Reação dos mercados à derrota de Macri em prévia deve favorecer Alberto Fernández


Segundo analistas, a instabilidade nos mercados deve contribuir para agravar os efeitos da crise no cotidiano da população

Por Luiz Raatz

A ampla vitória do kirchnerista Alberto Fernández nas primárias argentinas no domingo,11, provocou um dia de pânico nos mercados do país nesta segunda-feira, 12, diante da dificuldade do presidente Mauricio Macri em reverter o cenário até as eleições de outubro.

A Bolsa Argentina chegou a cair 32% no meio da tarde e o dólar passou de 57 pesos. O temor com ascensão de Fernández, estimam analistas, no entanto, deve prejudicar Macri em vez de ajudá-lo. 

Com a economia argentina em mau momento, a instabilidade nos mercados deve contribuir para agravar os efeitos da crise no cotidiano da população. A inflação deve fechar o ano na casa dos 40%. A taxa de desemprego é a maior desde 2006 e a pobreza cresceu no ano passado quase 5 pontos porcentuais, atingindo três em cada dez argentinos. 

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“Com a reação dos mercados, a economia deve se deteriorar mais e isso prejudica mais a Macri”, disse ao Estado Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit. “É uma eleição muito difícil de reverter. Somadas, os votos das outras candidaturas não dariam a vantagem ao presidente contra Fernández.”

Para Ignacio Labaqui, da Universidade Católica de Buenos Aires, com menos de três meses para a eleição, Macri terá pouco tempo para oferecer uma melhora na economia. Além disso, o foco na campanha também não possibilita que o presidente se concentre na crise. “As turbulências financeiras provocadas pela vitória de Fernández jogam contra Macri”, resumiu. 

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Vantagem de Fernández é difícil de reverter

Com 98,67% das urnas apuradas, Fernández lidera a votação com 11,6 milhões de votos (47,65%), seguido por Macri, que obteve o apoio de 7,8 milhões de eleitores (32,08%). Roberto Lavagna aparece em terceiro lugar, com 8,22%. A participação superou os 75%.

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Com as candidaturas definidas por consenso, as prévias no país tornaram-se um termômetro da disputa presidencial. Como apenas metade dos votos de Lavagna devem migrar para Macri, segundo especialistas, uma virada é quase impossível. 

Por isso, Fornoni lembra que a desvantagem de 15 pontos para o kirchnerismo nas primárias parecem ter deixado o comando de campanha do presidente sem rumo. “As respostas do presidente de reconhecer a derrota sem um discurso de reação, de ausência de medidas para se contrapor ao protagonismo de Fernández também não ajudam”, disse. 

O presidente argentino, Mauricio Macri, ficou 15 pontos atrás do adversário peronista Alberto Fernández nas primárias Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE
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Campanha de Macri promete 'entender anseio da classe média'

No campo governista, no entanto, a estratégia foi culpar Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner, sua candidata à vice, pela instabilidade dos mercados. “A eleição não foi o que esperávamos e a reação de hoje (ontem) é uma resposta ao risco de voltar ao passado”, disse o ministro do Interior Rogelio Frigerio. 

Ainda de acordo com o ministro, o foco do governo nos próximos meses será entender por que a maioria da população não sentiu cuidada pela gestão Macri, principalmente a classe média. “Temos a responsabilidade de governar até o dia 10 de dezembro”, disse. 

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Já do lado kirchnerista, Fernández responsabilizou Macri pela instabilidade nos mercados. “Os mercados estão nervosos em consequência da situação criada pelo governo”, disse Fernández. “Os argentinos farão um esforço para sair da crise, mas a responsabilidade é deles./COM EFE

A ampla vitória do kirchnerista Alberto Fernández nas primárias argentinas no domingo,11, provocou um dia de pânico nos mercados do país nesta segunda-feira, 12, diante da dificuldade do presidente Mauricio Macri em reverter o cenário até as eleições de outubro.

A Bolsa Argentina chegou a cair 32% no meio da tarde e o dólar passou de 57 pesos. O temor com ascensão de Fernández, estimam analistas, no entanto, deve prejudicar Macri em vez de ajudá-lo. 

Com a economia argentina em mau momento, a instabilidade nos mercados deve contribuir para agravar os efeitos da crise no cotidiano da população. A inflação deve fechar o ano na casa dos 40%. A taxa de desemprego é a maior desde 2006 e a pobreza cresceu no ano passado quase 5 pontos porcentuais, atingindo três em cada dez argentinos. 

“Com a reação dos mercados, a economia deve se deteriorar mais e isso prejudica mais a Macri”, disse ao Estado Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit. “É uma eleição muito difícil de reverter. Somadas, os votos das outras candidaturas não dariam a vantagem ao presidente contra Fernández.”

Para Ignacio Labaqui, da Universidade Católica de Buenos Aires, com menos de três meses para a eleição, Macri terá pouco tempo para oferecer uma melhora na economia. Além disso, o foco na campanha também não possibilita que o presidente se concentre na crise. “As turbulências financeiras provocadas pela vitória de Fernández jogam contra Macri”, resumiu. 

