Quem é Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia


O senador e ex-prefeito de Bogotá, venceu as eleições presidenciais da Colômbia por uma margem apertada contra Rodolfo Hernández

Por Redação
Atualização:

Aos 62 anos, Gustavo Petro se torna o novo presidente da Colômbia com 50,69% dos votos contra 47,04% do adversário, Rodolfo Hernández. Após disputar três vezes o cargo à presidência, Petro se torna o primeiro presidente de esquerda do país. O esquerdista e ex-guerrilheiro recebeu mais de 10,6 milhões de votos no segundo turno

Petro aspirou em sua terceira e última tentativa de chegar à Presidência. Ele está em campanha desde que perdeu o segundo turno das presidenciais de 2018 contra o atual presidente, Iván Duque.

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O ex-guerrilheiro diz que ainda se vê como um “revolucionário” por diversas causas. Primeiro lutou contra o Estado e agora busca, na democracia, “derrotar as elites e instalar pela primeira vez a esquerda no poder” na Colômbia.

Gustavo Petro, candidato da esquerda radical, que tenta chegar à Presidência da Colômbia pela terceira vez 

O senador e ex-prefeito de Bogotá sente-se compelido a mudar nada menos que uma “história de 200 anos”. “Fazer discursos agora faz parte do meu humor”, escreveu ele em sua autobiografia Una vida, muchas vidas (Uma Vida, Muitas Vidas).

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Seus opositores questionam seu passado guerrilheiro como membro do M-19 e sua antiga amizade e aliança com o chavismo.

Nascido em uma família de classe média, de pai conservador e mãe liberal, e educado por padres lassalistas, levantou as bandeiras da mudança e da ruptura com as forças que tradicionalmente governam a Colômbia. Sua ascensão assusta os setores conservadores, pecuaristas e parte do empresariado e dos militares, que temem que seu governo seja um “salto no vazio”.

Antissistema, Petro se descreve como progressista e não esquerdista, na tentativa de evitar ser associado a uma corrente que causa repúdio em um país com guerrilhas marxistas no centro de um conflito de seis décadas. Mas seu passado na luta armada o persegue. Por 12 anos se rebelou contra o Estado que agora pretende reformar fundamentalmente. Hoje as armas oficiais o protegem.

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Várias vezes ameaçado de morte e forçado a um exílio de três anos na Europa, Petro é o candidato mais protegido nesta corrida. Nos últimos comícios apareceu praticamente blindado com colete à prova de balas e escudos ao seu redor, e com pelo menos 20 guarda-costas. Em fevereiro, ele confessou à AFP seu medo de que o matassem.

O candidato de esquerda à Presidência da Colômbia, Gustavo Petro, cercado por policiais e escudos em sua campanha no primeiro turno  Foto: Carlos Ortega/EFE

O passado guerrilheiro

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Petro militou no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana que assinou a paz em 1990. Segundo ele, rebelou-se contra o golpe militar no Chile em 1973 e uma suposta “fraude eleitoral” na Colômbia no mesmo ano contra um partido popular.

Admirador fervoroso do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, na clandestinidade adotou o nome Aureliano, em homenagem ao personagem de Cem Anos de Solidão. Foi detido e torturado pelos militares e ficou preso por um ano e meio. Sempre foi um combatente “medíocre”, de acordo com seus ex-companheiros de armas.

Em seu livro destaca: “Nunca senti, ao contrário de muitos de meus companheiros, uma vocação militar, o que eu queria era fazer a revolução”.

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Após assinar a paz, Petro chegou ao Congresso e depois à prefeitura de Bogotá em 2012-2015.

Como parlamentar, destacou-se por denunciar os vínculos entre políticos e os paramilitares de extrema-direita, mas como prefeito ganhou fama de autoritário e mau administrador por seu plano caótico de estatizar a coleta de lixo, então nas mãos de particulares.

Daniel García-Peña, assessor de Petro na época e que se distanciou dele por causa de seu “despotismo”, ainda se lembra de suas “dificuldades em trabalhar em equipe”, embora reconheça seu conhecimento do país e sua inteligência.

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Ele tem “um temperamento muito impetuoso e autoritário, e quando insistiu em realizar suas propostas, não soube conciliar os diferentes setores para colocá-las em prática. Travou muitas brigas ao mesmo tempo e isso gerou muita frustração”, disse o professor universitário à AFP.

