Por Marília Lopes
A revista Time publicou na terça-feira, 3, uma reportagem com os estudantes que estavam com o ex-presidente americano George W. Bush quando ele foi informado sobre o ataque de 11 de setembro de 2001. Bush estava em uma sala de aula com estudantes da segunda série de uma escola em Sarasota, na Flórida, quando recebeu a notícia de um de seus assessores.
Na época, as imagens correram o mundo. Elas foram também exibidas no documentário "Fahrenheit 11 de Setembro", de Michael Moore. Na ocasião, o então chefe de gabinete da Casa Branca, Andrew Card, entra e avisa, nos ouvidos de Bush, sobre os ataques às torres gêmeas, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington. A mudança de expressão do ex-presidente é devastadora, mas ele continua na sala até o final do evento.
A maioria dos alunos, que lia trechos do livro "The Pet Goat" para Bush, tinha 7 anos na época. Como pondera a Time, crianças dessa idade não conseguem entender o que representa o terrorismo, mas sabem quando o rosto de um adulto diz que algo está errado. A revista entrevistou alguns alunos que estavam na sala e mostra que nenhum deles esqueceu a mudança de expressão de Bush.
O estudante Lazaro Dubrocq conta que o coração dele disparou e ele pensou que todos tinham se metido em um problema com o então presidente dos EUA. "Ele nos olhou espantado, chocado e horrorizado", recorda Dubrocq, agora com 17 anos. Ele conta que pensou que os alunos tinham lido alguma coisa errada ou que o presidente estava decepcionado com eles.
Mariah Williams, que também lia para Bush, disse que não se lembra mais qual era a história lida, mas que não se esquece do rosto do ex-presidente. "Ele ficou vermelho e sério de repente", relembra.
Bush foi criticado na época por ficar cerca de sete minutos com as crianças enquanto a nação "estava sob ataque". Mas os estudantes ouvidos pela Time aprovaram a reação do ex-presidente.
Mariah acredita que ele não quis assustar ainda mais as crianças, por isso ficou ali até o final da leitura. "Acho que ele estava tentando manter a calma e transmitir essa sensação a todos, começando por nós", diz Chantal Guerrero, outro aluno. Dubrocq concorda com o colega, "ele não poderia ter agido melhor", finaliza.