Vantagem de Fernández é difícil de reverter

Com 98,67% das urnas apuradas, Fernández lidera a votação com 11,6 milhões de votos (47,65%), seguido por Macri, que obteve o apoio de 7,8 milhões de eleitores (32,08%). Roberto Lavagna aparece em terceiro lugar, com 8,22%. A participação superou os 75%.

Com as candidaturas definidas por consenso, as prévias no país tornaram-se um termômetro da disputa presidencial. Como apenas metade dos votos de Lavagna devem migrar para Macri, segundo especialistas, uma virada é quase impossível. 

Por isso, Fornoni lembra que a desvantagem de 15 pontos para o kirchnerismo nas primárias parecem ter deixado o comando de campanha do presidente sem rumo. “As respostas do presidente de reconhecer a derrota sem um discurso de reação, de ausência de medidas para se contrapor ao protagonismo de Fernández também não ajudam”, disse. 

O presidente argentino, Mauricio Macri, ficou 15 pontos atrás do adversário peronista Alberto Fernández nas primárias Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Campanha de Macri promete 'entender anseio da classe média'

No campo governista, no entanto, a estratégia foi culpar Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner, sua candidata à vice, pela instabilidade dos mercados. “A eleição não foi o que esperávamos e a reação de hoje (ontem) é uma resposta ao risco de voltar ao passado”, disse o ministro do Interior Rogelio Frigerio. 

Ainda de acordo com o ministro, o foco do governo nos próximos meses será entender por que a maioria da população não sentiu cuidada pela gestão Macri, principalmente a classe média. “Temos a responsabilidade de governar até o dia 10 de dezembro”, disse. 

Já do lado kirchnerista, Fernández responsabilizou Macri pela instabilidade nos mercados. “Os mercados estão nervosos em consequência da situação criada pelo governo”, disse Fernández. “Os argentinos farão um esforço para sair da crise, mas a responsabilidade é deles./COM EFE

A ampla vitória do kirchnerista Alberto Fernández nas primárias argentinas no domingo,11, provocou um dia de pânico nos mercados do país nesta segunda-feira, 12, diante da dificuldade do presidente Mauricio Macri em reverter o cenário até as eleições de outubro.

A Bolsa Argentina chegou a cair 32% no meio da tarde e o dólar passou de 57 pesos. O temor com ascensão de Fernández, estimam analistas, no entanto, deve prejudicar Macri em vez de ajudá-lo. 

Com a economia argentina em mau momento, a instabilidade nos mercados deve contribuir para agravar os efeitos da crise no cotidiano da população. A inflação deve fechar o ano na casa dos 40%. A taxa de desemprego é a maior desde 2006 e a pobreza cresceu no ano passado quase 5 pontos porcentuais, atingindo três em cada dez argentinos. 

“Com a reação dos mercados, a economia deve se deteriorar mais e isso prejudica mais a Macri”, disse ao Estado Mariel Fornoni, da consultoria Management & Fit. “É uma eleição muito difícil de reverter. Somadas, os votos das outras candidaturas não dariam a vantagem ao presidente contra Fernández.”

Para Ignacio Labaqui, da Universidade Católica de Buenos Aires, com menos de três meses para a eleição, Macri terá pouco tempo para oferecer uma melhora na economia. Além disso, o foco na campanha também não possibilita que o presidente se concentre na crise. “As turbulências financeiras provocadas pela vitória de Fernández jogam contra Macri”, resumiu. 

Vantagem de Fernández é difícil de reverter

Com 98,67% das urnas apuradas, Fernández lidera a votação com 11,6 milhões de votos (47,65%), seguido por Macri, que obteve o apoio de 7,8 milhões de eleitores (32,08%). Roberto Lavagna aparece em terceiro lugar, com 8,22%. A participação superou os 75%.

Com as candidaturas definidas por consenso, as prévias no país tornaram-se um termômetro da disputa presidencial. Como apenas metade dos votos de Lavagna devem migrar para Macri, segundo especialistas, uma virada é quase impossível. 

Por isso, Fornoni lembra que a desvantagem de 15 pontos para o kirchnerismo nas primárias parecem ter deixado o comando de campanha do presidente sem rumo. “As respostas do presidente de reconhecer a derrota sem um discurso de reação, de ausência de medidas para se contrapor ao protagonismo de Fernández também não ajudam”, disse. 

O presidente argentino, Mauricio Macri, ficou 15 pontos atrás do adversário peronista Alberto Fernández nas primárias Foto: Juan Ignacio Roncoroni/EFE

Campanha de Macri promete 'entender anseio da classe média'

No campo governista, no entanto, a estratégia foi culpar Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner, sua candidata à vice, pela instabilidade dos mercados. “A eleição não foi o que esperávamos e a reação de hoje (ontem) é uma resposta ao risco de voltar ao passado”, disse o ministro do Interior Rogelio Frigerio. 

Ainda de acordo com o ministro, o foco do governo nos próximos meses será entender por que a maioria da população não sentiu cuidada pela gestão Macri, principalmente a classe média. “Temos a responsabilidade de governar até o dia 10 de dezembro”, disse. 

Já do lado kirchnerista, Fernández responsabilizou Macri pela instabilidade nos mercados. “Os mercados estão nervosos em consequência da situação criada pelo governo”, disse Fernández. “Os argentinos farão um esforço para sair da crise, mas a responsabilidade é deles./COM EFE

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