Quem é Luis Caputo, nome mais cotado para o Ministério da Economia da Argentina


Economista já foi presidente do Banco Central e ministro das Finanças; estudou no mesmo colégio de Macri e é primo de um dos melhores amigos do ex-presidente

Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Nome mais cotado para assumir o Ministério da Economia da Argentina, Luis Caputo foi ministro das Finanças e presidente do Banco Central do país durante a presidência de Mauricio Macri. Considerando as propostas radicais do presidente eleito Javier Milei para a área econômica, Caputo pode ser considerado um moderado. Ele é contra a ideia de dolarização, que foi defendida por Milei durante sua campanha, mas que é criticada por grande parte dos economistas - tanto devido à falta de dólares na Argentina para adotar uma medida como essa quanto devido ao fato de um país abrir mão de sua política monetária quando deixa de ter moeda independente.

Nesta quinta-feira, 23, os jornais argentinos Clarín e Cronista já dão como certa a nomeação de Caputo. Outros, porém, afirmam que Milei fez o convite ao economista, mas ainda não recebeu o “sim” dele.

Caputo foi recomendado a Milei por Santiago Caputo, sobrinho do economista. Santiago é um consultor político de 38 anos apontado como o “arquiteto da vitória” do presidente eleito.

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A principal credencial de Caputo para assumir o cargo é ter conseguido desarmar uma “bomba” financeira no começo do governo Macri, em 2016. Ao lado do então ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, ele resolveu o problema das Lebacs (dívidas emitidas pelo Banco Central que eram usadas para absorver pesos do mercado e ajudar a segurar a inflação). Como o governo tinha déficit fiscal e emitia pesos para financiá-lo, vendia as Lebacs a bancos e, com isso, retirava parte do excesso de dinheiro em circulação. As Lebacs pagavam taxas de juros altas e se tornaram uma bola de neve. Hoje, a Argentina enfrenta um problema semelhante, mas muito mais grave.

“Caputo é uma boa indicação primeiro porque gera confiança de curto prazo e, depois, por ter o histórico de arrumar as Lebacs - ainda que as Lebacs não fossem igual a bomba atômica que se tem agora com as Leliqs (Letras de Liquidez)”, diz Gustavo Perego, da consultoria argentina Abeceb. “É uma opção que dá mais governabilidade para o Milei, que é o que ele está comprando com toda sua equipe.”

Durante a presidência Macri, Caputo trabalhou na unificação das diferentes taxas de câmbio que existiam, outro problema que se repete agora. O economista ainda foi responsável, em 2017, por parte das negociações da Argentina com os fundos abutres (credores que compraram papéis “podres” da dívida do país e não aceitaram as reestruturações dos anos 2000).

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Também ficou conhecido como o “homem do título de 100 anos”, após conseguir emitir com sucesso um título do Tesouro argentino com vencimento em 2117. À época, o governo Macri passava por um dos seus poucos bons momentos econômicos e a emissão do papel foi considerada uma prova de que o país havia ganhado credibilidade do mercado financeiro.

Por outro lado, Caputo é apontado como um economista que não conseguiu antecipar o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos em 2018, o que acabou resultando na necessidade de o país negociar um empréstimo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Caputo deixou o Ministério das Finanças em 2018 para comandar o Banco Central após a renúncia de Federico Stuzenegger, com quem Caputo tem uma relação difícil. Stuzenegger também era cotado para assumir a Economia no futuro governo Milei. A admiração do presidente eleito por Stuzenegger é pública, mas a experiência de Caputo com as Lebacs pode ter pesado mais na hora da escolha.

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Caputo ficou conhecido como o 'homem do título de 100 anos' Foto: MARCOS BRINDICCI / REUTERS

No Banco Central, Caputo ficou apenas três meses e abandonou o posto alegando questões pessoais. Nos bastidores, porém, eram conhecidos os desentendimentos entre ele e o então ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne. Uma das questões de divergência entre Caputo e Dujovne era justamente o empréstimo de US$ 50 bilhões que o governo argentino então negociava com o FMI. Foi o próprio ex-presidente quem escreveu sobre isso em um de seus livros, no qual descreve o estilo de Caputo como “apaixonado e direto”.

Conhecido no mercado financeiro de Buenos Aires e de Nova York, o provável futuro ministro comandou o Deutsche Bank na Argentina. É formado em Economia pela Universidade de Buenos Aires e foi professor da pós-graduação da Universidade Católica Argentina (UCA). Na infância, estudou na mesma escola que Macri, o tradicional Colegio Cardenal Newman, instituição pela qual passou grande parte da elite argentina. É também primo de Nicolás Caputo, empresário do setor da construção e um dos melhores amigos de Macri.