Petro é casado com Verónica Alcócer e tem seis filhos.

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Mudança na estratégia

Antes do primeiro turno, Petro explorou suas habilidades como orador nas 100 praças que visitou. Sua proposta inclui reformas ambiciosas e complexas para, por exemplo, fortalecer o Estado, interromper a exploração de petróleo em favor de fontes renováveis de energia e mudar o sistema previdenciário.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno do apoio, sua estratégia de comunicação deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

“Nosso defeito era não sermos capazes de transmitir com mais simplicidade na linguagem à população colombiana”, disse Alfonso Prada, coordenador de debates do esquerdista.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos.

Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

“Temos um Gustavo Petro e uma Francia Márquez (candidata a vice-presidente) que se comunicam de forma mais simples, que falam muito mais diretamente”, segundo o estrategista.

Porém, o candidato que incentivava a política do amor foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha onde, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais./AFP

Aos 62 anos, Gustavo Petro se torna o novo presidente da Colômbia com 50,69% dos votos contra 47,04% do adversário, Rodolfo Hernández. Após disputar três vezes o cargo à presidência, Petro se torna o primeiro presidente de esquerda do país. O esquerdista e ex-guerrilheiro recebeu mais de 10,6 milhões de votos no segundo turno

Petro aspirou em sua terceira e última tentativa de chegar à Presidência. Ele está em campanha desde que perdeu o segundo turno das presidenciais de 2018 contra o atual presidente, Iván Duque.

O ex-guerrilheiro diz que ainda se vê como um “revolucionário” por diversas causas. Primeiro lutou contra o Estado e agora busca, na democracia, “derrotar as elites e instalar pela primeira vez a esquerda no poder” na Colômbia.

Gustavo Petro, candidato da esquerda radical, que tenta chegar à Presidência da Colômbia pela terceira vez 

O senador e ex-prefeito de Bogotá sente-se compelido a mudar nada menos que uma “história de 200 anos”. “Fazer discursos agora faz parte do meu humor”, escreveu ele em sua autobiografia Una vida, muchas vidas (Uma Vida, Muitas Vidas).

Seus opositores questionam seu passado guerrilheiro como membro do M-19 e sua antiga amizade e aliança com o chavismo.

Nascido em uma família de classe média, de pai conservador e mãe liberal, e educado por padres lassalistas, levantou as bandeiras da mudança e da ruptura com as forças que tradicionalmente governam a Colômbia. Sua ascensão assusta os setores conservadores, pecuaristas e parte do empresariado e dos militares, que temem que seu governo seja um “salto no vazio”.

Antissistema, Petro se descreve como progressista e não esquerdista, na tentativa de evitar ser associado a uma corrente que causa repúdio em um país com guerrilhas marxistas no centro de um conflito de seis décadas. Mas seu passado na luta armada o persegue. Por 12 anos se rebelou contra o Estado que agora pretende reformar fundamentalmente. Hoje as armas oficiais o protegem.

Várias vezes ameaçado de morte e forçado a um exílio de três anos na Europa, Petro é o candidato mais protegido nesta corrida. Nos últimos comícios apareceu praticamente blindado com colete à prova de balas e escudos ao seu redor, e com pelo menos 20 guarda-costas. Em fevereiro, ele confessou à AFP seu medo de que o matassem.

O candidato de esquerda à Presidência da Colômbia, Gustavo Petro, cercado por policiais e escudos em sua campanha no primeiro turno  Foto: Carlos Ortega/EFE

O passado guerrilheiro

Petro militou no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana que assinou a paz em 1990. Segundo ele, rebelou-se contra o golpe militar no Chile em 1973 e uma suposta “fraude eleitoral” na Colômbia no mesmo ano contra um partido popular.

Admirador fervoroso do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, na clandestinidade adotou o nome Aureliano, em homenagem ao personagem de Cem Anos de Solidão. Foi detido e torturado pelos militares e ficou preso por um ano e meio. Sempre foi um combatente “medíocre”, de acordo com seus ex-companheiros de armas.

Em seu livro destaca: “Nunca senti, ao contrário de muitos de meus companheiros, uma vocação militar, o que eu queria era fazer a revolução”.

Após assinar a paz, Petro chegou ao Congresso e depois à prefeitura de Bogotá em 2012-2015.

