Quem foi Sebastián Piñera, ex-presidente do Chile que morreu em acidente de helicóptero


Duas vezes presidente, o representante da direita chilena teve seus mandatos marcados por agitações sociais, o devastador terremoto de 2010 e a pandemia

Por Redação
Atualização:

SANTIAGO - Morreu nesta terça-feira, 6, o ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, em um acidente de helicóptero. Duas vezes presidente do Chile, Piñera era líder da direita chilena e empresário, sendo acionista de grandes companhias no Chile. Seus mandatos presidenciais foram marcados por grandes protestos sociais, um terremoto devastador, o desabamento de uma mina sobre 33 mineiros e pandemia de covid-19.

Piñera foi presidente do Chile de 2010 a 2014, recebendo um novo mandato para 2018 até 2022, quando passou o cargo para o atual mandatário, Gabriel Boric. Antes, havia disputado as eleições de 2005, perdendo para Michelle Bachelet. Também foi senador pela região de Santiago entre 1990 e 1998.

O ex-presidente nasceu em 1949 em uma família de classe média de Santiago. Era filho de Magdalena Echenique Rozas e de José Piñera Carvallo, que era membro do Partido Democrata Cristão e foi embaixador na Bélgica na ONU.

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O ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera Foto: LUDOVIC MARIN/AFP

Formou-se engenheiro e obteve o título de doutor em Economia pela Universidade de Harvard. Foi professor do departamento de Economia da Universidade do Chile, na Universidade Adolfo Ibáñez e na Pontifícia Universidade Católica do Chile.

Também trabalhou na área de consultoria e no setor bancário. Fundou a empresa Bancard, que levou as bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard para o Chile, tornando-o um bilionário. Detinha grandes participações em importante empresas chilenas, incluindo LAN Airlines, a companhia aérea nacional do país, e o time de futebol Colo Colo.

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Iniciou sua carreira política em 1989, gerenciando a malsucedida campanha presidencial de Hernán Buchi, ex-ministro das Finanças do ditador militar Augusto Pinochet. Nesse mesmo ano, Piñera foi eleito senador por Santiago Oriental, cargo que ocupou até 1998.

Concorreu à presidência em 2005, como candidato do partido Renovação Nacional. Quando concorreu novamente em 2009, avançou para o segundo turno da eleição, no qual seu oponente era o ex-presidente Eduardo Frei (1964-70), candidato da Coalizão de Partidos pela Democracia (CPD), pois a então presidente em exercício, Michelle Bachelet, estava constitucionalmente proibida de servir um mandato consecutivo.

A vitória de Piñera na eleição encerrou 20 anos de governo da coalizão de esquerda e o tornou o primeiro presidente de direita após o fim da ditadura de Pinochet.

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Seu primeiro mandato foi marcado pelo desastroso terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile menos de duas semanas antes de sua posse e que deixou mais de 700 mortos. Sua cerimônia de posse, em 11 de março, foi marcada por dois fortes tremores secundários.

Em agosto de 2010, 33 mineiros chilenos ficaram presos em um desabamento de mina e, após serem resgatados 69 dias depois, a popularidade de Piñera disparou. O crescimento econômico chileno também é uma marca de sua passagem pela presidência. No entanto, seu governo enfrentou um grande desafio em maio de 2011, quando grandes protestos estudantis eclodiram exigindo a reforma do sistema de educação pública.

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O então presidente Sebastián Piñera segura um bilhete com o recado de "estamos bem" escrito pelos mineiros soterrados em 2010 Foto: Hector Retamal/AP

Impedido de buscar um mandato consecutivo, ele deixou o cargo em 2014, sendo sucedido por Bachelet. Retornou em 2018 após derrotar o senador Alejandro Guillier. Seu segundo mandato foi marcado pelo tumulto social que agitou a sociedade chilena a partir de outubro de 2019, quando manifestantes foram às ruas protestar contra o aumento da tarifa do metrô de Santiago.

