Quem são os brasileiros que deixaram a Faixa de Gaza para vir ao Brasil


Grupo é formado por 6 homens, 9 mulheres e 17 crianças; uma parte morava no Brasil, outra chega ao País pela primeira vez

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

O grupo de 32 pessoas formado por brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza em meio ao confronto entre Israel e o grupo terrorista Hamas chegou a Brasília no fim da noite desta segunda-feira, 13. Formado por famílias de brasileiros e palestinos, o grupo possui 6 homens, 9 mulheres e 17 crianças.

Uma parte dos repatriados chega ao Brasil pela primeira vez. Outra já tinha morado no País. É o caso de Hasan Rabee, que se tornou conhecido nas redes sociais desde que a ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza começou em outubro, em resposta à ação do grupo terrorista Hamas contra Israel, por relatar a situação do enclave.

A maioria deles chega ao Brasil ao lado de familiares mais próximos, mas deixaram outros parentes em Gaza. Para alguns, essa situação tornou a repatriação uma decisão difícil, apesar do colapso humanitário no território palestino. Pelo menos uma das famílias, do palestino Mohammad Farahat e da brasileira-palestina Hadil Yusuf el Duwaik, pretendem voltar para o enclave quando as condições de segurança forem restabelecidas.

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No Brasil, eles serão acolhidos e terão a documentação expedida. Ao chegar em Brasília, devem permanecer por dois dias para descansar e receber atendimento médico e psicológico. Depois, quem não tiver moradia seguirá para São Paulo, onde ficarão em centros de acolhimento.

A lista original contava com 34 nomes, mas duas pessoas — mãe e filha brasileiras — decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

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Abaixo, saiba quem são alguns integrantes do grupo de brasileiros repatriados:

Hasan Rabee

Hasan Rabee com grupo de brasileiros na fronteira com o Egito Foto: Hasan Rabee/Instagram/@hasan.rabee
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Palestino com cidadania brasileira, Hasan Rabee tem 30 anos e morava em São Paulo desde 2014, quando saiu da Faixa de Gaza para o Brasil durante uma das ofensivas militares de Israel no enclave, nomeada Operação Margem Protetora. Na cidade, recebeu status de refugiado, conseguiu emprego como vendedor de acessórios para celulares e passou a atuar na ONG Refúgio Brasil, presidida pela palestina Faysa Daoud. Suas duas filhas, de 6 e 3 anos, nasceram no País.

Duas semanas antes do atual conflito, Hasan voltou a Gaza para visitar a mãe, que sofre de problemas de saúde, e o restante da família. Ele estava com a esposa e duas filhas e pretendia ficar no território para cuidar da mãe.

Desde que a guerra eclodiu, Hasan passou a relatar nas redes sociais a situação dentro da Faixa de Gaza. Informalmente, ele se tornou o principal porta-voz do grupo de brasileiros que estavam presos no enclave. “O Hasan é uma pessoa muito inteligente e gentil, sempre está junto comigo”, disse Faysa Daoud.

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Shahed al-Banna

Imagem mostra Shahed al-Banna, de 18 anos, brasileira de origem palestina. Jovem é uma das repatriadas pelo governo brasileiro Foto: Reprodução/Redes sociais

Shahed al-Banna, de 18 anos, nasceu na Faixa de Gaza, mas viveu durante seis anos em São Paulo, onde a sua mãe de origem palestina nasceu e se casou. Ela retornou para Gaza com a irmã, Shams al-Banna, de 13 anos, há um ano e meio, quando a sua mãe adoeceu e decidiu ir para o enclave para ficar perto da mãe, avó de Shahed. A mãe faleceu pouco tempo depois por causa de um câncer.

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Desde que o conflito eclodiu, Shahed também passou a relatar a situação vivida na região. Ela foi para a casa de uma tia e depois para uma escola que serviu de abrigo para o grupo de brasileiros e palestinos. Quando foram orientados a sair do local pelas forças de Israel, ela relatou que estavam desesperados.

Ela volta para o Brasil com a irmã e a avó, identificada como Jamila, de 64 anos.

Monir Bader e Noura Bader

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Monir Bader e Noura Bader moraram como refugiados em São Paulo, são casados e possuem dois filhos.

Monir permaneceu por volta de oito anos no Brasil, após sair da Faixa de Gaza durante uma operação militar de Israel no passado. No Brasil, conquistou a cidadania brasileira e morou em São Paulo com a esposa e três filhos.