Como parlamentar, destacou-se por denunciar os vínculos entre políticos e os paramilitares de extrema-direita, mas como prefeito ganhou fama de autoritário e mau administrador por seu plano caótico de estatizar a coleta de lixo, então nas mãos de particulares.

Daniel García-Peña, assessor de Petro na época e que se distanciou dele por causa de seu “despotismo”, ainda se lembra de suas “dificuldades em trabalhar em equipe”, embora reconheça seu conhecimento do país e sua inteligência.

Ele tem “um temperamento muito impetuoso e autoritário, e quando insistiu em realizar suas propostas, não soube conciliar os diferentes setores para colocá-las em prática. Travou muitas brigas ao mesmo tempo e isso gerou muita frustração”, disse o professor universitário à AFP.

Petro é casado com Verónica Alcócer e tem seis filhos.

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Antes do primeiro turno, Petro explorou suas habilidades como orador nas 100 praças que visitou. Sua proposta inclui reformas ambiciosas e complexas para, por exemplo, fortalecer o Estado, interromper a exploração de petróleo em favor de fontes renováveis de energia e mudar o sistema previdenciário.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno do apoio, sua estratégia de comunicação deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

“Nosso defeito era não sermos capazes de transmitir com mais simplicidade na linguagem à população colombiana”, disse Alfonso Prada, coordenador de debates do esquerdista.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos.

Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

“Temos um Gustavo Petro e uma Francia Márquez (candidata a vice-presidente) que se comunicam de forma mais simples, que falam muito mais diretamente”, segundo o estrategista.

Porém, o candidato que incentivava a política do amor foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha onde, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais./AFP

Aos 62 anos, Gustavo Petro se torna o novo presidente da Colômbia com 50,69% dos votos contra 47,04% do adversário, Rodolfo Hernández. Após disputar três vezes o cargo à presidência, Petro se torna o primeiro presidente de esquerda do país. O esquerdista e ex-guerrilheiro recebeu mais de 10,6 milhões de votos no segundo turno

Petro aspirou em sua terceira e última tentativa de chegar à Presidência. Ele está em campanha desde que perdeu o segundo turno das presidenciais de 2018 contra o atual presidente, Iván Duque.

O ex-guerrilheiro diz que ainda se vê como um “revolucionário” por diversas causas. Primeiro lutou contra o Estado e agora busca, na democracia, “derrotar as elites e instalar pela primeira vez a esquerda no poder” na Colômbia.

Gustavo Petro, candidato da esquerda radical, que tenta chegar à Presidência da Colômbia pela terceira vez 

O senador e ex-prefeito de Bogotá sente-se compelido a mudar nada menos que uma “história de 200 anos”. “Fazer discursos agora faz parte do meu humor”, escreveu ele em sua autobiografia Una vida, muchas vidas (Uma Vida, Muitas Vidas).

Seus opositores questionam seu passado guerrilheiro como membro do M-19 e sua antiga amizade e aliança com o chavismo.

Nascido em uma família de classe média, de pai conservador e mãe liberal, e educado por padres lassalistas, levantou as bandeiras da mudança e da ruptura com as forças que tradicionalmente governam a Colômbia. Sua ascensão assusta os setores conservadores, pecuaristas e parte do empresariado e dos militares, que temem que seu governo seja um “salto no vazio”.

Antissistema, Petro se descreve como progressista e não esquerdista, na tentativa de evitar ser associado a uma corrente que causa repúdio em um país com guerrilhas marxistas no centro de um conflito de seis décadas. Mas seu passado na luta armada o persegue. Por 12 anos se rebelou contra o Estado que agora pretende reformar fundamentalmente. Hoje as armas oficiais o protegem.

Várias vezes ameaçado de morte e forçado a um exílio de três anos na Europa, Petro é o candidato mais protegido nesta corrida. Nos últimos comícios apareceu praticamente blindado com colete à prova de balas e escudos ao seu redor, e com pelo menos 20 guarda-costas. Em fevereiro, ele confessou à AFP seu medo de que o matassem.

O candidato de esquerda à Presidência da Colômbia, Gustavo Petro, cercado por policiais e escudos em sua campanha no primeiro turno  Foto: Carlos Ortega/EFE

O passado guerrilheiro

Petro militou no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana que assinou a paz em 1990. Segundo ele, rebelou-se contra o golpe militar no Chile em 1973 e uma suposta “fraude eleitoral” na Colômbia no mesmo ano contra um partido popular.

