Reação a tom ofensivo de Trump deve influir nas urnas


Durante campanha, Trump chegou a dizer que México envia ‘estupradores’ aos EUA

Por Cláudia Trevisan e correspondente

Nascida na República Dominicana e cidadã dos EUA desde 2010, Ruth Moreno se dedica há seis meses à organização de seminários que ajudam hispânicos no processo de naturalização e dão informações sobre as eleições americanas. O objetivo é aumentar o número de eleitores latinos e incentivá-los a votar, em uma eleição na qual o republicano Donald Trump conquista cada vez mais seguidores com uma retórica agressiva de ataque aos imigrantes.

Apesar de ser o segmento do eleitorado que mais cresce, os hispânicos têm um índice de participação nas eleições inferior ao dos brancos e negros americanos. “Existem 24 milhões de latinos com direito de votar nos Estados Unidos, mas apenas 12 milhões são eleitores registrados”, disse ao Estado o brasileiro Julian Teixeira, diretor de comunicações do National Council of la Raza, a principal entidade de defesa da comunidade hispânica nos EUA.

Na disputa presidencial de 2012, os negros registraram o maior índice de participação, com a ida às urnas de 67% dos eleitores aptos a votar. Entre os brancos o porcentual foi de 64%. Com 48%, a participação dos latinos só ficou acima da dos asiáticos (47%). Como muitas organizações ao redor do país, o National Council of la Raza tenta mudar esse cenário com a realização de campanhas de registro e conscientização de eleitores. Neste ano, segundo Teixeira, o foco são Estados nos quais os hispânicos têm o potencial de definir a disputa presidencial, entre os quais estão Novo México, Nevada, Flórida, Pensilvânia, Virgínia, Carolina do Norte e Ohio.

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Moreno centra seus esforços no sul da Flórida, região que tem uma das maiores concentrações de latinos dos EUA. O Estado é o mais importante entre os que se alternam entre democratas e republicanos e registrou disputas apertadas em anos recentes. Na eleição de 2012, Barack Obama venceu o republicano Mitt Romney na Flórida por uma diferença inferior a 1 ponto porcentual.

“Há uma grande preocupação com as eleições e com a retórica anti-imigrante que ouvimos e isso tem mobilizado a comunidade”, disse Moreno, que é coordenadora no sul da Flórida da entidade iAmerica, uma das organizações de defesa da população hispânica nos EUA. Trump lançou sua campanha em junho do ano passado com a proposta de deportar os 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país e construir um muro na fronteira com o México - que seria financiado pelos próprios mexicanos. 

Também durante as primárias, o magnata acusou o governo do México de enviar “drogas” e “estupradores” pela fronteira. “O México não é nosso amigo”, disse o republicano. Mais tarde, Trump incluiu em sua plataforma a revogação do direito automático à cidadania dos filhos de estrangeiros nascidos nos Estados Unidos, o que exigiria mudança na Constituição americana.

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Campanha. Em Washington, a escola internacional Carlos Rosario tenta ampliar a participação política dos latinos com uma campanha de registro de eleitores. Os hispânicos representam 70% dos 2.900 alunos que frequentam a cada ano os cursos vocacionais e de inglês oferecidos pela instituição. A escola também realiza há uma década aulas semanais de cidadania, nas quais os alunos aprendem os requisitos para pedir sua naturalização nos EUA.

O salvadorenho Santos Noel Lobo, que obteve cidadania americana em outubro para poder votar nas eleições presidenciais de novembro Foto: Cláudia Trevisan/Estadão

Entre eles está o cozinheiro Santos Noel Lobo, que nasceu há 33 anos em El Salvador. Em outubro, ele obteve a cidadania americana e, logo depois, se registrou para votar nas eleições presidenciais. Cerca de dez integrantes de sua família vivem nos Estados Unidos e um deles é indocumentado. Como a maioria dos latinos, Lobo pretende votar na democrata Hillary Clinton. “O discurso anti-imigrante de Trump é muito forte. Há muito temor em relação ao que pode acontecer se ele ganhar”, disse ele ao Estado.

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Manuel Rodriguez Donastorg, de 22 anos, se registrou na sexta-feira para votar, com a ajuda de funcionários da Carlos Rosario. Nascido na República Dominicana e vivendo nos EUA desde 2011, Donastorg disse que votará em Hillary em novembro. Ryan Monroe, diretor acadêmico da escola, observou que a campanha de cidadania e registro é apartidária e tem por objetivo “elevar a voz” dos imigrantes no país. Ainda assim, ele deixou claro que há um estímulo adicional à participação neste ano. “Nossos estudantes têm expressado preocupação com Donald Trump”, afirmou.