Conhecido como o “estallido social” no Chile, em pouco tempo, os protestos cresceram e se espalharam para várias regiões do país. Os manifestantes também ampliaram seu foco para questões como desigualdade econômica e demandas por salários mais altos, além de reformas nos sistemas de educação, saúde e previdência, juntamente com uma nova constituição.

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À medida que se espalhavam, os protestos se tornavam violentos e frequentemente enfrentavam uma resposta policial brutal. Piñera declarou então estado de exceção constitucional em diversas regiões do país, que autorizou o envio de forças do Exército nas ruas, detenções e, pela primeira vez desde o fim da ditadura, um toque de recolher foi decretado em toda área da Grande Santiago.

Sebastián Piñera passou a faixa presidencial para Gabriel Boric, um nome que ganhou força após o estallido social, em 11 de março de 2022 Foto: MARTIN BERNETTI/AFP

Até o final de novembro daquele ano, mais de 20 manifestantes haviam sido mortos e mais de 2.000 pessoas ficaram feridas nas manifestações.

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Em decorrência do levante, o então presidente e se colocou aberto à possibilidade de uma nova constituição. Um referendo foi agendado para 2020, em meio à pandemia de covid-19, mas foi remarcado e só ocorreu em outubro de 2020. Os votantes apoiaram esmagadoramente a criação de uma nova constituição, cujo projeto segue em discussão até hoje.

Na reta final do último governo, em 2021, sofreu um impeachment na Câmara, acusado de ligação com a venda da mineradora Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, revelada no escândalo Pandora Papers. Posteriormente, o Senado rejeitou o processo.

SANTIAGO - Morreu nesta terça-feira, 6, o ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, em um acidente de helicóptero. Duas vezes presidente do Chile, Piñera era líder da direita chilena e empresário, sendo acionista de grandes companhias no Chile. Seus mandatos presidenciais foram marcados por grandes protestos sociais, um terremoto devastador, o desabamento de uma mina sobre 33 mineiros e pandemia de covid-19.

Piñera foi presidente do Chile de 2010 a 2014, recebendo um novo mandato para 2018 até 2022, quando passou o cargo para o atual mandatário, Gabriel Boric. Antes, havia disputado as eleições de 2005, perdendo para Michelle Bachelet. Também foi senador pela região de Santiago entre 1990 e 1998.

O ex-presidente nasceu em 1949 em uma família de classe média de Santiago. Era filho de Magdalena Echenique Rozas e de José Piñera Carvallo, que era membro do Partido Democrata Cristão e foi embaixador na Bélgica na ONU.

O ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera Foto: LUDOVIC MARIN/AFP

Formou-se engenheiro e obteve o título de doutor em Economia pela Universidade de Harvard. Foi professor do departamento de Economia da Universidade do Chile, na Universidade Adolfo Ibáñez e na Pontifícia Universidade Católica do Chile.

Também trabalhou na área de consultoria e no setor bancário. Fundou a empresa Bancard, que levou as bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard para o Chile, tornando-o um bilionário. Detinha grandes participações em importante empresas chilenas, incluindo LAN Airlines, a companhia aérea nacional do país, e o time de futebol Colo Colo.

Iniciou sua carreira política em 1989, gerenciando a malsucedida campanha presidencial de Hernán Buchi, ex-ministro das Finanças do ditador militar Augusto Pinochet. Nesse mesmo ano, Piñera foi eleito senador por Santiago Oriental, cargo que ocupou até 1998.

Concorreu à presidência em 2005, como candidato do partido Renovação Nacional. Quando concorreu novamente em 2009, avançou para o segundo turno da eleição, no qual seu oponente era o ex-presidente Eduardo Frei (1964-70), candidato da Coalizão de Partidos pela Democracia (CPD), pois a então presidente em exercício, Michelle Bachelet, estava constitucionalmente proibida de servir um mandato consecutivo.

A vitória de Piñera na eleição encerrou 20 anos de governo da coalizão de esquerda e o tornou o primeiro presidente de direita após o fim da ditadura de Pinochet.