Noura Bader também morou na capital paulista e seu rosto está estampado em um mural do artista Kobra no Museu do Imigrante, na Zona Leste da cidade.

Imagem mostra palestina Noura Bader ao lado do artista Eduardo Kobra. Bader teve o rosto retratado em um mural do artista na zona leste de São Paulo Foto: Alan Teixeira

O casal possui três filhos: Bader Monir Bader, de 11 anos; Rose Monir Bader, de 9 anos; e Mohamed Monir Bader, de 4 anos. Os dois primeiros nasceram em territórios palestinos. Mohamed nasceu no Brasil.

Com problemas financeiros no Brasil, a família foi para o Egito em janeiro deste ano, mas ficaram pouco tempo. Em fevereiro, foram para a Faixa de Gaza. No enclave, Monir trabalhava como motorista, e Noura estava com dificuldades para conseguir emprego. A família teve a casa destruída em um bombardeio israelense.

O filho mais velho do casal, Bader Monir, apareceu em um dos vídeos gravados dentro da Faixa de Gaza após a guerra entre Israel e o Hamas eclodir. No vídeo, ele está abrigado em uma escola e diz que quer sair do enclave para não morrer. “Lá no Brasil, a gente vai ter muito mais segurança”, diz.

Ahmad El Ajrami

Imagem mostra Ahmad El Ajrami no ônibus para sair da Faixa de Gaza em direção ao Egito, no domingo, 12. Ajrami morava em Cuiabá antes de voltar para Gaza Foto: Arquivo pessoal

Ahmad El Ajrami estava há dois meses na Faixa de Gaza. Ele morou em Cuiabá, no Mato Grosso, entre 2012 e 2019. Ele trabalhou no Brasil como motorista de aplicativo e em uma papelaria. Durante esse período, aprendeu a falar português com conhecidos e chegou a se matricular em uma universidade para aprender a ler e a escrever português.

Ele é o único da sua família a voltar para o Brasil. O restante continuou na Faixa de Gaza. A casa onde morava no enclave foi totalmente destruída.

No Brasil, Ahmad deve morar a princípio com a família de Shahed al-Banna, que o acolheu durante o tempo de espera para sair da Faixa de Gaza.

Mohammad Farahat e Hadil Yusuf el Duwaik

A família palestina-brasileira Farahat chegam ao Brasil com quatro filhos, com idades de 11 a 18 anos. Os quatro moravam na Cidade de Gaza e tiveram a vizinhança bombardeada durante o conflito. A princípio, a família disse ao governo brasileiro que não desejava serem repatriados ao Brasil, mas mudaram de ideia após terem a garantia de ajuda e local seguro para viverem enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas permanecer nas condições atuais.

A esposa de Mohammad e os filhos têm dupla nacionalidade. Ele é palestino, mas foi autorizado a acompanhar a família. A família pretende voltar à Faixa de Gaza assim que houver condições de segurança para estarem com o restante da família.

Em entrevista à GloboNews no fim de outubro, Mohammad afirmou que mesmo no Brasil a família teria de conviver com o estresse e a preocupação com o restante da família que permanece no enclave.

O grupo de 32 pessoas formado por brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza em meio ao confronto entre Israel e o grupo terrorista Hamas chegou a Brasília no fim da noite desta segunda-feira, 13. Formado por famílias de brasileiros e palestinos, o grupo possui 6 homens, 9 mulheres e 17 crianças.

Uma parte dos repatriados chega ao Brasil pela primeira vez. Outra já tinha morado no País. É o caso de Hasan Rabee, que se tornou conhecido nas redes sociais desde que a ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza começou em outubro, em resposta à ação do grupo terrorista Hamas contra Israel, por relatar a situação do enclave.

A maioria deles chega ao Brasil ao lado de familiares mais próximos, mas deixaram outros parentes em Gaza. Para alguns, essa situação tornou a repatriação uma decisão difícil, apesar do colapso humanitário no território palestino. Pelo menos uma das famílias, do palestino Mohammad Farahat e da brasileira-palestina Hadil Yusuf el Duwaik, pretendem voltar para o enclave quando as condições de segurança forem restabelecidas.

No Brasil, eles serão acolhidos e terão a documentação expedida. Ao chegar em Brasília, devem permanecer por dois dias para descansar e receber atendimento médico e psicológico. Depois, quem não tiver moradia seguirá para São Paulo, onde ficarão em centros de acolhimento.