Nascida na República Dominicana e cidadã dos EUA desde 2010, Ruth Moreno se dedica há seis meses à organização de seminários que ajudam hispânicos no processo de naturalização e dão informações sobre as eleições americanas. O objetivo é aumentar o número de eleitores latinos e incentivá-los a votar, em uma eleição na qual o republicano Donald Trump conquista cada vez mais seguidores com uma retórica agressiva de ataque aos imigrantes.

Apesar de ser o segmento do eleitorado que mais cresce, os hispânicos têm um índice de participação nas eleições inferior ao dos brancos e negros americanos. “Existem 24 milhões de latinos com direito de votar nos Estados Unidos, mas apenas 12 milhões são eleitores registrados”, disse ao Estado o brasileiro Julian Teixeira, diretor de comunicações do National Council of la Raza, a principal entidade de defesa da comunidade hispânica nos EUA.

Na disputa presidencial de 2012, os negros registraram o maior índice de participação, com a ida às urnas de 67% dos eleitores aptos a votar. Entre os brancos o porcentual foi de 64%. Com 48%, a participação dos latinos só ficou acima da dos asiáticos (47%). Como muitas organizações ao redor do país, o National Council of la Raza tenta mudar esse cenário com a realização de campanhas de registro e conscientização de eleitores. Neste ano, segundo Teixeira, o foco são Estados nos quais os hispânicos têm o potencial de definir a disputa presidencial, entre os quais estão Novo México, Nevada, Flórida, Pensilvânia, Virgínia, Carolina do Norte e Ohio.

Moreno centra seus esforços no sul da Flórida, região que tem uma das maiores concentrações de latinos dos EUA. O Estado é o mais importante entre os que se alternam entre democratas e republicanos e registrou disputas apertadas em anos recentes. Na eleição de 2012, Barack Obama venceu o republicano Mitt Romney na Flórida por uma diferença inferior a 1 ponto porcentual.

“Há uma grande preocupação com as eleições e com a retórica anti-imigrante que ouvimos e isso tem mobilizado a comunidade”, disse Moreno, que é coordenadora no sul da Flórida da entidade iAmerica, uma das organizações de defesa da população hispânica nos EUA. Trump lançou sua campanha em junho do ano passado com a proposta de deportar os 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país e construir um muro na fronteira com o México - que seria financiado pelos próprios mexicanos. 

Também durante as primárias, o magnata acusou o governo do México de enviar “drogas” e “estupradores” pela fronteira. “O México não é nosso amigo”, disse o republicano. Mais tarde, Trump incluiu em sua plataforma a revogação do direito automático à cidadania dos filhos de estrangeiros nascidos nos Estados Unidos, o que exigiria mudança na Constituição americana.

Campanha. Em Washington, a escola internacional Carlos Rosario tenta ampliar a participação política dos latinos com uma campanha de registro de eleitores. Os hispânicos representam 70% dos 2.900 alunos que frequentam a cada ano os cursos vocacionais e de inglês oferecidos pela instituição. A escola também realiza há uma década aulas semanais de cidadania, nas quais os alunos aprendem os requisitos para pedir sua naturalização nos EUA.

O salvadorenho Santos Noel Lobo, que obteve cidadania americana em outubro para poder votar nas eleições presidenciais de novembro Foto: Cláudia Trevisan/Estadão

Entre eles está o cozinheiro Santos Noel Lobo, que nasceu há 33 anos em El Salvador. Em outubro, ele obteve a cidadania americana e, logo depois, se registrou para votar nas eleições presidenciais. Cerca de dez integrantes de sua família vivem nos Estados Unidos e um deles é indocumentado. Como a maioria dos latinos, Lobo pretende votar na democrata Hillary Clinton. “O discurso anti-imigrante de Trump é muito forte. Há muito temor em relação ao que pode acontecer se ele ganhar”, disse ele ao Estado.

Manuel Rodriguez Donastorg, de 22 anos, se registrou na sexta-feira para votar, com a ajuda de funcionários da Carlos Rosario. Nascido na República Dominicana e vivendo nos EUA desde 2011, Donastorg disse que votará em Hillary em novembro. Ryan Monroe, diretor acadêmico da escola, observou que a campanha de cidadania e registro é apartidária e tem por objetivo “elevar a voz” dos imigrantes no país. Ainda assim, ele deixou claro que há um estímulo adicional à participação neste ano. “Nossos estudantes têm expressado preocupação com Donald Trump”, afirmou.

