O candidato reformista Masoud Pezeshkian venceu o segundo turno das eleições presidenciais do Irã, neste sábado, 6. Pezeshkian obteve 16,3 milhões de votos, dos mais de 30 milhões, contra 13,5 milhões do ultraconsrvador Saeed Jalili. O presidente eleito prometeu um novo capítulo nas relações com o Ocidente e facilitar a aplicação da lei do véu obrigatório no país.
“Estendo a minha mão a todos os iranianos”, declarou o presidente eleito do Irã, na rede social X, antigo Twitter. “O caminho a seguir é difícil. Só será fácil com a vossa cooperação, empatia e confiança. Estendo-vos a minha mão”, disse.
A votação foi estendida até meia-noite para aumentar a participação eleitoral, que foi de 49,8%, segundo porta-voz eleitoral. Mais de 61 milhões de iranianos com mais de 18 anos estavam aptos a votar, com cerca de 18 milhões deles entre 18 e 30 anos.
No primeiro turno, em 28 de junho, Pezeshkian, único reformista autorizado a concorrer, obteve 42,4% dos votos, à frente dos 38,6% de Jalili. Também foi registrada a menor participação da história da República Islâmica desde a Revolução de 1979. Autoridades iranianas, que historicamente veem a participação eleitoral como um indicador de apoio à teocracia, enfrentam pressões de uma economia fragilizada por sanções, protestos massivos e repressões intensas contra dissidentes.
Pezeshkian é um médico de 69 anos, de origem azeri, que afirma a sua lealdade à República Islâmica, mas defende uma aproximação entre o Irã e os países ocidentais, com os Estados Unidos na liderança, para levantar as sanções que pesam sobre a economia do país.
A vitória dele ocorre em um momento crítico, após anos de sanções e protestos que pressionaram a República Islâmica. Pezeshkian, que não prometeu mudanças radicais na teocracia xiita iraniana durante sua campanha, sempre reconheceu o Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei como a autoridade máxima em todos os assuntos de estado.
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Mesmo assim, suas promessas moderadas enfrentam desafios significativos de um governo ainda dominado por linha-dura, a guerra em andamento entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Além disso, há preocupações ocidentais sobre o programa nuclear iraniano e uma iminente eleição nos EUA que pode ameaçar qualquer tentativa de distensão entre Teerã e Washington. /AP e AFP.