Seu primeiro mandato foi marcado pelo desastroso terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile menos de duas semanas antes de sua posse e que deixou mais de 700 mortos. Sua cerimônia de posse, em 11 de março, foi marcada por dois fortes tremores secundários.

Em agosto de 2010, 33 mineiros chilenos ficaram presos em um desabamento de mina e, após serem resgatados 69 dias depois, a popularidade de Piñera disparou. O crescimento econômico chileno também é uma marca de sua passagem pela presidência. No entanto, seu governo enfrentou um grande desafio em maio de 2011, quando grandes protestos estudantis eclodiram exigindo a reforma do sistema de educação pública.

O então presidente Sebastián Piñera segura um bilhete com o recado de "estamos bem" escrito pelos mineiros soterrados em 2010 Foto: Hector Retamal/AP

Impedido de buscar um mandato consecutivo, ele deixou o cargo em 2014, sendo sucedido por Bachelet. Retornou em 2018 após derrotar o senador Alejandro Guillier. Seu segundo mandato foi marcado pelo tumulto social que agitou a sociedade chilena a partir de outubro de 2019, quando manifestantes foram às ruas protestar contra o aumento da tarifa do metrô de Santiago.

Conhecido como o “estallido social” no Chile, em pouco tempo, os protestos cresceram e se espalharam para várias regiões do país. Os manifestantes também ampliaram seu foco para questões como desigualdade econômica e demandas por salários mais altos, além de reformas nos sistemas de educação, saúde e previdência, juntamente com uma nova constituição.

À medida que se espalhavam, os protestos se tornavam violentos e frequentemente enfrentavam uma resposta policial brutal. Piñera declarou então estado de exceção constitucional em diversas regiões do país, que autorizou o envio de forças do Exército nas ruas, detenções e, pela primeira vez desde o fim da ditadura, um toque de recolher foi decretado em toda área da Grande Santiago.

Sebastián Piñera passou a faixa presidencial para Gabriel Boric, um nome que ganhou força após o estallido social, em 11 de março de 2022 Foto: MARTIN BERNETTI/AFP

Até o final de novembro daquele ano, mais de 20 manifestantes haviam sido mortos e mais de 2.000 pessoas ficaram feridas nas manifestações.

Em decorrência do levante, o então presidente e se colocou aberto à possibilidade de uma nova constituição. Um referendo foi agendado para 2020, em meio à pandemia de covid-19, mas foi remarcado e só ocorreu em outubro de 2020. Os votantes apoiaram esmagadoramente a criação de uma nova constituição, cujo projeto segue em discussão até hoje.

Na reta final do último governo, em 2021, sofreu um impeachment na Câmara, acusado de ligação com a venda da mineradora Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, revelada no escândalo Pandora Papers. Posteriormente, o Senado rejeitou o processo.

SANTIAGO - Morreu nesta terça-feira, 6, o ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, em um acidente de helicóptero. Duas vezes presidente do Chile, Piñera era líder da direita chilena e empresário, sendo acionista de grandes companhias no Chile. Seus mandatos presidenciais foram marcados por grandes protestos sociais, um terremoto devastador, o desabamento de uma mina sobre 33 mineiros e pandemia de covid-19.

Piñera foi presidente do Chile de 2010 a 2014, recebendo um novo mandato para 2018 até 2022, quando passou o cargo para o atual mandatário, Gabriel Boric. Antes, havia disputado as eleições de 2005, perdendo para Michelle Bachelet. Também foi senador pela região de Santiago entre 1990 e 1998.

O ex-presidente nasceu em 1949 em uma família de classe média de Santiago. Era filho de Magdalena Echenique Rozas e de José Piñera Carvallo, que era membro do Partido Democrata Cristão e foi embaixador na Bélgica na ONU.

O ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera Foto: LUDOVIC MARIN/AFP

Formou-se engenheiro e obteve o título de doutor em Economia pela Universidade de Harvard. Foi professor do departamento de Economia da Universidade do Chile, na Universidade Adolfo Ibáñez e na Pontifícia Universidade Católica do Chile.