Admirador fervoroso do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, na clandestinidade adotou o nome Aureliano, em homenagem ao personagem de Cem Anos de Solidão. Foi detido e torturado pelos militares e ficou preso por um ano e meio. Sempre foi um combatente “medíocre”, de acordo com seus ex-companheiros de armas.

Em seu livro destaca: “Nunca senti, ao contrário de muitos de meus companheiros, uma vocação militar, o que eu queria era fazer a revolução”.

Após assinar a paz, Petro chegou ao Congresso e depois à prefeitura de Bogotá em 2012-2015.

Como parlamentar, destacou-se por denunciar os vínculos entre políticos e os paramilitares de extrema-direita, mas como prefeito ganhou fama de autoritário e mau administrador por seu plano caótico de estatizar a coleta de lixo, então nas mãos de particulares.

Daniel García-Peña, assessor de Petro na época e que se distanciou dele por causa de seu “despotismo”, ainda se lembra de suas “dificuldades em trabalhar em equipe”, embora reconheça seu conhecimento do país e sua inteligência.

Ele tem “um temperamento muito impetuoso e autoritário, e quando insistiu em realizar suas propostas, não soube conciliar os diferentes setores para colocá-las em prática. Travou muitas brigas ao mesmo tempo e isso gerou muita frustração”, disse o professor universitário à AFP.

Petro é casado com Verónica Alcócer e tem seis filhos.

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Mudança na estratégia

Antes do primeiro turno, Petro explorou suas habilidades como orador nas 100 praças que visitou. Sua proposta inclui reformas ambiciosas e complexas para, por exemplo, fortalecer o Estado, interromper a exploração de petróleo em favor de fontes renováveis de energia e mudar o sistema previdenciário.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno do apoio, sua estratégia de comunicação deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

“Nosso defeito era não sermos capazes de transmitir com mais simplicidade na linguagem à população colombiana”, disse Alfonso Prada, coordenador de debates do esquerdista.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos.

Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

“Temos um Gustavo Petro e uma Francia Márquez (candidata a vice-presidente) que se comunicam de forma mais simples, que falam muito mais diretamente”, segundo o estrategista.

Porém, o candidato que incentivava a política do amor foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha onde, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais./AFP

Aos 62 anos, Gustavo Petro se torna o novo presidente da Colômbia com 50,69% dos votos contra 47,04% do adversário, Rodolfo Hernández. Após disputar três vezes o cargo à presidência, Petro se torna o primeiro presidente de esquerda do país. O esquerdista e ex-guerrilheiro recebeu mais de 10,6 milhões de votos no segundo turno

Petro aspirou em sua terceira e última tentativa de chegar à Presidência. Ele está em campanha desde que perdeu o segundo turno das presidenciais de 2018 contra o atual presidente, Iván Duque.

O ex-guerrilheiro diz que ainda se vê como um “revolucionário” por diversas causas. Primeiro lutou contra o Estado e agora busca, na democracia, “derrotar as elites e instalar pela primeira vez a esquerda no poder” na Colômbia.

Gustavo Petro, candidato da esquerda radical, que tenta chegar à Presidência da Colômbia pela terceira vez 

O senador e ex-prefeito de Bogotá sente-se compelido a mudar nada menos que uma “história de 200 anos”. “Fazer discursos agora faz parte do meu humor”, escreveu ele em sua autobiografia Una vida, muchas vidas (Uma Vida, Muitas Vidas).

Seus opositores questionam seu passado guerrilheiro como membro do M-19 e sua antiga amizade e aliança com o chavismo.

Nascido em uma família de classe média, de pai conservador e mãe liberal, e educado por padres lassalistas, levantou as bandeiras da mudança e da ruptura com as forças que tradicionalmente governam a Colômbia. Sua ascensão assusta os setores conservadores, pecuaristas e parte do empresariado e dos militares, que temem que seu governo seja um “salto no vazio”.

Antissistema, Petro se descreve como progressista e não esquerdista, na tentativa de evitar ser associado a uma corrente que causa repúdio em um país com guerrilhas marxistas no centro de um conflito de seis décadas. Mas seu passado na luta armada o persegue. Por 12 anos se rebelou contra o Estado que agora pretende reformar fundamentalmente. Hoje as armas oficiais o protegem.

