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Para lembrar: Catalunha foi declarada Estado em 1934, mas apenas por 10 horas


Líder catalão da época, Lluís Companys, proclamou um ‘Estado Catalão da República Federal Espanhola’; depois de dezenas pessoas morrerem, ele acabou se rendendo

Por Redação Internacional

MADRI - O governador da Catalunha, Carles Puigdemont, deve fazer nesta terça-feira, 10, uma declaração unilateral de independência. Apesar da tensão atual, há 83 anos a região já viveu uma efêmera proclamação como Estado.

+ Governo espanhol pede a líder catalão 'que não faça nada irreversível' e 'volte à legalidade'

No dia 6 de outubro de 1934, ainda na época da II República, o presidente do governo autônomo da Catalunha, Lluís Companys, proclamou um "Estado Catalão da República Federal Espanhola". Mas depois de 10 horas e dezenas de mortos, ele se rendeu.

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+ Parque onde se localiza o Parlamento da Catalunha é fechado pela polícia por segurança

Há 83 anos, a Catalunha já viveu uma efêmera proclamação como Estado ( Foto: REUTERS/Eric Gaillard)
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No momento da proclamação, os partidos de esquerda haviam iniciado uma "greve geral revolucionária" para protestar contra a entrada no governo de três ministros de uma coalizão de partidos conservadores, a Confederação Espanhola de Direitas Autônomas (CEDA).

"Neste momento solene, em nome do povo e do Parlamento, o governo que presido assume todas as faculdades do Poder na Catalunha, e proclama o Estado Catalão da República Federal Espanhola", afirmou Companys na Generalitat, sede do governo catalão no centro de Barcelona. "Ao estabelecer e fortalecer a relação com os líderes do protesto geral contra o fascismo, os convido a estabelecer na Catalunha o governo provisório da República."

Veja imagens dos protestos na Catalunha

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Foto: Marta Pérez/EFE
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Foto: Adria Ropero/EFE
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Foto: Jaume Sellart/EFE
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Foto: Oscar Cabrerizo/EFE
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Foto: Andreu Dalmau/EFE
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Aparentemente, Companys não havia consultado os líderes da greve geral. Por outro lado, as Segunda República espanhola não era federal. Antes, sem esperar a aprovação da Constituição em dezembro de 1931, a Catalunha - autoproclamada República - já havia tentado adquirir um estatuto de autonomia que era compatível somente com um modelo de Estado federal. O governo de Madri teve de negociar duramente para tornar as obrigações catalãs aceitáveis dentro de um Estado único.

Ante a declaração de Companys, a resposta de Madri não demorou muito. O comandante militar da Catalunha, o general Domingo Batet, se recusou a acatar às ordens da Generalitat, e após consultar o chefe do governo de Madri, proclamou o estado de guerra. Um soldado morreu após ser baleado por um militante, e o Exército respondeu com disparos de canhão.

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A Catalunha manterá o rumo separatista se não houver um diálogo imediato, alertou o presidente regional, Carles Puigdemont. Na terça, ele deve se dirigir ao Parlamento para falar "sobre a situação política" atual e a oposição teme que a Casa possa adotar uma declaração unilateral de independência.

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Os confrontos durante a noite deixaram entre 46 e 80 mortos, segundo historiadores. Às 6h do dia 7 de outubro, 10 horas depois da proclamação, Companys declarou sua rendição ao general Betet. Ele foi detido junto a vários deputados. Sua foto atrás das grades percorreu o mundo.

No dia 14 de dezembro, uma lei suspendeu indefinidamente a autonomia da Catalunha. Refugiado na França após a Guerra Civil (1936-1939), Companys foi preso pelos alemães em 1940 e entregue ao ditador Francisco Franco. Foi fuzilado no dia 15 de outubro no Castelo de Montjuïc, em Barcelona.

Com o tempo, ele se transformou em um herói para os independentistas catalães. Hoje, há uma via no centro de Barcelona com o seu nome, local onde se reunirão os partidários da separação da Espanha, durante o discurso que Puigdemont fará no Parlamento catalão nesta terça-feira. / AFP

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MADRI - O governador da Catalunha, Carles Puigdemont, deve fazer nesta terça-feira, 10, uma declaração unilateral de independência. Apesar da tensão atual, há 83 anos a região já viveu uma efêmera proclamação como Estado.

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No dia 6 de outubro de 1934, ainda na época da II República, o presidente do governo autônomo da Catalunha, Lluís Companys, proclamou um "Estado Catalão da República Federal Espanhola". Mas depois de 10 horas e dezenas de mortos, ele se rendeu.

