Eurasiática, podemos nos tornar um ator global credível”, disse ele.

Apoiado na ideia de que a civilização russa é uma sociedade euroasiática que deve lutar por seu papel de protagonismo como potência mundial, Dugin defendeu a invasão russa ao leste da Ucrânia - na região de Donbass em 2014, quando a Rússia também anexou a Península da Crimeia. Ele também é apontado como o ideólogo de uma série de políticas expansionistas promovidas por Vladimir Putin, como as operações russas no Cáucaso.

Com o argumento de que o principal ator da história é o povo, não um Estado, ele baseou toda a teoria do “eurasianismo”, a expansão da presença de Moscou para todas as regiões de influência histórica do povo russo, que serviu de base para a política de Putin. O reconhecimento de independência de minorias russas na Ucrânia, usado de argumento para invasão, é um exemplo de aplicação da teoria de Dugin.

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Dugin é alvo de sanções dos Estados Unidos desde 2015 por ações políticas que ameaçam a paz, a segurança, a estabilidade ou a soberania da integridade territorial da Ucrânia. Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros.

Além da Rússia, Dugin também vem sendo utilizado como referencial teórico por grupos e movimentos da chamada ‘alt-right’, movimentos conservadores, populistas e nacionalistas, que ganharam espaço e representação política em todo o mundo nos últimos anos.

Dugin já veio duas vezes ao Brasil, fala português e fundou o Centro de Estudos da Multipolaridade, que estuda o conceito de que é preciso haver pólos alternativos de poder no mundo para além do Ocidente - outro tema central dos estudos de Dugin.

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Em abril deste ano, participou de videoconferência em evento organizado pelo Laboratório de Estudos de Defesa e Segurança Pública da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LEPDESP-UERJ). / NYT, AP e EFE

Um dos ideólogos mais influentes na política do Kremlin nos últimos anos, o filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, é um nacionalista russo de direita radical apontado como um dos mentores da Guerra na Ucrânia. Àss vezes chamado de “filósofo de Putin”, ele tem sido um dos principais defensores da conquista da Ucrânia. O ideólogo, que se apresenta como autodidata, é criador da chamada Quarta Teoria Política, em que defende uma alternativa às três ideologias que dominaram o século 20: liberalismo, comunismo e fascismo.

Na noite de sábado, 20, Daria Dugina, filha do filósofo, foi alvo de uma explosão nos arredores de Moscou, segundo meios de comunicação russos, ucranianos e italianos. Daria, de 29 anos, morreu no local. O Comitê de Investigação Russo abriu uma investigação criminal por homicídio.

Dugin por muitos anos foi considerado um ultranacionalista periférico na Rússia, mas nos últimos anos se aproximou do mainstream político. O presidente Vladimir Putin ecoou sua filosofia quando declarou o início de sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. A Rússia, disse Putin na época, estava lutando contra um “império de mentiras” liderado pelos americanos.

Filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, o 'guru de Putin', que perdeu filha em explosão de carro  Foto: AP Photo/Francesca Ebel

Originalmente um dissidente anticomunista, Dugin se concentrou nos últimos anos em influenciar o Kremlin e promove uma visão de uma Rússia ressurgente cujo principal inimigo é um mundo “atlântico” liderado pelos Estados Unidos.

Seu pensamento se baseia em ideias de “eurasianismo”, de que a Rússia é uma civilização distinta que deve forjar um estado continental nos moldes de seu antigo império, mas sem a ideologia comunista da União Soviética.

Jane Burbank, professora emérita de história da Universidade de Nova York, escreveu que, na opinião de Dugin, após a “venda” da União Soviética para o Ocidente na década de 1990, “a Rússia poderia reviver na próxima fase do combate global e se tornar um ' império mundial.’” Dugin chamou a revolta ucraniana de 2013 contra a liderança pró-russa do país de “golpe de estado dos Estados Unidos” destinado a impedir tal expansão. “Somente depois de restaurar a Grande Rússia, que é a União Eurasiática, podemos nos tornar um ator global credível”, disse ele.

Apoiado na ideia de que a civilização russa é uma sociedade euroasiática que deve lutar por seu papel de protagonismo como potência mundial, Dugin defendeu a invasão russa ao leste da Ucrânia - na região de Donbass em 2014, quando a Rússia também anexou a Península da Crimeia. Ele também é apontado como o ideólogo de uma série de políticas expansionistas promovidas por Vladimir Putin, como as operações russas no Cáucaso.

Com o argumento de que o principal ator da história é o povo, não um Estado, ele baseou toda a teoria do “eurasianismo”, a expansão da presença de Moscou para todas as regiões de influência histórica do povo russo, que serviu de base para a política de Putin. O reconhecimento de independência de minorias russas na Ucrânia, usado de argumento para invasão, é um exemplo de aplicação da teoria de Dugin.