Várias vezes ameaçado de morte e forçado a um exílio de três anos na Europa, Petro é o candidato mais protegido nesta corrida. Nos últimos comícios apareceu praticamente blindado com colete à prova de balas e escudos ao seu redor, e com pelo menos 20 guarda-costas. Em fevereiro, ele confessou à AFP seu medo de que o matassem.

O candidato de esquerda à Presidência da Colômbia, Gustavo Petro, cercado por policiais e escudos em sua campanha no primeiro turno  Foto: Carlos Ortega/EFE

O passado guerrilheiro

Petro militou no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana que assinou a paz em 1990. Segundo ele, rebelou-se contra o golpe militar no Chile em 1973 e uma suposta “fraude eleitoral” na Colômbia no mesmo ano contra um partido popular.

Admirador fervoroso do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, na clandestinidade adotou o nome Aureliano, em homenagem ao personagem de Cem Anos de Solidão. Foi detido e torturado pelos militares e ficou preso por um ano e meio. Sempre foi um combatente “medíocre”, de acordo com seus ex-companheiros de armas.

Em seu livro destaca: “Nunca senti, ao contrário de muitos de meus companheiros, uma vocação militar, o que eu queria era fazer a revolução”.

Após assinar a paz, Petro chegou ao Congresso e depois à prefeitura de Bogotá em 2012-2015.

Como parlamentar, destacou-se por denunciar os vínculos entre políticos e os paramilitares de extrema-direita, mas como prefeito ganhou fama de autoritário e mau administrador por seu plano caótico de estatizar a coleta de lixo, então nas mãos de particulares.

Daniel García-Peña, assessor de Petro na época e que se distanciou dele por causa de seu “despotismo”, ainda se lembra de suas “dificuldades em trabalhar em equipe”, embora reconheça seu conhecimento do país e sua inteligência.

Ele tem “um temperamento muito impetuoso e autoritário, e quando insistiu em realizar suas propostas, não soube conciliar os diferentes setores para colocá-las em prática. Travou muitas brigas ao mesmo tempo e isso gerou muita frustração”, disse o professor universitário à AFP.

Petro é casado com Verónica Alcócer e tem seis filhos.

Seu navegador não suporta esse video.

Mudança na estratégia

Antes do primeiro turno, Petro explorou suas habilidades como orador nas 100 praças que visitou. Sua proposta inclui reformas ambiciosas e complexas para, por exemplo, fortalecer o Estado, interromper a exploração de petróleo em favor de fontes renováveis de energia e mudar o sistema previdenciário.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno do apoio, sua estratégia de comunicação deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

“Nosso defeito era não sermos capazes de transmitir com mais simplicidade na linguagem à população colombiana”, disse Alfonso Prada, coordenador de debates do esquerdista.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos.

Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

“Temos um Gustavo Petro e uma Francia Márquez (candidata a vice-presidente) que se comunicam de forma mais simples, que falam muito mais diretamente”, segundo o estrategista.

Porém, o candidato que incentivava a política do amor foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha onde, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais./AFP

Aos 62 anos, Gustavo Petro se torna o novo presidente da Colômbia com 50,69% dos votos contra 47,04% do adversário, Rodolfo Hernández. Após disputar três vezes o cargo à presidência, Petro se torna o primeiro presidente de esquerda do país. O esquerdista e ex-guerrilheiro recebeu mais de 10,6 milhões de votos no segundo turno

Petro aspirou em sua terceira e última tentativa de chegar à Presidência. Ele está em campanha desde que perdeu o segundo turno das presidenciais de 2018 contra o atual presidente, Iván Duque.

O ex-guerrilheiro diz que ainda se vê como um “revolucionário” por diversas causas. Primeiro lutou contra o Estado e agora busca, na democracia, “derrotar as elites e instalar pela primeira vez a esquerda no poder” na Colômbia.

Gustavo Petro, candidato da esquerda radical, que tenta chegar à Presidência da Colômbia pela terceira vez 

O senador e ex-prefeito de Bogotá sente-se compelido a mudar nada menos que uma “história de 200 anos”. “Fazer discursos agora faz parte do meu humor”, escreveu ele em sua autobiografia Una vida, muchas vidas (Uma Vida, Muitas Vidas).

Seus opositores questionam seu passado guerrilheiro como membro do M-19 e sua antiga amizade e aliança com o chavismo.