A lista original contava com 34 nomes, mas duas pessoas — mãe e filha brasileiras — decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

Abaixo, saiba quem são alguns integrantes do grupo de brasileiros repatriados:

Hasan Rabee

Hasan Rabee com grupo de brasileiros na fronteira com o Egito Foto: Hasan Rabee/Instagram/@hasan.rabee

Palestino com cidadania brasileira, Hasan Rabee tem 30 anos e morava em São Paulo desde 2014, quando saiu da Faixa de Gaza para o Brasil durante uma das ofensivas militares de Israel no enclave, nomeada Operação Margem Protetora. Na cidade, recebeu status de refugiado, conseguiu emprego como vendedor de acessórios para celulares e passou a atuar na ONG Refúgio Brasil, presidida pela palestina Faysa Daoud. Suas duas filhas, de 6 e 3 anos, nasceram no País.

Duas semanas antes do atual conflito, Hasan voltou a Gaza para visitar a mãe, que sofre de problemas de saúde, e o restante da família. Ele estava com a esposa e duas filhas e pretendia ficar no território para cuidar da mãe.

Desde que a guerra eclodiu, Hasan passou a relatar nas redes sociais a situação dentro da Faixa de Gaza. Informalmente, ele se tornou o principal porta-voz do grupo de brasileiros que estavam presos no enclave. “O Hasan é uma pessoa muito inteligente e gentil, sempre está junto comigo”, disse Faysa Daoud.

Shahed al-Banna

Imagem mostra Shahed al-Banna, de 18 anos, brasileira de origem palestina. Jovem é uma das repatriadas pelo governo brasileiro Foto: Reprodução/Redes sociais

Shahed al-Banna, de 18 anos, nasceu na Faixa de Gaza, mas viveu durante seis anos em São Paulo, onde a sua mãe de origem palestina nasceu e se casou. Ela retornou para Gaza com a irmã, Shams al-Banna, de 13 anos, há um ano e meio, quando a sua mãe adoeceu e decidiu ir para o enclave para ficar perto da mãe, avó de Shahed. A mãe faleceu pouco tempo depois por causa de um câncer.

Desde que o conflito eclodiu, Shahed também passou a relatar a situação vivida na região. Ela foi para a casa de uma tia e depois para uma escola que serviu de abrigo para o grupo de brasileiros e palestinos. Quando foram orientados a sair do local pelas forças de Israel, ela relatou que estavam desesperados.

Ela volta para o Brasil com a irmã e a avó, identificada como Jamila, de 64 anos.

Monir Bader e Noura Bader

Monir Bader e Noura Bader moraram como refugiados em São Paulo, são casados e possuem dois filhos.

Monir permaneceu por volta de oito anos no Brasil, após sair da Faixa de Gaza durante uma operação militar de Israel no passado. No Brasil, conquistou a cidadania brasileira e morou em São Paulo com a esposa e três filhos.

Noura Bader também morou na capital paulista e seu rosto está estampado em um mural do artista Kobra no Museu do Imigrante, na Zona Leste da cidade.

Imagem mostra palestina Noura Bader ao lado do artista Eduardo Kobra. Bader teve o rosto retratado em um mural do artista na zona leste de São Paulo Foto: Alan Teixeira

O casal possui três filhos: Bader Monir Bader, de 11 anos; Rose Monir Bader, de 9 anos; e Mohamed Monir Bader, de 4 anos. Os dois primeiros nasceram em territórios palestinos. Mohamed nasceu no Brasil.

Com problemas financeiros no Brasil, a família foi para o Egito em janeiro deste ano, mas ficaram pouco tempo. Em fevereiro, foram para a Faixa de Gaza. No enclave, Monir trabalhava como motorista, e Noura estava com dificuldades para conseguir emprego. A família teve a casa destruída em um bombardeio israelense.

O filho mais velho do casal, Bader Monir, apareceu em um dos vídeos gravados dentro da Faixa de Gaza após a guerra entre Israel e o Hamas eclodir. No vídeo, ele está abrigado em uma escola e diz que quer sair do enclave para não morrer. “Lá no Brasil, a gente vai ter muito mais segurança”, diz.