Dugin é alvo de sanções dos Estados Unidos desde 2015 por ações políticas que ameaçam a paz, a segurança, a estabilidade ou a soberania da integridade territorial da Ucrânia. Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros.

Além da Rússia, Dugin também vem sendo utilizado como referencial teórico por grupos e movimentos da chamada ‘alt-right’, movimentos conservadores, populistas e nacionalistas, que ganharam espaço e representação política em todo o mundo nos últimos anos.

Dugin já veio duas vezes ao Brasil, fala português e fundou o Centro de Estudos da Multipolaridade, que estuda o conceito de que é preciso haver pólos alternativos de poder no mundo para além do Ocidente - outro tema central dos estudos de Dugin.

Em abril deste ano, participou de videoconferência em evento organizado pelo Laboratório de Estudos de Defesa e Segurança Pública da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LEPDESP-UERJ). / NYT, AP e EFE

Um dos ideólogos mais influentes na política do Kremlin nos últimos anos, o filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, é um nacionalista russo de direita radical apontado como um dos mentores da Guerra na Ucrânia. Àss vezes chamado de “filósofo de Putin”, ele tem sido um dos principais defensores da conquista da Ucrânia. O ideólogo, que se apresenta como autodidata, é criador da chamada Quarta Teoria Política, em que defende uma alternativa às três ideologias que dominaram o século 20: liberalismo, comunismo e fascismo.

Na noite de sábado, 20, Daria Dugina, filha do filósofo, foi alvo de uma explosão nos arredores de Moscou, segundo meios de comunicação russos, ucranianos e italianos. Daria, de 29 anos, morreu no local. O Comitê de Investigação Russo abriu uma investigação criminal por homicídio.

Dugin por muitos anos foi considerado um ultranacionalista periférico na Rússia, mas nos últimos anos se aproximou do mainstream político. O presidente Vladimir Putin ecoou sua filosofia quando declarou o início de sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro. A Rússia, disse Putin na época, estava lutando contra um “império de mentiras” liderado pelos americanos.

Filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, o 'guru de Putin', que perdeu filha em explosão de carro  Foto: AP Photo/Francesca Ebel

Originalmente um dissidente anticomunista, Dugin se concentrou nos últimos anos em influenciar o Kremlin e promove uma visão de uma Rússia ressurgente cujo principal inimigo é um mundo “atlântico” liderado pelos Estados Unidos.

Seu pensamento se baseia em ideias de “eurasianismo”, de que a Rússia é uma civilização distinta que deve forjar um estado continental nos moldes de seu antigo império, mas sem a ideologia comunista da União Soviética.

Jane Burbank, professora emérita de história da Universidade de Nova York, escreveu que, na opinião de Dugin, após a “venda” da União Soviética para o Ocidente na década de 1990, “a Rússia poderia reviver na próxima fase do combate global e se tornar um ' império mundial.’” Dugin chamou a revolta ucraniana de 2013 contra a liderança pró-russa do país de “golpe de estado dos Estados Unidos” destinado a impedir tal expansão. “Somente depois de restaurar a Grande Rússia, que é a União Eurasiática, podemos nos tornar um ator global credível”, disse ele.

Apoiado na ideia de que a civilização russa é uma sociedade euroasiática que deve lutar por seu papel de protagonismo como potência mundial, Dugin defendeu a invasão russa ao leste da Ucrânia - na região de Donbass em 2014, quando a Rússia também anexou a Península da Crimeia. Ele também é apontado como o ideólogo de uma série de políticas expansionistas promovidas por Vladimir Putin, como as operações russas no Cáucaso.

Com o argumento de que o principal ator da história é o povo, não um Estado, ele baseou toda a teoria do “eurasianismo”, a expansão da presença de Moscou para todas as regiões de influência histórica do povo russo, que serviu de base para a política de Putin. O reconhecimento de independência de minorias russas na Ucrânia, usado de argumento para invasão, é um exemplo de aplicação da teoria de Dugin.

Dugin é alvo de sanções dos Estados Unidos desde 2015 por ações políticas que ameaçam a paz, a segurança, a estabilidade ou a soberania da integridade territorial da Ucrânia. Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros.

Além da Rússia, Dugin também vem sendo utilizado como referencial teórico por grupos e movimentos da chamada ‘alt-right’, movimentos conservadores, populistas e nacionalistas, que ganharam espaço e representação política em todo o mundo nos últimos anos.

Dugin já veio duas vezes ao Brasil, fala português e fundou o Centro de Estudos da Multipolaridade, que estuda o conceito de que é preciso haver pólos alternativos de poder no mundo para além do Ocidente - outro tema central dos estudos de Dugin.

Em abril deste ano, participou de videoconferência em evento organizado pelo Laboratório de Estudos de Defesa e Segurança Pública da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LEPDESP-UERJ). / NYT, AP e EFE

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