Nascido em uma família de classe média, de pai conservador e mãe liberal, e educado por padres lassalistas, levantou as bandeiras da mudança e da ruptura com as forças que tradicionalmente governam a Colômbia. Sua ascensão assusta os setores conservadores, pecuaristas e parte do empresariado e dos militares, que temem que seu governo seja um “salto no vazio”.

Antissistema, Petro se descreve como progressista e não esquerdista, na tentativa de evitar ser associado a uma corrente que causa repúdio em um país com guerrilhas marxistas no centro de um conflito de seis décadas. Mas seu passado na luta armada o persegue. Por 12 anos se rebelou contra o Estado que agora pretende reformar fundamentalmente. Hoje as armas oficiais o protegem.

Várias vezes ameaçado de morte e forçado a um exílio de três anos na Europa, Petro é o candidato mais protegido nesta corrida. Nos últimos comícios apareceu praticamente blindado com colete à prova de balas e escudos ao seu redor, e com pelo menos 20 guarda-costas. Em fevereiro, ele confessou à AFP seu medo de que o matassem.

O candidato de esquerda à Presidência da Colômbia, Gustavo Petro, cercado por policiais e escudos em sua campanha no primeiro turno  Foto: Carlos Ortega/EFE

O passado guerrilheiro

Petro militou no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana que assinou a paz em 1990. Segundo ele, rebelou-se contra o golpe militar no Chile em 1973 e uma suposta “fraude eleitoral” na Colômbia no mesmo ano contra um partido popular.

Admirador fervoroso do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, na clandestinidade adotou o nome Aureliano, em homenagem ao personagem de Cem Anos de Solidão. Foi detido e torturado pelos militares e ficou preso por um ano e meio. Sempre foi um combatente “medíocre”, de acordo com seus ex-companheiros de armas.

Em seu livro destaca: “Nunca senti, ao contrário de muitos de meus companheiros, uma vocação militar, o que eu queria era fazer a revolução”.

Após assinar a paz, Petro chegou ao Congresso e depois à prefeitura de Bogotá em 2012-2015.

Como parlamentar, destacou-se por denunciar os vínculos entre políticos e os paramilitares de extrema-direita, mas como prefeito ganhou fama de autoritário e mau administrador por seu plano caótico de estatizar a coleta de lixo, então nas mãos de particulares.

Daniel García-Peña, assessor de Petro na época e que se distanciou dele por causa de seu “despotismo”, ainda se lembra de suas “dificuldades em trabalhar em equipe”, embora reconheça seu conhecimento do país e sua inteligência.

Ele tem “um temperamento muito impetuoso e autoritário, e quando insistiu em realizar suas propostas, não soube conciliar os diferentes setores para colocá-las em prática. Travou muitas brigas ao mesmo tempo e isso gerou muita frustração”, disse o professor universitário à AFP.

Petro é casado com Verónica Alcócer e tem seis filhos.

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Antes do primeiro turno, Petro explorou suas habilidades como orador nas 100 praças que visitou. Sua proposta inclui reformas ambiciosas e complexas para, por exemplo, fortalecer o Estado, interromper a exploração de petróleo em favor de fontes renováveis de energia e mudar o sistema previdenciário.

Diante do avanço de Hernández, que surpreendentemente recebeu 28% de votos no primeiro turno do apoio, sua estratégia de comunicação deu uma guinada para contra-atacar a linguagem simples e eficaz de seu rival.

“Nosso defeito era não sermos capazes de transmitir com mais simplicidade na linguagem à população colombiana”, disse Alfonso Prada, coordenador de debates do esquerdista.

O candidato ao Pacto Histórico, coalizão de movimentos de centro e esquerda, saiu do palco e das grandes mobilizações para multiplicar suas entrevistas com a imprensa e gravar peças de propaganda com um pescador, trabalhadores do setor de mineração ou artesãos.

Um Petro dormindo na casa de moradores pobres, na cozinha ou em plantações de cana e até jogando futebol suavizou a imagem do político rígido e intelectual da primeira parte da disputa.

“Temos um Gustavo Petro e uma Francia Márquez (candidata a vice-presidente) que se comunicam de forma mais simples, que falam muito mais diretamente”, segundo o estrategista.

Porém, o candidato que incentivava a política do amor foi exposto com o vazamento de vídeos editados de sua sede de campanha onde, ao lado de assessores, estabelecia estratégias para desacreditar rivais./AFP

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