Também trabalhou na área de consultoria e no setor bancário. Fundou a empresa Bancard, que levou as bandeiras de cartão de crédito Visa e Mastercard para o Chile, tornando-o um bilionário. Detinha grandes participações em importante empresas chilenas, incluindo LAN Airlines, a companhia aérea nacional do país, e o time de futebol Colo Colo.

Iniciou sua carreira política em 1989, gerenciando a malsucedida campanha presidencial de Hernán Buchi, ex-ministro das Finanças do ditador militar Augusto Pinochet. Nesse mesmo ano, Piñera foi eleito senador por Santiago Oriental, cargo que ocupou até 1998.

Concorreu à presidência em 2005, como candidato do partido Renovação Nacional. Quando concorreu novamente em 2009, avançou para o segundo turno da eleição, no qual seu oponente era o ex-presidente Eduardo Frei (1964-70), candidato da Coalizão de Partidos pela Democracia (CPD), pois a então presidente em exercício, Michelle Bachelet, estava constitucionalmente proibida de servir um mandato consecutivo.

A vitória de Piñera na eleição encerrou 20 anos de governo da coalizão de esquerda e o tornou o primeiro presidente de direita após o fim da ditadura de Pinochet.

Seu primeiro mandato foi marcado pelo desastroso terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o Chile menos de duas semanas antes de sua posse e que deixou mais de 700 mortos. Sua cerimônia de posse, em 11 de março, foi marcada por dois fortes tremores secundários.

Em agosto de 2010, 33 mineiros chilenos ficaram presos em um desabamento de mina e, após serem resgatados 69 dias depois, a popularidade de Piñera disparou. O crescimento econômico chileno também é uma marca de sua passagem pela presidência. No entanto, seu governo enfrentou um grande desafio em maio de 2011, quando grandes protestos estudantis eclodiram exigindo a reforma do sistema de educação pública.

O então presidente Sebastián Piñera segura um bilhete com o recado de "estamos bem" escrito pelos mineiros soterrados em 2010 Foto: Hector Retamal/AP

Impedido de buscar um mandato consecutivo, ele deixou o cargo em 2014, sendo sucedido por Bachelet. Retornou em 2018 após derrotar o senador Alejandro Guillier. Seu segundo mandato foi marcado pelo tumulto social que agitou a sociedade chilena a partir de outubro de 2019, quando manifestantes foram às ruas protestar contra o aumento da tarifa do metrô de Santiago.

Conhecido como o “estallido social” no Chile, em pouco tempo, os protestos cresceram e se espalharam para várias regiões do país. Os manifestantes também ampliaram seu foco para questões como desigualdade econômica e demandas por salários mais altos, além de reformas nos sistemas de educação, saúde e previdência, juntamente com uma nova constituição.

À medida que se espalhavam, os protestos se tornavam violentos e frequentemente enfrentavam uma resposta policial brutal. Piñera declarou então estado de exceção constitucional em diversas regiões do país, que autorizou o envio de forças do Exército nas ruas, detenções e, pela primeira vez desde o fim da ditadura, um toque de recolher foi decretado em toda área da Grande Santiago.

Sebastián Piñera passou a faixa presidencial para Gabriel Boric, um nome que ganhou força após o estallido social, em 11 de março de 2022 Foto: MARTIN BERNETTI/AFP

Até o final de novembro daquele ano, mais de 20 manifestantes haviam sido mortos e mais de 2.000 pessoas ficaram feridas nas manifestações.

Em decorrência do levante, o então presidente e se colocou aberto à possibilidade de uma nova constituição. Um referendo foi agendado para 2020, em meio à pandemia de covid-19, mas foi remarcado e só ocorreu em outubro de 2020. Os votantes apoiaram esmagadoramente a criação de uma nova constituição, cujo projeto segue em discussão até hoje.

Na reta final do último governo, em 2021, sofreu um impeachment na Câmara, acusado de ligação com a venda da mineradora Dominga, nas Ilhas Virgens, um paraíso fiscal, revelada no escândalo Pandora Papers. Posteriormente, o Senado rejeitou o processo.

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