Ahmad El Ajrami

Imagem mostra Ahmad El Ajrami no ônibus para sair da Faixa de Gaza em direção ao Egito, no domingo, 12. Ajrami morava em Cuiabá antes de voltar para Gaza Foto: Arquivo pessoal

Ahmad El Ajrami estava há dois meses na Faixa de Gaza. Ele morou em Cuiabá, no Mato Grosso, entre 2012 e 2019. Ele trabalhou no Brasil como motorista de aplicativo e em uma papelaria. Durante esse período, aprendeu a falar português com conhecidos e chegou a se matricular em uma universidade para aprender a ler e a escrever português.

Ele é o único da sua família a voltar para o Brasil. O restante continuou na Faixa de Gaza. A casa onde morava no enclave foi totalmente destruída.

No Brasil, Ahmad deve morar a princípio com a família de Shahed al-Banna, que o acolheu durante o tempo de espera para sair da Faixa de Gaza.

Mohammad Farahat e Hadil Yusuf el Duwaik

A família palestina-brasileira Farahat chegam ao Brasil com quatro filhos, com idades de 11 a 18 anos. Os quatro moravam na Cidade de Gaza e tiveram a vizinhança bombardeada durante o conflito. A princípio, a família disse ao governo brasileiro que não desejava serem repatriados ao Brasil, mas mudaram de ideia após terem a garantia de ajuda e local seguro para viverem enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas permanecer nas condições atuais.

A esposa de Mohammad e os filhos têm dupla nacionalidade. Ele é palestino, mas foi autorizado a acompanhar a família. A família pretende voltar à Faixa de Gaza assim que houver condições de segurança para estarem com o restante da família.

Em entrevista à GloboNews no fim de outubro, Mohammad afirmou que mesmo no Brasil a família teria de conviver com o estresse e a preocupação com o restante da família que permanece no enclave.

O grupo de 32 pessoas formado por brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza em meio ao confronto entre Israel e o grupo terrorista Hamas chegou a Brasília no fim da noite desta segunda-feira, 13. Formado por famílias de brasileiros e palestinos, o grupo possui 6 homens, 9 mulheres e 17 crianças.

Uma parte dos repatriados chega ao Brasil pela primeira vez. Outra já tinha morado no País. É o caso de Hasan Rabee, que se tornou conhecido nas redes sociais desde que a ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza começou em outubro, em resposta à ação do grupo terrorista Hamas contra Israel, por relatar a situação do enclave.

A maioria deles chega ao Brasil ao lado de familiares mais próximos, mas deixaram outros parentes em Gaza. Para alguns, essa situação tornou a repatriação uma decisão difícil, apesar do colapso humanitário no território palestino. Pelo menos uma das famílias, do palestino Mohammad Farahat e da brasileira-palestina Hadil Yusuf el Duwaik, pretendem voltar para o enclave quando as condições de segurança forem restabelecidas.

No Brasil, eles serão acolhidos e terão a documentação expedida. Ao chegar em Brasília, devem permanecer por dois dias para descansar e receber atendimento médico e psicológico. Depois, quem não tiver moradia seguirá para São Paulo, onde ficarão em centros de acolhimento.

A lista original contava com 34 nomes, mas duas pessoas — mãe e filha brasileiras — decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

Abaixo, saiba quem são alguns integrantes do grupo de brasileiros repatriados:

Hasan Rabee

Hasan Rabee com grupo de brasileiros na fronteira com o Egito Foto: Hasan Rabee/Instagram/@hasan.rabee

Palestino com cidadania brasileira, Hasan Rabee tem 30 anos e morava em São Paulo desde 2014, quando saiu da Faixa de Gaza para o Brasil durante uma das ofensivas militares de Israel no enclave, nomeada Operação Margem Protetora. Na cidade, recebeu status de refugiado, conseguiu emprego como vendedor de acessórios para celulares e passou a atuar na ONG Refúgio Brasil, presidida pela palestina Faysa Daoud. Suas duas filhas, de 6 e 3 anos, nasceram no País.

Duas semanas antes do atual conflito, Hasan voltou a Gaza para visitar a mãe, que sofre de problemas de saúde, e o restante da família. Ele estava com a esposa e duas filhas e pretendia ficar no território para cuidar da mãe.

Desde que a guerra eclodiu, Hasan passou a relatar nas redes sociais a situação dentro da Faixa de Gaza. Informalmente, ele se tornou o principal porta-voz do grupo de brasileiros que estavam presos no enclave. “O Hasan é uma pessoa muito inteligente e gentil, sempre está junto comigo”, disse Faysa Daoud.

