LIMA - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, 21, depois de perder apoio parlamentar e com a perspectiva de ser afastado por "incapacidade moral" em votação que o Congresso faria na quinta por sua ligação com a construtora brasileira Odebrecht.
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Relembre outros mandatários latino-americanos destituídos ou forçados a renunciar nos últimos anos:
o DESTITUÍDOS PELO CONGRESSO:
- Peru: Alberto Fujimori foi destituído em 2000 por "incapacidade moral permanente". Mas o Congresso só concretizou a iniciativa depois que ele já havia fugido para o Japão, de onde renunciou por fax à presidência em meio a um escândalo de corrupção. Fujimori viveu durante vários anos no Japão. Extraditado do Chile em 2007, foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade, mas recebeu um indulto de Kuczynski na véspera do Natal de 2017.
- Brasil: a presidente Dilma Rousseff, eleita em 2010, foi destituída em 31 de agosto de 2016 por mais de dois terços dos senadores depois de um controvertido processo sob acusação de manipular as contas públicas do País.
- Paraguai: Fernando Lugo foi destituído em 2012 por "mal desempenho de suas funções" em um julgamento político relâmpago no Senado.
- Equador: Abdalá Bucaram, acusado de desvio de verbas públicas, foi destituído em 1997, apenas seis meses após assumir o cargo. Em abril de 2005, durante uma revolta popular, o presidente Lucio Gutiérrez, acusado de colocar aliados na Corte Suprema de Justiça, também foi destituído pelo Parlamento.
- Venezuela: O presidente Carlos Andrés Pérez, acusado de peculato e enriquecimento ilícito, foi cassado em maio de 1993. Sua destituição foi confirmada pelo Congresso em 31 de agosto do mesmo ano.
o OBRIGADOS A RENUNCIAR:
- Guatemala: Otto Pérez Molina, acusado de comandar um esquema de corrupção na administração aduaneira, se viu privado de sua imunidade pelo Parlamento em 1º de setembro de 2015. Diante do risco de ser destituído, renunciou ao mandato dois dias depois e foi colocado em prisão preventiva.
- Brasil: Fernando Collor de Mello, acusado de corrupção passiva, renunciou em 29 de dezembro de 1992. O Congresso brasileiro votou sua destituição no dia seguinte. / AFP