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Há 83 anos, a Catalunha já viveu uma efêmera proclamação como Estado ( Foto: REUTERS/Eric Gaillard)

No momento da proclamação, os partidos de esquerda haviam iniciado uma "greve geral revolucionária" para protestar contra a entrada no governo de três ministros de uma coalizão de partidos conservadores, a Confederação Espanhola de Direitas Autônomas (CEDA).

"Neste momento solene, em nome do povo e do Parlamento, o governo que presido assume todas as faculdades do Poder na Catalunha, e proclama o Estado Catalão da República Federal Espanhola", afirmou Companys na Generalitat, sede do governo catalão no centro de Barcelona. "Ao estabelecer e fortalecer a relação com os líderes do protesto geral contra o fascismo, os convido a estabelecer na Catalunha o governo provisório da República."

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Aparentemente, Companys não havia consultado os líderes da greve geral. Por outro lado, as Segunda República espanhola não era federal. Antes, sem esperar a aprovação da Constituição em dezembro de 1931, a Catalunha - autoproclamada República - já havia tentado adquirir um estatuto de autonomia que era compatível somente com um modelo de Estado federal. O governo de Madri teve de negociar duramente para tornar as obrigações catalãs aceitáveis dentro de um Estado único.

Ante a declaração de Companys, a resposta de Madri não demorou muito. O comandante militar da Catalunha, o general Domingo Batet, se recusou a acatar às ordens da Generalitat, e após consultar o chefe do governo de Madri, proclamou o estado de guerra. Um soldado morreu após ser baleado por um militante, e o Exército respondeu com disparos de canhão.

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A Catalunha manterá o rumo separatista se não houver um diálogo imediato, alertou o presidente regional, Carles Puigdemont. Na terça, ele deve se dirigir ao Parlamento para falar "sobre a situação política" atual e a oposição teme que a Casa possa adotar uma declaração unilateral de independência.

Os confrontos durante a noite deixaram entre 46 e 80 mortos, segundo historiadores. Às 6h do dia 7 de outubro, 10 horas depois da proclamação, Companys declarou sua rendição ao general Betet. Ele foi detido junto a vários deputados. Sua foto atrás das grades percorreu o mundo.

No dia 14 de dezembro, uma lei suspendeu indefinidamente a autonomia da Catalunha. Refugiado na França após a Guerra Civil (1936-1939), Companys foi preso pelos alemães em 1940 e entregue ao ditador Francisco Franco. Foi fuzilado no dia 15 de outubro no Castelo de Montjuïc, em Barcelona.

Com o tempo, ele se transformou em um herói para os independentistas catalães. Hoje, há uma via no centro de Barcelona com o seu nome, local onde se reunirão os partidários da separação da Espanha, durante o discurso que Puigdemont fará no Parlamento catalão nesta terça-feira. / AFP

MADRI - O governador da Catalunha, Carles Puigdemont, deve fazer nesta terça-feira, 10, uma declaração unilateral de independência. Apesar da tensão atual, há 83 anos a região já viveu uma efêmera proclamação como Estado.

+ Governo espanhol pede a líder catalão 'que não faça nada irreversível' e 'volte à legalidade'

No dia 6 de outubro de 1934, ainda na época da II República, o presidente do governo autônomo da Catalunha, Lluís Companys, proclamou um "Estado Catalão da República Federal Espanhola". Mas depois de 10 horas e dezenas de mortos, ele se rendeu.

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Há 83 anos, a Catalunha já viveu uma efêmera proclamação como Estado ( Foto: REUTERS/Eric Gaillard)

No momento da proclamação, os partidos de esquerda haviam iniciado uma "greve geral revolucionária" para protestar contra a entrada no governo de três ministros de uma coalizão de partidos conservadores, a Confederação Espanhola de Direitas Autônomas (CEDA).

"Neste momento solene, em nome do povo e do Parlamento, o governo que presido assume todas as faculdades do Poder na Catalunha, e proclama o Estado Catalão da República Federal Espanhola", afirmou Companys na Generalitat, sede do governo catalão no centro de Barcelona. "Ao estabelecer e fortalecer a relação com os líderes do protesto geral contra o fascismo, os convido a estabelecer na Catalunha o governo provisório da República."

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Aparentemente, Companys não havia consultado os líderes da greve geral. Por outro lado, as Segunda República espanhola não era federal. Antes, sem esperar a aprovação da Constituição em dezembro de 1931, a Catalunha - autoproclamada República - já havia tentado adquirir um estatuto de autonomia que era compatível somente com um modelo de Estado federal. O governo de Madri teve de negociar duramente para tornar as obrigações catalãs aceitáveis dentro de um Estado único.