Shahed al-Banna

Imagem mostra Shahed al-Banna, de 18 anos, brasileira de origem palestina. Jovem é uma das repatriadas pelo governo brasileiro Foto: Reprodução/Redes sociais

Shahed al-Banna, de 18 anos, nasceu na Faixa de Gaza, mas viveu durante seis anos em São Paulo, onde a sua mãe de origem palestina nasceu e se casou. Ela retornou para Gaza com a irmã, Shams al-Banna, de 13 anos, há um ano e meio, quando a sua mãe adoeceu e decidiu ir para o enclave para ficar perto da mãe, avó de Shahed. A mãe faleceu pouco tempo depois por causa de um câncer.

Desde que o conflito eclodiu, Shahed também passou a relatar a situação vivida na região. Ela foi para a casa de uma tia e depois para uma escola que serviu de abrigo para o grupo de brasileiros e palestinos. Quando foram orientados a sair do local pelas forças de Israel, ela relatou que estavam desesperados.

Ela volta para o Brasil com a irmã e a avó, identificada como Jamila, de 64 anos.

Monir Bader e Noura Bader

Monir Bader e Noura Bader moraram como refugiados em São Paulo, são casados e possuem dois filhos.

Monir permaneceu por volta de oito anos no Brasil, após sair da Faixa de Gaza durante uma operação militar de Israel no passado. No Brasil, conquistou a cidadania brasileira e morou em São Paulo com a esposa e três filhos.

Noura Bader também morou na capital paulista e seu rosto está estampado em um mural do artista Kobra no Museu do Imigrante, na Zona Leste da cidade.

Imagem mostra palestina Noura Bader ao lado do artista Eduardo Kobra. Bader teve o rosto retratado em um mural do artista na zona leste de São Paulo Foto: Alan Teixeira

O casal possui três filhos: Bader Monir Bader, de 11 anos; Rose Monir Bader, de 9 anos; e Mohamed Monir Bader, de 4 anos. Os dois primeiros nasceram em territórios palestinos. Mohamed nasceu no Brasil.

Com problemas financeiros no Brasil, a família foi para o Egito em janeiro deste ano, mas ficaram pouco tempo. Em fevereiro, foram para a Faixa de Gaza. No enclave, Monir trabalhava como motorista, e Noura estava com dificuldades para conseguir emprego. A família teve a casa destruída em um bombardeio israelense.

O filho mais velho do casal, Bader Monir, apareceu em um dos vídeos gravados dentro da Faixa de Gaza após a guerra entre Israel e o Hamas eclodir. No vídeo, ele está abrigado em uma escola e diz que quer sair do enclave para não morrer. “Lá no Brasil, a gente vai ter muito mais segurança”, diz.

Ahmad El Ajrami

Imagem mostra Ahmad El Ajrami no ônibus para sair da Faixa de Gaza em direção ao Egito, no domingo, 12. Ajrami morava em Cuiabá antes de voltar para Gaza Foto: Arquivo pessoal

Ahmad El Ajrami estava há dois meses na Faixa de Gaza. Ele morou em Cuiabá, no Mato Grosso, entre 2012 e 2019. Ele trabalhou no Brasil como motorista de aplicativo e em uma papelaria. Durante esse período, aprendeu a falar português com conhecidos e chegou a se matricular em uma universidade para aprender a ler e a escrever português.

Ele é o único da sua família a voltar para o Brasil. O restante continuou na Faixa de Gaza. A casa onde morava no enclave foi totalmente destruída.

No Brasil, Ahmad deve morar a princípio com a família de Shahed al-Banna, que o acolheu durante o tempo de espera para sair da Faixa de Gaza.

Mohammad Farahat e Hadil Yusuf el Duwaik

A família palestina-brasileira Farahat chegam ao Brasil com quatro filhos, com idades de 11 a 18 anos. Os quatro moravam na Cidade de Gaza e tiveram a vizinhança bombardeada durante o conflito. A princípio, a família disse ao governo brasileiro que não desejava serem repatriados ao Brasil, mas mudaram de ideia após terem a garantia de ajuda e local seguro para viverem enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas permanecer nas condições atuais.

A esposa de Mohammad e os filhos têm dupla nacionalidade. Ele é palestino, mas foi autorizado a acompanhar a família. A família pretende voltar à Faixa de Gaza assim que houver condições de segurança para estarem com o restante da família.

Em entrevista à GloboNews no fim de outubro, Mohammad afirmou que mesmo no Brasil a família teria de conviver com o estresse e a preocupação com o restante da família que permanece no enclave.

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