Nome mais cotado para assumir o Ministério da Economia da Argentina, Luis Caputo foi ministro das Finanças e presidente do Banco Central do país durante a presidência de Mauricio Macri. Considerando as propostas radicais do presidente eleito Javier Milei para a área econômica, Caputo pode ser considerado um moderado. Ele é contra a ideia de dolarização, que foi defendida por Milei durante sua campanha, mas que é criticada por grande parte dos economistas - tanto devido à falta de dólares na Argentina para adotar uma medida como essa quanto devido ao fato de um país abrir mão de sua política monetária quando deixa de ter moeda independente.

Nesta quinta-feira, 23, os jornais argentinos Clarín e Cronista já dão como certa a nomeação de Caputo. Outros, porém, afirmam que Milei fez o convite ao economista, mas ainda não recebeu o “sim” dele.

Caputo foi recomendado a Milei por Santiago Caputo, sobrinho do economista. Santiago é um consultor político de 38 anos apontado como o “arquiteto da vitória” do presidente eleito.

A principal credencial de Caputo para assumir o cargo é ter conseguido desarmar uma “bomba” financeira no começo do governo Macri, em 2016. Ao lado do então ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, ele resolveu o problema das Lebacs (dívidas emitidas pelo Banco Central que eram usadas para absorver pesos do mercado e ajudar a segurar a inflação). Como o governo tinha déficit fiscal e emitia pesos para financiá-lo, vendia as Lebacs a bancos e, com isso, retirava parte do excesso de dinheiro em circulação. As Lebacs pagavam taxas de juros altas e se tornaram uma bola de neve. Hoje, a Argentina enfrenta um problema semelhante, mas muito mais grave.

“Caputo é uma boa indicação primeiro porque gera confiança de curto prazo e, depois, por ter o histórico de arrumar as Lebacs - ainda que as Lebacs não fossem igual a bomba atômica que se tem agora com as Leliqs (Letras de Liquidez)”, diz Gustavo Perego, da consultoria argentina Abeceb. “É uma opção que dá mais governabilidade para o Milei, que é o que ele está comprando com toda sua equipe.”

Durante a presidência Macri, Caputo trabalhou na unificação das diferentes taxas de câmbio que existiam, outro problema que se repete agora. O economista ainda foi responsável, em 2017, por parte das negociações da Argentina com os fundos abutres (credores que compraram papéis “podres” da dívida do país e não aceitaram as reestruturações dos anos 2000).

Também ficou conhecido como o “homem do título de 100 anos”, após conseguir emitir com sucesso um título do Tesouro argentino com vencimento em 2117. À época, o governo Macri passava por um dos seus poucos bons momentos econômicos e a emissão do papel foi considerada uma prova de que o país havia ganhado credibilidade do mercado financeiro.

Por outro lado, Caputo é apontado como um economista que não conseguiu antecipar o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos em 2018, o que acabou resultando na necessidade de o país negociar um empréstimo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Caputo deixou o Ministério das Finanças em 2018 para comandar o Banco Central após a renúncia de Federico Stuzenegger, com quem Caputo tem uma relação difícil. Stuzenegger também era cotado para assumir a Economia no futuro governo Milei. A admiração do presidente eleito por Stuzenegger é pública, mas a experiência de Caputo com as Lebacs pode ter pesado mais na hora da escolha.

Caputo ficou conhecido como o 'homem do título de 100 anos' Foto: MARCOS BRINDICCI / REUTERS

No Banco Central, Caputo ficou apenas três meses e abandonou o posto alegando questões pessoais. Nos bastidores, porém, eram conhecidos os desentendimentos entre ele e o então ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne. Uma das questões de divergência entre Caputo e Dujovne era justamente o empréstimo de US$ 50 bilhões que o governo argentino então negociava com o FMI. Foi o próprio ex-presidente quem escreveu sobre isso em um de seus livros, no qual descreve o estilo de Caputo como “apaixonado e direto”.

Conhecido no mercado financeiro de Buenos Aires e de Nova York, o provável futuro ministro comandou o Deutsche Bank na Argentina. É formado em Economia pela Universidade de Buenos Aires e foi professor da pós-graduação da Universidade Católica Argentina (UCA). Na infância, estudou na mesma escola que Macri, o tradicional Colegio Cardenal Newman, instituição pela qual passou grande parte da elite argentina. É também primo de Nicolás Caputo, empresário do setor da construção e um dos melhores amigos de Macri.