Nascida na República Dominicana e cidadã dos EUA desde 2010, Ruth Moreno se dedica há seis meses à organização de seminários que ajudam hispânicos no processo de naturalização e dão informações sobre as eleições americanas. O objetivo é aumentar o número de eleitores latinos e incentivá-los a votar, em uma eleição na qual o republicano Donald Trump conquista cada vez mais seguidores com uma retórica agressiva de ataque aos imigrantes.

Apesar de ser o segmento do eleitorado que mais cresce, os hispânicos têm um índice de participação nas eleições inferior ao dos brancos e negros americanos. “Existem 24 milhões de latinos com direito de votar nos Estados Unidos, mas apenas 12 milhões são eleitores registrados”, disse ao Estado o brasileiro Julian Teixeira, diretor de comunicações do National Council of la Raza, a principal entidade de defesa da comunidade hispânica nos EUA.

Na disputa presidencial de 2012, os negros registraram o maior índice de participação, com a ida às urnas de 67% dos eleitores aptos a votar. Entre os brancos o porcentual foi de 64%. Com 48%, a participação dos latinos só ficou acima da dos asiáticos (47%). Como muitas organizações ao redor do país, o National Council of la Raza tenta mudar esse cenário com a realização de campanhas de registro e conscientização de eleitores. Neste ano, segundo Teixeira, o foco são Estados nos quais os hispânicos têm o potencial de definir a disputa presidencial, entre os quais estão Novo México, Nevada, Flórida, Pensilvânia, Virgínia, Carolina do Norte e Ohio.

Moreno centra seus esforços no sul da Flórida, região que tem uma das maiores concentrações de latinos dos EUA. O Estado é o mais importante entre os que se alternam entre democratas e republicanos e registrou disputas apertadas em anos recentes. Na eleição de 2012, Barack Obama venceu o republicano Mitt Romney na Flórida por uma diferença inferior a 1 ponto porcentual.

“Há uma grande preocupação com as eleições e com a retórica anti-imigrante que ouvimos e isso tem mobilizado a comunidade”, disse Moreno, que é coordenadora no sul da Flórida da entidade iAmerica, uma das organizações de defesa da população hispânica nos EUA. Trump lançou sua campanha em junho do ano passado com a proposta de deportar os 11 milhões de imigrantes indocumentados que vivem no país e construir um muro na fronteira com o México - que seria financiado pelos próprios mexicanos. 

Também durante as primárias, o magnata acusou o governo do México de enviar “drogas” e “estupradores” pela fronteira. “O México não é nosso amigo”, disse o republicano. Mais tarde, Trump incluiu em sua plataforma a revogação do direito automático à cidadania dos filhos de estrangeiros nascidos nos Estados Unidos, o que exigiria mudança na Constituição americana.

Campanha. Em Washington, a escola internacional Carlos Rosario tenta ampliar a participação política dos latinos com uma campanha de registro de eleitores. Os hispânicos representam 70% dos 2.900 alunos que frequentam a cada ano os cursos vocacionais e de inglês oferecidos pela instituição. A escola também realiza há uma década aulas semanais de cidadania, nas quais os alunos aprendem os requisitos para pedir sua naturalização nos EUA.

O salvadorenho Santos Noel Lobo, que obteve cidadania americana em outubro para poder votar nas eleições presidenciais de novembro Foto: Cláudia Trevisan/Estadão

Entre eles está o cozinheiro Santos Noel Lobo, que nasceu há 33 anos em El Salvador. Em outubro, ele obteve a cidadania americana e, logo depois, se registrou para votar nas eleições presidenciais. Cerca de dez integrantes de sua família vivem nos Estados Unidos e um deles é indocumentado. Como a maioria dos latinos, Lobo pretende votar na democrata Hillary Clinton. “O discurso anti-imigrante de Trump é muito forte. Há muito temor em relação ao que pode acontecer se ele ganhar”, disse ele ao Estado.

Manuel Rodriguez Donastorg, de 22 anos, se registrou na sexta-feira para votar, com a ajuda de funcionários da Carlos Rosario. Nascido na República Dominicana e vivendo nos EUA desde 2011, Donastorg disse que votará em Hillary em novembro. Ryan Monroe, diretor acadêmico da escola, observou que a campanha de cidadania e registro é apartidária e tem por objetivo “elevar a voz” dos imigrantes no país. Ainda assim, ele deixou claro que há um estímulo adicional à participação neste ano. “Nossos estudantes têm expressado preocupação com Donald Trump”, afirmou.

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