Ante a declaração de Companys, a resposta de Madri não demorou muito. O comandante militar da Catalunha, o general Domingo Batet, se recusou a acatar às ordens da Generalitat, e após consultar o chefe do governo de Madri, proclamou o estado de guerra. Um soldado morreu após ser baleado por um militante, e o Exército respondeu com disparos de canhão.

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A Catalunha manterá o rumo separatista se não houver um diálogo imediato, alertou o presidente regional, Carles Puigdemont. Na terça, ele deve se dirigir ao Parlamento para falar "sobre a situação política" atual e a oposição teme que a Casa possa adotar uma declaração unilateral de independência.

Os confrontos durante a noite deixaram entre 46 e 80 mortos, segundo historiadores. Às 6h do dia 7 de outubro, 10 horas depois da proclamação, Companys declarou sua rendição ao general Betet. Ele foi detido junto a vários deputados. Sua foto atrás das grades percorreu o mundo.

No dia 14 de dezembro, uma lei suspendeu indefinidamente a autonomia da Catalunha. Refugiado na França após a Guerra Civil (1936-1939), Companys foi preso pelos alemães em 1940 e entregue ao ditador Francisco Franco. Foi fuzilado no dia 15 de outubro no Castelo de Montjuïc, em Barcelona.

Com o tempo, ele se transformou em um herói para os independentistas catalães. Hoje, há uma via no centro de Barcelona com o seu nome, local onde se reunirão os partidários da separação da Espanha, durante o discurso que Puigdemont fará no Parlamento catalão nesta terça-feira. / AFP

MADRI - O governador da Catalunha, Carles Puigdemont, deve fazer nesta terça-feira, 10, uma declaração unilateral de independência. Apesar da tensão atual, há 83 anos a região já viveu uma efêmera proclamação como Estado.

+ Governo espanhol pede a líder catalão 'que não faça nada irreversível' e 'volte à legalidade'

No dia 6 de outubro de 1934, ainda na época da II República, o presidente do governo autônomo da Catalunha, Lluís Companys, proclamou um "Estado Catalão da República Federal Espanhola". Mas depois de 10 horas e dezenas de mortos, ele se rendeu.

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Há 83 anos, a Catalunha já viveu uma efêmera proclamação como Estado ( Foto: REUTERS/Eric Gaillard)

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"Neste momento solene, em nome do povo e do Parlamento, o governo que presido assume todas as faculdades do Poder na Catalunha, e proclama o Estado Catalão da República Federal Espanhola", afirmou Companys na Generalitat, sede do governo catalão no centro de Barcelona. "Ao estabelecer e fortalecer a relação com os líderes do protesto geral contra o fascismo, os convido a estabelecer na Catalunha o governo provisório da República."

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Aparentemente, Companys não havia consultado os líderes da greve geral. Por outro lado, as Segunda República espanhola não era federal. Antes, sem esperar a aprovação da Constituição em dezembro de 1931, a Catalunha - autoproclamada República - já havia tentado adquirir um estatuto de autonomia que era compatível somente com um modelo de Estado federal. O governo de Madri teve de negociar duramente para tornar as obrigações catalãs aceitáveis dentro de um Estado único.

Ante a declaração de Companys, a resposta de Madri não demorou muito. O comandante militar da Catalunha, o general Domingo Batet, se recusou a acatar às ordens da Generalitat, e após consultar o chefe do governo de Madri, proclamou o estado de guerra. Um soldado morreu após ser baleado por um militante, e o Exército respondeu com disparos de canhão.

Seu navegador não suporta esse video.

A Catalunha manterá o rumo separatista se não houver um diálogo imediato, alertou o presidente regional, Carles Puigdemont. Na terça, ele deve se dirigir ao Parlamento para falar "sobre a situação política" atual e a oposição teme que a Casa possa adotar uma declaração unilateral de independência.

Os confrontos durante a noite deixaram entre 46 e 80 mortos, segundo historiadores. Às 6h do dia 7 de outubro, 10 horas depois da proclamação, Companys declarou sua rendição ao general Betet. Ele foi detido junto a vários deputados. Sua foto atrás das grades percorreu o mundo.

No dia 14 de dezembro, uma lei suspendeu indefinidamente a autonomia da Catalunha. Refugiado na França após a Guerra Civil (1936-1939), Companys foi preso pelos alemães em 1940 e entregue ao ditador Francisco Franco. Foi fuzilado no dia 15 de outubro no Castelo de Montjuïc, em Barcelona.

Com o tempo, ele se transformou em um herói para os independentistas catalães. Hoje, há uma via no centro de Barcelona com o seu nome, local onde se reunirão os partidários da separação da Espanha, durante o discurso que Puigdemont fará no Parlamento catalão nesta terça-feira. / AFP

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