Nome mais cotado para assumir o Ministério da Economia da Argentina, Luis Caputo foi ministro das Finanças e presidente do Banco Central do país durante a presidência de Mauricio Macri. Considerando as propostas radicais do presidente eleito Javier Milei para a área econômica, Caputo pode ser considerado um moderado. Ele é contra a ideia de dolarização, que foi defendida por Milei durante sua campanha, mas que é criticada por grande parte dos economistas - tanto devido à falta de dólares na Argentina para adotar uma medida como essa quanto devido ao fato de um país abrir mão de sua política monetária quando deixa de ter moeda independente.

Nesta quinta-feira, 23, os jornais argentinos Clarín e Cronista já dão como certa a nomeação de Caputo. Outros, porém, afirmam que Milei fez o convite ao economista, mas ainda não recebeu o “sim” dele.

Caputo foi recomendado a Milei por Santiago Caputo, sobrinho do economista. Santiago é um consultor político de 38 anos apontado como o “arquiteto da vitória” do presidente eleito.

A principal credencial de Caputo para assumir o cargo é ter conseguido desarmar uma “bomba” financeira no começo do governo Macri, em 2016. Ao lado do então ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay, ele resolveu o problema das Lebacs (dívidas emitidas pelo Banco Central que eram usadas para absorver pesos do mercado e ajudar a segurar a inflação). Como o governo tinha déficit fiscal e emitia pesos para financiá-lo, vendia as Lebacs a bancos e, com isso, retirava parte do excesso de dinheiro em circulação. As Lebacs pagavam taxas de juros altas e se tornaram uma bola de neve. Hoje, a Argentina enfrenta um problema semelhante, mas muito mais grave.

“Caputo é uma boa indicação primeiro porque gera confiança de curto prazo e, depois, por ter o histórico de arrumar as Lebacs - ainda que as Lebacs não fossem igual a bomba atômica que se tem agora com as Leliqs (Letras de Liquidez)”, diz Gustavo Perego, da consultoria argentina Abeceb. “É uma opção que dá mais governabilidade para o Milei, que é o que ele está comprando com toda sua equipe.”

Durante a presidência Macri, Caputo trabalhou na unificação das diferentes taxas de câmbio que existiam, outro problema que se repete agora. O economista ainda foi responsável, em 2017, por parte das negociações da Argentina com os fundos abutres (credores que compraram papéis “podres” da dívida do país e não aceitaram as reestruturações dos anos 2000).

Também ficou conhecido como o “homem do título de 100 anos”, após conseguir emitir com sucesso um título do Tesouro argentino com vencimento em 2117. À época, o governo Macri passava por um dos seus poucos bons momentos econômicos e a emissão do papel foi considerada uma prova de que o país havia ganhado credibilidade do mercado financeiro.

Por outro lado, Caputo é apontado como um economista que não conseguiu antecipar o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos em 2018, o que acabou resultando na necessidade de o país negociar um empréstimo de US$ 50 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Caputo deixou o Ministério das Finanças em 2018 para comandar o Banco Central após a renúncia de Federico Stuzenegger, com quem Caputo tem uma relação difícil. Stuzenegger também era cotado para assumir a Economia no futuro governo Milei. A admiração do presidente eleito por Stuzenegger é pública, mas a experiência de Caputo com as Lebacs pode ter pesado mais na hora da escolha.

Caputo ficou conhecido como o 'homem do título de 100 anos' Foto: MARCOS BRINDICCI / REUTERS

No Banco Central, Caputo ficou apenas três meses e abandonou o posto alegando questões pessoais. Nos bastidores, porém, eram conhecidos os desentendimentos entre ele e o então ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne. Uma das questões de divergência entre Caputo e Dujovne era justamente o empréstimo de US$ 50 bilhões que o governo argentino então negociava com o FMI. Foi o próprio ex-presidente quem escreveu sobre isso em um de seus livros, no qual descreve o estilo de Caputo como “apaixonado e direto”.

Conhecido no mercado financeiro de Buenos Aires e de Nova York, o provável futuro ministro comandou o Deutsche Bank na Argentina. É formado em Economia pela Universidade de Buenos Aires e foi professor da pós-graduação da Universidade Católica Argentina (UCA). Na infância, estudou na mesma escola que Macri, o tradicional Colegio Cardenal Newman, instituição pela qual passou grande parte da elite argentina. É também primo de Nicolás Caputo, empresário do setor da construção e um dos melhores amigos de Macri.

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